terça-feira, 31 de julho de 2007

Publicações do dia

Queridos leitores,


Tomei a iniciativa de tornar este BLOG uma central de apoio à produção e à divulgação sem perder a sua caracteristica de criação, que é discutir o movimento e o fazer cultural em Ipatinga e no Vale do Aço.

Nos últimos dias mudei um pouco a cara do BLOG passando a postar 07 matérias diárias vindas das principais fontes ligadas à cultura, tenho conseguido boas notícias que acrescentam sim, em muito, ao nosso movimento local.

Tenho como colaboradores: Moysés Malta e Wenderson Godoi até o presente momento mas deixo em aberto aos que quiserem também contribuir, mandem-me um e-mail em mferrabbiamo@bol.com.br para que eu possa habilitar.

As matérias abaixo são de suma importância e por isso decidi hoje postar apenas elas, ao invés das 07 matérias diárias.

Conto sempre com vocês leitores para me enviar material para divulgação pelo site.

100 maiores patrocinadores - MG

100 Maiores Patrocinadores através da Lei Estadual de Incentivo do Estado de Minas Gerais.


1º Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas
2º Telemig Celular S/A
3º Companhia Siderúrgica Belgo Mineira
4º Itaminas Comércio de Minérios S/A
5º Maxitel S/A
6º Companhia Força e Luz Cataguases–Leopoldina
7º Magnesita S/A
8º Telemar Norte Leste S/A
9º Companhia de Telecomunicações do Brasil Central – CTBC Telecom
10º Refrigerantes Minas Gerais Ltda.
11º Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig
12º Camargo Corrêa Cimentos S/A
13º Minas do Itacolomy Ltda.
14º Acesita S/A (sim amigos, eles patrocinam pela Lei Estadual)
15º Sociedade de Empreendimentos Industriais, Comerciais e Mineração – Soeicom S/A
16º Companhia Mineira de Metais
17º Aços Minas Gerais S/A – Açominas
18º MGS - Minas Gerais Siderurgia Ltda.
19º Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras
20º Holcim (Brasil) S/A
21º Natura Cosméticos S/A
22º Usina Siderúrgica Itaminas S/A
23º V&M do Brasil S/A
24º Total Alimentos S/A
25º Fiat Automóveis S/A
26º Belgo Mineira Bekaert Artefatos de Arames Ltda. – BMB
27º Domingos Costa Indústrias Alimentícias S/A
28º Siderúrgica Centro Oeste Ltda.
29º Hipolabor Farmacéutica Ltda
30º Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais Ltda.
31º Siderurgia São Sebastião de Itatiaiuçu S/A
32º NET Belo Horizonte S/A
33º CESA S/A
34º Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A - Embratel
35º Mate Couro S/A
36º Empresa Gontijo de Transportes Ltda.
37º Pastifício Santa Amália Ltda.
38º Itatiaia Móveis S/A
39º Supermercado Rex Ltda.
40º Danone S/A
41º Companhia Paraibuna de Metais
42º Companhia de Tecidos Santanense
43º Holdercim Brasil S/A
44º Fasal S/A Comércio e Indústria de Produtos Siderúrgicos
45º Cêra Ingleza Indústria e Comércio Ltda.
46º Vallourec & Mannesmann Tubes – V & M do Brasil S/A
47º Elmo Calçados S/A
48º Usina Monte Alegre Ltda.
49º Orthocrin Indústria e Comércio Ltda.
50º Philips do Brasil S/A
51º Café Três Corações Ltda.
52º Viação Presidente Ltda.
53º Metalsider Ltda.
54º Foto Atacado Ltda
55º Biobrás S/A
56º Klabin S/A
57º Açoforja Indústria de Forjados S/A
58º Brumafer Mineração Ltda.
59º Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A
60º Loja Elétrica Ltda.
61º Companhia São Geraldo de Viação
62º A Prateleira Ltda.
63º Cooperativa de Consumo dos empregados da Usiminas - CONSUL
64º Maglioni Ribeiro & Cia Ltda.
65º Viação Sandra Ltda.
66º Ergon do Brasil Ltda.
67º Cooper Standard Automotive
68º Viação Itaúna Ltda.
69º Viação São Cristóvão Ltda.
70º Souza Cruz S/A
71º Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda.
72º Carbel S/A
73º Viabrasil Comércio e Indústria Ltda.
74º Plantar Siderúrgica S/A
75º TTC Transmissão de Televisão a Cabo S/A
76º H. G. Dornas Distribuidora Ltda.
77º Lage Minérios Ltda. – Lamil
78º FL Brasil Ltda
79º Luiza Barcelos Calçados Ltda.
80º Alcoa Fios e Cabos Elétricos S/A
81º Precom Industrial S/A
82º White Martins Gases Industriais Ltda.
83º Indústria e Comércio de Colchões Edmil Ltda.
84º Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança Ltda. – Capebe
85º Companhia de Fiação e Tecidos Cedronorte
86º Farmácia Santa Marta Ltda.
87º Indústria de Embalagens Santana S/A - INPA
88º Antônio Agostini & Filhos Ltda.
89º Prolac Produtos Lácteos Ltda.
90º DiaMed Latino América S/A
91º Transporte e Turismo Norte de Minas Ltda.
92º Itaúna Siderúrgica Ltda.
93º Treviso Betim Veículos Ltda.
94º Santa Rita Transporte Urbano e Rodoviário Ltda. – Saritur
95º Viação Riodoce Ltda. (sim amigos, eles patrocinam pela Lei Estadual)
96º Trancotta Ltda.
97º Hardwear Indústria e Comércio Ltda.
98º Tecast Fundição Ltda.
99º Mod Line Divisórias e Perfilados Ltda.
100º Tecast Fundição Ltda.



FONTE: Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.

COMENTÁRIOS EM AZUL: Michel Ferrabbiamo

100 maiores patrocinadores - Brasil

div align="justify">Ainda não captou seu projeto cultural pela Lei Rouanet?

Vai aí uma lista das 100 maiores patrocinadoras em cultura no Brasil... Destaquei aqui as empresas mineiras, pelo menos as que eu tenho certeza.

À frete do nome delas pode ser visto o volume de recursos despendidos no ano, os dados são do Ministério da Cultura e referem-se ao ano de 2003.


Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A - R$ 49.708.474,34
BR Distribuidora S/A - R$ 28.194.536,18
Eletrobrás - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - R$ 19.427.192,63
Banco do Estado de Minas Gerais - R$ 15.823.333,35
Brasil Telecom S.A Matriz - R$ 11.073.316,66
BANCO DO BRASIL S/A - CENTRO CULTURAL - R$ 7.876.277,62
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES - R$ 6.780.957,44
Banco Itaú S/A. - R$ 6.278.115,69
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - R$ 5.528.300,00
Telecomunicações de São Paulo S/A - TELESP - R$ 5.493.815,30
Warner Bros. (South) Inc. - R$ 4.542.791,36
Cia Brasileira de Distribuição - CBD - R$ 4.483.797,60
Bradesco Previdência e Seguros S.A. - R$ 4.376.578,67
Embraer Empresa Brasileira de Aeronáutica S. A. - R$ 3.810.960,82
COPEL Distribuição S/A - R$ 3.318.773,51
Bradesco Capitalização S.A. - R$ 3.261.727,12
Caixa Econômica Federal - R$ 3.161.437,31
Furnas Centrais Elétricas S.A. - R$ 3.055.942,51
Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A. - Embratel - R$ 2.753.944,80
Gerdau S/A - R$ 2.687.000,00
HSBC Bank Brasil S.A - Banco Múltiplo ( Antigo Bamerindos) - R$ 2.461.990,00
Copel Transmissão S/A. - R$ 2.282.755,00
ABS - Empreendimentos Imobiliários e Serviços LTda - R$ 2.216.642,81
BankBoston Banco Múltiplo S.A. - R$ 2.122.764,23
Videolar S/A - R$ 2.085.139,97
Fundação Bradesco S/A - R$ 2.000.000,00
Votorantim Participações S/A - R$ 1.968.000,00
Bradesco Seguros S.A. - R$ 1.939.605,58
Bradesco Seguros S. A. - R$ 1.895.417,69
Fox film do brasil ltda. - R$ 1.850.833,30
Banco Boavista S.A. - R$ 1.816.666,68
Souza Cruz S/A - R$ 1.783.655,80
Companhia Brasileira de Bebidas - R$ 1.747.709,00
Credicard S/A Administradora de Cartões de Crédito - R$ 1.670.000,00
CIA Brasileira de Alumínio - R$ 1.635.393,44
Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG - R$ 1.608.816,10
BrasilCap Capitalização S.A. - R$ 1.572.646,00
Banco Credibanco S.A - R$ 1.493.696,99
Avon Cosméticos Ltda - R$ 1.482.500,00
Volkswagen do Brasil Ltda - R$ 1.440.227,38
Nossa Caixa Nosso Banco S/A - R$ 1.360.000,00
Companhia de Seguros Aliança do Brasil - R$ 1.196.922,77
Banco Rural S/A - R$ 1.165.190,00
Brasil Veículos Aliança de Seguros - R$ 1.140.685,29
Caterpillar Brasil Ltda - R$ 1.074.600,00
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - R$ 1.060.621,18
Alberto Pasqualini - Refap S/A - R$ 1.053.875,00
Elevadores Otis Ltda. - R$ 1.025.000,00
Itaú Capitalização S.A. - R$ 1.000.000,00
Telespe celular - R$ 1.000.000,00
Cia Siderúrgica Belgo Mineira - R$ 957.815,00

Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos - R$ 954.237,49
Redecard S/A - R$ 951.164,00
Credicard S.A. Administradora de Cartões de Crédito - R$ 925.908,00
IRB - Brasil Resseguros S/A - R$ 884.426,80
IBM - Brasil Indústrias Máquinas e Serviços Ltda - R$ 874.205,38
Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A. - R$ 835.000,00
Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR - R$ 824.998,00
Banco Volkswagen S.A. - R$ 808.599,12
UNICAP UNIBANCO - Companhia de Capitalização - R$ 805.569,21
E. B. A Empresa Brasileira de Audiovisual S/A - R$ 803.673,83
M Dias Branco S.A.- Comércio e Indústria - R$ 798.001,67
Companhia Paranaense de Energia Elétrica - COPEL - R$ 784.155,00
Motorola Industrial Ltda - R$ 763.851,40
Companhia de Transmisão de Energia Eletrica Paulista - R$ 760.000,00
Telemig Celular S/A - R$ 752.369,00
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - Infraero - R$ 740.000,00
Deutsche Bank S.A. - Banco Alemão - R$ 733.000,00
Mahle Metal Leve S/A - R$ 728.653,26
Siemens Engenharia e Service Ltda - R$ 726.625,00
International Paper do Brasil Ltda. - R$ 724.829,16
Rio Sul Serviços Aéreos Regionais S/A - R$ 722.500,00
Bankboston N.A - R$ 708.838,28
BYK Química e Farmacêutica Ltda. - R$ 705.937,00
Natura Cosméticos S/A - R$ 690.000,00
Icatu-Hartford Capitalização S/A - R$ 685.000,00
Gtech Brasil Ltda - R$ 684.500,00
Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do País - ELETROSUL - R$ 681.341,12
Nestle Brasil Ltda - R$ 675.050,00
Banco Safra S.A. - R$ 675.000,00
Columbia Tristar Buena Vista Filmes do Brasil - R$ 663.292,52
Brasil Telecom S.A - Telegoiás Brasil Telecom - R$ 653.900,00
Cia Zaffari Comércio e Indústria - R$ 651.000,00
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - R$ 650.029,20
ITAÚSAGA Corretora de Seguros Ltda - R$ 650.000,00
UNIBANCO - União de Bancos Brasileiros S/A - R$ 625.000,00
NG Industrial Ltda. - R$ 620.000,00
Brasil Telecom S/A - R$ 605.000,00
Hewlett Pachard Brasil S/A - R$ 600.000,00
OWNES - Corning Fiberglass A S Ltda. - R$ 599.849,00
TRW Automotive South América S/A - R$ 595.000,00
BANESPA S.A Serviço Técnicos, Administrativos e de Corretagem de Seguros - R$ 584.070,00
Companhia Energética do Ceará - Coelce - R$ 571.635,12
V&M do Brasil S/A - R$ 562.853,52
Telecomunicações do Paraná S/A - Telepar - Filial Telebrasília - R$ 549.906,00
Brasil Telecom S/A - (Paraná) - R$ 546.689,50
Petrobrás Química S/A- Petroquisa - R$ 537.720,00
Companhia Produtora de Alimentos - R$ 536.000,00
Banco Real de Investimentos S/A - R$ 535.224,57
Indústrias Alimentícias Itacolomy S/A - R$ 514.000,00

FONTE: Ministério da Cultura

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Divulgação

Clique na imagem para vê-la ampliada.

Festa no Galpão

Elogiar os feitos do Grupo Galpão é, como diria o verbo popular, chover no molhado. Nascida nas ruas de Belo Horizonte, com toques circenses, canções afinadas ao vivo e releituras inesperadas de clássicos, a trupe chega aos 25 anos com um punhado de histórias na algibeira. Levou Brecht à praça pública em E a Noiva Não Quer Casar (1982), fez um Romeu e Julieta (1992) que foi parar no Globe Theatre, em Londres, recriou Molière em Um Molière Imaginário, e amealhou todos os prêmios nacionais com a fé profana de A Rua da Amargura (1994).

Este ano, o Galpão encena seu 16º espetáculo, Pequenos Milagres, que estreou em Belo Horizonte e agora põe os pés na estrada. A peça chega a São Paulo na sexta-feira 3, no Sesc Anchieta, onde fica até 26 de agosto, vai para o Rio e segue em turnê Brasil afora. Dirigida por Paulo de Moraes, da Armazém Companhia de Teatro (RJ), a montagem tem temperos incomuns ao Galpão. No lugar do tom burlesco, o texto adere a uma atmosfera intimista, calcada em quatro pequenas histórias nascidas de relatos reais. O risco é bem-vindo.

Se, em O Inspetor Geral (2004), de Gogol, o grupo acertou em cheio na mistura entre inocência e malícia, tradição e linguagem popular, em Um Homem É um Homem (2006), de Brecht, dava sinais de repetição. Talvez por isso tenha buscado outro torneado. “É um trabalho para espaços menores, que conta a história de pessoas comuns e lida com sentimentos, fora do tom farsesco”, define Eduardo Moreira, um dos criadores do grupo.

Para entender o Galpão é preciso anotar, primeiro, que se trata de uma companhia de atores (a atriz mais “nova” tem dez anos de grupo), que trabalha com diretores convidados, como Gabriel Vilela e Paulo José. O que mais? “Tem sempre a experimentação, o trabalho calcado no coletivo, não baseado em estrelas, e a linguagem popular, de comunicação direta”, diz Moreira.

Parte da trajetória é retomada neste ano de festa, a começar pelo site (www.grupogalpao.com.br) e por oito livros que reúnem dez peças. Além disso, Um Molière Imaginário será remontado em outubro, em Minas, Romeu e Julieta e A Rua da Amargura virarão DVD e O Inspetor Geral e Um Homem É um Homem terão as trilhas lançadas em CD. Fiéis à essência do teatro de grupo, os 13 atores atuais e todos os que passaram pelo Galpão conseguiram o que poucos conseguem na cultura brasileira: criar um público cativo e manter, com qualidade, uma produção regular e autêntica.


FONTE: Carta Capital

Stereoteca: um projeto além de musical

Eu gosto de ver investimentos inteligentes e benéficos para a cultura mineira. E um excelente exemplo disso é a Stereoteca 2007, que traz encontros [musicais] inéditos, fusões inusitadas e parcerias instantâneas toda quarta-feira (a partir da próxima até Outubro), no charmoso teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa.

A Stereoteca trará diversidade de ritmos, de gêneros, de geografias: centro e periferia, morro e asfalto descendo de quadros fixos e experimentando os flashes da locomoção. A proposta é percorrer do rap à MPB, da surf music mineira ao regional, da música eletrônica àquela considerada simplesmente pop, com apresentações regulares (toda quarta-feira), em local acessível (Praça da Liberdade) e a preços populares (a inteira é R$6).

Segundo uma das idealizadoras do projeto, Danuza Carvalho, "fazer com que os artistas [mineiros] se prestigiem" é o maior objetivo dessa biblioteca onde ninguém vai pedir silêncio, que pretende repetir (e aumentar) o sucesso da estréia, no ano anterior.

Em 2006, cerca de quatro mil pessoas marcaram presença nesse que foi um dos mais bem sucedidos projetos culturais de Belo Horizonte. A casa cheia em todos os shows incentivou a produção a aumentar a duração da Stereoteca em 2007. Serão 19 shows durante essa edição, sendo sete lançamentos de CD: Makely Ka, Alda Rezende, Carlinhos Ferreira, Antônio Santanna, Meninas de Sinhá, Celso Moretti e Guarda de Moçambique.

CURADORIA
“Além do reconhecimento da platéia, (...) nos surpreendemos positivamente com o envolvimento dos artistas. Fomos procurados por muitos músicos querendo participar”, conta Danuza. Tanto foi o retorno que em 2007 nenhuma figurinha será repetida nos palcos da Stereoteca: convidar artistas que não se apresentaram em 2006 foi uma das preocupações da curadoria do evento.

A seleção de talentos ficou por conta dos jornalistas Kiko Ferreira (Rádio Inconfidência) e Wagner Merije, em conjunto com a própria Danuza Carvalho (Agência de Cultura Casulo). Também é a curadoria que propõe os encontros – muitos dos músicos nunca haviam dividido um palco.

FIDELIZAÇÃO
Assim como ao chamar colegas para parcerias musicais, os artistas realizam trocas e exercitam a cooperação, a distribuição de um álbum ilustrado é a estratégia de divulgação da organização para chamar atenção do público para o projeto. O material é uma atração à parte, com ilustrações feitas especialmente pelos artistas Fred Paulino, Alexandre B, Fernando Rabelo, Ju Mafra, João Maciel e Wally. O projeto foi elaborado de maneira artesanal, com colagens e textos manuscritos.

Concebido por Fred Paulino(Osso Design), o caderno de programação dos shows foi confeccionado com base em duas idéias, que estão diretamente ligadas ao espaço em se realizam os shows (uma biblioteca) e à proposta musical do projeto (parcerias musicais inusitadas).

PROMOÇÃO
As dez primeiras pessoas que apresentarem álbuns completos levam, no fim do ano, uma coleção de CDs. Para conseguir as figurinhas, basta comparecer aos espetáculos e garantir tanto o livreto ilustrado como as figurinhas adesivas de caricaturas dos artistas e ilustrações relacionadas ao seu estilo musical.

REALIZAÇÃO
O Stereoteca é produzido pela Casulo e pelo Mercado Moderno. Através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o projeto captou R$ 200 mil da Telemig Celular, empresa parceira também em 2006. Segundo a representante da operadora, Maristela Fonseca, o diálogo entre artistas é um dos principais interesses da Telemig no projeto, que também se interessa pelo formato de apresentações regulares ao longo do ano em um teatro de boa estrutura.

Outro parceiro crucial é a Rádio Inconfidência, que além de colaborar na curadoria também veicula os shows toda sexta-feira, às 22 horas (FM 100,9). Segundo Gustavo Reis, a Stereoteca tem mérito não só em divulgar novos artistas, mas também em formar público consumidor de cultura, e reflete a “ideologia” da rádio, que pretende tocar “música inteligente sem ser pedante nos próximos 70 anos”.

DIÁLOGO
Paralelo às apresentações musicais, acontecerá um ciclo de debates em parceria com o coletivo Espaço Cubo. Nos dias 27, 28 e 29 de Junho, no Meia Ponta/Espaço de Cultura Ambiente, o Stereocubo discutirá “Música daqui para frente: cadeia produtiva da música”.

A organização ressalta que a organização do Stereocubo é trabalho voluntário de todos os envolvidos. “O patrocínio é importante, mas produtores podem procurar ferramentas e parcerias para fomentar a cultura também”, defende Danuza, que evita se prender a recursos captados no mercado.

Em 2006, o Overmundo co-produziu o Stereomundo: ciclo de debates que discutiu jornalismo cultural, cultura no terceiro setor, música fora do eixo e produção colaborativa na internet. Um dos convidados do ano passado foi antropólogo Hermano Viana

SERVIÇO
O Stereoteca começa na quarta-feira, 6 de junho, com o show do primeiro CD solo de Makely Ka. Excepcionalmente na quinta-feira, 7 de junho, Alda Rezende completa a programação de abertura do projeto. Até o dia 3 de outubro, 38 artistas mineiros se apresentam no Teatro da Biblioteca Luiz de Bessa. Os ingressos são vendidos na bilheteria apenas no dia do show, custam R$6 (a inteira) e garantem um pacote de figurinhas. No site tem a programação completa e dá para baixar um MP3 de cada artista.


FONTE: Overmundo

sábado, 28 de julho de 2007

Oscar Niemeyer

Belo Horizonte abre exposição no Palácio das Artes e no Museu de Arte da Pampulha em comemoração ao centenário do arquiteto

Para comemorar os cem anos do arquiteto que colocou o Brasil na pauta da criação mundial, nada mais significativo que inaugurar uma exposição na cidade onde surgiu a obra seminal da nova e marcante etapa da arquitetura moderna: o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte. A exposição “Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão” vai ocupar o Palácio das Artes e o Museu de Arte da Pampulha, na capital mineira, e estará aberta ao público, respectivamente, de 2 de agosto a 16 de setembro e de 3 de agosto a 23 de setembro de 2007.

Projetado por Oscar Niemeyer, aos 33 anos de idade, a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek, Pampulha, ao contrário do racionalismo que se impunha, proclama com suas curvas sinuosas uma nova poética moderna. O projeto, até hoje um marco para Minas Gerais e para o país, reafirma a força da arquitetura enquanto símbolo nacional, valor tão caro ao arquiteto.

A exposição itinerante é organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, e é realizada em Belo Horizonte graças aos governos do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e da Prefeitura de Belo Horizonte, pela Fundação Municipal de Cultura. A mostra conta com, além do curador, o empenho do próprio arquiteto e com a coordenação de Ricardo Ohtake e Kadu Niemeyer.

No Museu de Arte da Pampulha, concentram-se os aspectos poéticos da obra de Oscar Niemeyer, os fragmentos mais representativos de sua produção arquitetônica, expandidos em formato tridimensional. Nestas maquetes em grande escala destacam-se as curvas do MAC-Niterói, do Edifício Copan, as colunas do Museu de Arte da Pampulha, do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, entre outros recortes. Completa o módulo, o diálogo dessa produção com as de artistas plásticos brasileiros, como Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Portinari, Athos Bulcão, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, José Pedrosa, entre outros.

Já no Palácio das Artes, a mostra ganha tom mais documental e histórico. Por meio de textos, fotografias, desenhos, maquetes e ampliações fotográficas, estão reunidas as principais fases da arquitetura de Niemeyer. Na primeira, Pampulha: o Berço da Arquitetura Moderna Brasileira (1940 a 1943) está o início do trabalho de Oscar Niemeyer que sublinha também o início de uma identidade brasileira. A segunda fase: Forma Livre e Organicidade (1943 – 1953), marcada pela combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado (Ibirapuera, Casa das Canoas).

Por sua vez, no terceiro segmento, Brasília Modernidade, Magia e Eternidade (1953 – 1965) evidencia-se, conforme afirma o curador, “o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente” (Eixo Monumental de Brasília). Em Vivendo os Anos de Chumbo no Exterior e a Caminho de uma Arquitetura Social (1965-1989), a quarta fase revela-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília, quando se intensifica em sua obra a finalidade política, social e pública, além do apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da antiguidade (sede do Partido Comunista em Paris, A Mesquita e a Universidade de Constantine em Argel).

Finalizando este módulo, O Museu Pessoal e o Museu do Homem (1989 até hoje) demonstra a fase do pleno domínio de seu próprio vocabulário nos inúmeros projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente projeto para o Centro Administrativo de Minas Gerais (Memorial da América Latina, em São Paulo, Mac-Niterói, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Teatro do Ibirapuera em São Paulo, Museu Nacional do Conjunto Cultural da República em Brasília).

Esta exposição em homenagem aos cem anos de Oscar Niemeyer seguirá para o Rio de Janeiro (MAC-Niterói), Curitiba (MON – Museu Oscar Niemeyer) e Brasília (Museu Nacional do Conjunto Cultural da República).

Serviço:
Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão
Galeria Alberto da Veiga Guignard - Palácio das Artes
Data: 02 de agosto a 16 de setembro
Horário: terça-feira a sábado: das 9h30 ás 21h / domingo: das 16h às 21h
Endereço: Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte MG
Entrada franca
* Visitas monitoradas: Departamento de Extensão da Fundação Clóvis Salgado

Museu de Arte da Pampulha
Data: 03 de agosto a 23 de setembro
Horário: terça a domingo: das 9h às 19h
Endereço: Av. Doutor Otacílio Negrão de Lima, 16.585- Belo Horizonte MG
Funcionamento: terça a domingo, das 9h às 19h
Entrada franca
*Visita monitorada mediante agendamento pelo telefone 3277-7953


FONTE: Secretaria de Estado da Cultura (MG)


Regras e modelo para rede pública de TV

A transição para um modelo de gestão no processo de criação da rede pública de TV é algo crucial, na visão do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social. A opinião foi dada na última reunião, realizado em 20 de julho, com representantes da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).

A construção de uma rede nacional por essas TVs foi defendida pelo ministro Franklin Martins. Segundo ele, existe no Brasil uma cultura de transmissão em rede. “Se nós não tivermos uma rede nacional simultânea, nós não teremos escala para sermos apreciados ou criticados nacionalmente”, argumentou.

Franklin Martins também defendeu a abertura de espaço para a programação local, com no mínimo quatro horas dedicadas a ela. “Isso não é um luxo, é parte do projeto”, disse o ministro.

O ministro reconheceu que o governo tem que ter uma postura mais clara em relação às emissoras de televisão e rádios comunitárias. “No caso das rádios comunitárias, a situação atual é de um absoluto faroeste. O governo tem que fazer um mutirão e organizar para ver quem tem ou não direito”, disse.

O ministro ressaltou que a nova TV pública irá auxiliar as TVs comunitárias, que poderão aproveitar a programação produzida.

Também foi debatida, durante o evento, a possibilidade de criar faixas temáticas de programação, que deverão ser seguidas pelas emissoras associadas. Assim, mesmo que as emissoras não transmitam o mesmo programa, deverão respeitar, de acordo com o horário, o tipo de programação que será exibido.


FONTE: Cultura e Mercado

Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa

Ministério da Cultura lança primeira edição da iniciativa voltada ao reconhecimento de ações culturais de valorização do idoso

Estão abertas as inscrições para o I Concurso Público Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa 2007, criado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), em parceria com o Instituto Empreender. O Edital do Concurso Público, assinado pelo secretário Sérgio Mamberti, foi publicado nesta quarta-feira, dia 25 de julho, na Seção 3 do Diário Oficial da União.

Podem participar do concurso pessoas físicas e jurídicas de natureza cultural, públicas ou privadas, sem fins lucrativos, que já tenham desenvolvido ou que desenvolvem ações de inclusão das pessoas pertencentes a esse grupo etário. Toda a documentação necessária para o ato de inscrição consta no edital.

O Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa é resultado de proposta identificada pela SID, com base na Lei nº 10.741, de outubro de 2003, que cita em seu artigo 3º a obrigação do poder público de assegurar ao idoso a efetivação do direito à cultura.

Dentre as propostas culturais recebidas, 20 serão escolhidas pela comissão de seleção, a ser composta por especialistas convidados, técnicos e dirigentes do Ministério da Cultura. Cada iniciativa selecionada receberá um certificado e o valor de R$ 20 mil. Os recursos são da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

São objetivos do prêmio valorizar e ampliar o reconhecimento e a visibilidade das expressões culturais e de identidade da pessoa idosa; valorizar e favorecer a transmissão de conhecimentos e vivência às demais gerações; apoiar o desenvolvimento de projetos culturais de natureza integrada direcionados à pessoa idosa; e outros.

Os concorrentes poderão inscrever até três propostas, sempre obedecendo as disposições contidas no edital. As inscrições estarão abertas até o dia 8 de setembro, e só serão feitas por meio dos serviços de postagem dos Correios (ECT), para o endereço Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa 2007 – Caixa Postal nº 8572-X – SHS Quadra 2, Bloco B, CEP: 70312-970 – Brasília/DF.


Leia o Edital;
Baixe o Formulário.

Mais informações: (61) 3226-1084 ou premio@institutoempreender.org.


FONTE: Ministério da Cultura


Sabe onde fica São Gonçalo do Rio Abaixo?



Se você não sabe saiba que lá tem um Centro de Cultural criado pelo município, isso se chama vontade política.



A população de São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, conta com mais uma atração a partir de hoje, 27 de julho. Trata-se da inauguração do Centro Cultural do município, às 19h. Para comemorar este momento importante, várias atrações culturais serão apresentadas até terça-feira (31).

O Centro Cultural São Gonçalo do Rio Abaixo - que tem o apoio institucional do Ministério da Cultura - conta com uma área construída de 1.104,27 m² e abrigará a Biblioteca Municipal, um auditório com mezanino e camarim, com capacidade para 299 lugares; áreas de exposições e salão multiuso que comporta até 50 pessoas. Tudo adaptado para o acesso de portadores de necessidades especiais. O local tem como propósito levar cultura, lazer e entretenimento à população.

Para a diretora do Centro Cultural, Míriam Blonski, o espaço funcionará como um pólo irradiador de cultura e, ao mesmo tempo, para a vivência de cidadania e interação social. "O objetivo do Centro Cultural é brindar a população com um espaço onde ela possa se sentir em casa, com liberdade para manifestar sua arte e sua sensibilidade."


Agenda de inauguração
Constam da programação apresentações de corais, lançamento do selo e carimbo comemorativos, exibição do filme brasileiro 2 Filhos de Francisco, encontro com escritores e vários espetáculos. A festa será encerrada na terça-feira, dia 31 de julho, com um show do cantor Zé Ramalho, às 21h.

Também será entregue, na solenidade, a insígnia Grande Medalha São Gonçalo do Rio Abaixo a personalidades que se empenharam na prestação de serviços notáveis ao município. Veja a programação.


São Gonçalo do Rio Abaixo
Embora tenha um pouco mais de três séculos de existência, a cidade mineira conserva sua história e mantém as belezas naturais. As igrejas ainda são em estilo barroco e rococó. Na parte alta fica a Matriz de São Gonçalo, que pode ser vista de diversos pontos. Na parte baixa, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, conhecida pelos antepassados como templo destinado aos pobres e escravos. Há, ainda, a Igreja de Santa Efigênia, construção mais recente que hoje é tida como símbolo de memória do Padre João Marques Guimarães, que viveu durante 50 anos na cidade.



O município possui aproximadamente 11.800 habitantes. Localiza-se entre as serras do Catungui e do Tamanduá e é fundada às margens do Rio Santa Bárbara. Situa-se a 84 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte.


Treinamento sobre a Lei Estadual de Incentivo - novos locais

Acessibilidade do público, valorização da memória, do patrimônio cultural material e imaterial e permanência da ação são alguns dos critérios avaliados pela Comissão Técnica de Análise de Projetos (CTAP) para aprovação de projetos pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Para orientar os produtores e empreendedores culturais da capital sobre a elaboração de projetos, a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais realiza, no dia 2 de agosto(quinta-feira), às 14 horas, um treinamento gratuito na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21). As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas, previamente, pelo telefone (31) 3269.1070, das 14 às 18 horas.

O treinamento será realizado ainda em quatro cidades do interior: Teófilo Otoni, Governador Valadares, Juiz de Fora e Paracatu. Confira a data e o local do treinamento em cada cidade:

Juiz de Fora
Dia 31 de julho às 14 horas
Local - Auditório do Banco do Brasil
Endereço - Rua Halfeld, 770 - 3º andar - Centro

Teófilo Otoni
Dia 02 de agosto às 14 horas
Local - Nobre Palace Hotel
Endereço - Av. Francisco Sá, 392 - Centro

Governador Valadares
Dia 03 de agosto às 14 horas
Local - Ardoce
Endereço - Av. Brasil, 3261 - Centro

Paracatu
Dia 06 de agosto às 14 horas
Local - Casa de Cultura
Endereço - Rua do Ávila, s/n - Centro Histórico

E não se esqueça! As inscrições de projetos para a lei poderão ser feitas até o dia 13 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10 às 16 horas, na sede da Secretaria – Palacete Dantas (Praça da Liberdade, 317, BH/MG – Cep 30.140-010) -, ou pelo Correio.

Acesse os formulários para preenchimento.
Informações pelos telefones (31) 3269.1024/3269.1070/ 3269.1126.

ESCLARECIMENTO

A matéria publicada abaixo é relativa ao Estado de São Paulo e numa visão crua pouco têm sentido ser publicada aqui. Porém é importante ressaltar o que vêm sendo feito naquele Estado para que possamos cobrar, do nosso, ações que possam vir de encontro às já praticadas em outros e que possam enriquecer o trabalho artístico mineiro.

PAC divulga novos editais (SP)

Estão abertas as inscrições relativas ao concurso público para seleção de projetos referentes ao PAC 10 – "Apoio à produção de números circenses" e ao PAC 11 - "Apoio a Grupos Circences".

O edital referente ao PAC 10 – "Apoio à produção de números circenses", irá selecionar 30 projetos que receberão R$ 10.000,00 cada, totalizando um valor de R$ 300.000,00 em recursos.

Já o edital referente ao PAC 11 - "Apoio a Grupos Circences", irá selecionar 11 projetos que receberão R$ 45.000,00 cada, totalizando um valor de R$ 495.000,00 em recursos.

Os interessados devem enviar seus projetos dentro de 02 (dois) envelopes lacrados, com a identificação, até o dia 25 de agosto, na Secretaria de Estado da Cultura, situada na Rua Mauá nº 51, Bairro Luz, São Paulo - SP, CEP 01028-900.
Para mais informações acesse www.cultura.sp.gov.br

FONTE: Cultura e Mercado

Guerra de Condes

Batalha judicial travada há cerca de um ano entre um centro cultural e uma casa noturna na região central de Belo Horizonte se torna a cada dia mais intensa.

De um lado está o Espaço Funarte – Casa do Conde, cujos cinco galpões, além do terreno externo à construção centenária, são administrados pela Fundação Nacional de Arte (Funarte). Do outro, a Estação do Conde, galpão de arquitetura moderna, recém-construído no local, onde, além de shows, são realizados eventos diversos, a cargo da iniciativa privada.

No meio dos dois está o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-MG), que fez da Casa do Conde de Santa Marinha – parte integrante do conjunto arquitetônico da Praça da Estação – a sua sede oficial em Belo Horizonte. `Para começar, o problema da Estação do Conde é de audiometria´, acusa Maria Antonieta Antunes Cunha, presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC) e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, que não aprovou a construção do galpão no terreno vizinho à Casa do Conde. O funcionamento da Estação do Conde vem sendo garantindo por alvarás eventuais, expedidos pela Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte, com base no Código de Posturas do Município.

"A Prefeitura de Belo Horizonte é maravilhosa para cobrar, mas lenta na prestação de serviços", protesta Tarcísio Ribeiro, responsável pela gestão da casa de shows, de propriedade do empresário Mário Valadares, dono também do Shopping Oiapoque. Segundo o gestor, a construção contemporânea – feita em ferro, metal e telhas acústicas – não só tem vedação do som como também revestimento em vidro para garantir a visibilidade da Casa do Conde. "Há um ano estamos negociando com o conselho, que ainda não tem uma decisão para o conflito", acrescenta. O galpão de 2,1 mil metros quadrados foi construído em área de 4 mil metros quadrados, vizinha à Casa do Conde e ao Viaduto da Floresta, que, antes de ser adquirida por Mário Valadares, sediava um estacionamento de ônibus.

"Além da utilização cultural, procuramos fazer a obra dentro do conceito arquitetônico da região, inclusive com uma cúpula piramidal que lembra a da Casa do Conde", defende-se Tarcísio Ribeiro, que diz estar sofrendo pressão dos órgãos públicos para acabar com a Estação do Conde. "Talvez a ação correta seja paralisar as atividades ou deixar o imóvel cair", acredita o gestor do espaço particular, que, além de artista plástico, também se define como ecologista.

Conflito de interesses "Nos tornamos refém da Estação do Conde desde abril, quando recebemos o projeto Colaboratório, do Festival Internacional de Dança, que teve de transferir uma apresentação por causa do barulho vindo do show que estava sendo realizado na casa", afirma Mirian Lott, coordenadora do Espaço Funarte – Casa do Conde, acusando a inexistência de tratamento acústico na casa de shows. De acordo com a coordenadora da Funarte, apesar de ela ter procurado Tarcísio Ribeiro na tentativa de adequar a programação dos dois espaços, é praticamente impossível isso ocorrer, porque os eventos são realizados quase simultaneamente no espaço cultural e na casa noturna.

O conflito, segundo Mirian Lott, chegou a tal ponto que ela decidiu levar o problema à direção da Funarte, com sede no Rio de Janeiro. Uma greve nacional dos profissionais do Ministério da Cultura, que se arrasta desde maio, no entanto, não permitiu que o órgão federal se posicionasse diante da polêmica. De acordo com Maria Antonieta Antunes Cunha, o empreendedor da casa noturna ficou de encaminhar ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte uma proposta para corrigir as irregularidades.

"A obra é irregular e tem de ser refeita", cobra a também presidente da Fundação Municipal de Cultura. Superintendente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Artístico (Iphan) no estado, Leonardo Barreto diz que a responsabilidade do conflito é da Prefeitura de Belo Horizonte, pois o tombamento da Casa do Conde foi feito na esfera municipal, além da estadual. "Pelo que sei, há um processo na Polícia Federal contra a Estação do Conde, que teria invadido terreno que pertencia ao espólio da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). De nossa parte, a observação é em relação à edificação da casa de shows, que é danosa à apreciação do conjunto arquitetônico da região", afirma Leonardo.


FONTE: Estado de Minas
POR: Ailton Magioli

Festival de Arte Negra anuncia programação para 2007

Quantidade, qualidade, abrangência e um foco muito bem definido são características da programação da edição deste ano do Festival de Arte Negra (FAN), que acontece de 19 a 25 de novembro. A lista de atrações, que acaba de ser divulgada, inclui artistas de renome nacional, como os músicos Jorge Ben Jor, Martinho da Vila e Mart’nália, o coreógrafo Ismael Ivo e, também, diversas atrações vindas de países africanos situados acima da linha do Equador, como Nigéria, Senegal e Mali.

A curadoria, formada pelo ator e diretor Adyr Assumpção e pelo coreógrafo e bailarino Rui Moreira, resolveu, mais uma vez, voltar seu olhar para a África, de forma a estabelecer pontes entre os vários caminhos das artes negras.

"A cada edição precisamos ter um recorte porque, quando se fala em arte negra, há sempre muita coisa para ser abordada. Pegamos o mapa da África, dividimos em linhas políticas e históricas e fizemos essa escolha, pelos países que estão acima da linha do Equador. Essa região, do império Mali, do Senegal, abrange países com uma tradição cultural muito intensa e que têm um diálogo estreito com o processo histórico brasileiro. Percebemos que havia confluência suficiente para abordar, nesta edição, aquela parte da África", diz Moreira.

É de lá que vem, por exemplo, uma exposição de máscaras e objetos da cultura Bijagós, da Guiné Bissau, com curadoria de Emanoel Araújo, que abre este 4º FAN. O curador também destaca o show de Doudou N’Diaye Rose, o mais famoso percussionista senegalês e um dos mais renomados músicos africanos do século XX. "Ele criou toda uma geração de músicos e vai tocar, aqui, com o o nosso senegalês, o Mamour Ba", diz. Outra atração a que ele dá relevo é a Cia. Jant-Bi, também do Senegal, que traz ao evento o espetáculo "Waxtaan".

"São jovens dançarinos que levam para o palco um espetáculo que mistura dança e teatro para falar de um contexto africano atual, contemporâneo. Vai ser uma semana realmente bastante intensa, com grandes espetáculos, discussões e as rodas de conversa no Ojá, que, aliás, também é um trunfo do festival", aponta, referindo-se ao mercado que será montado na Casa do Conde de Santa Marinha, onde está concentrada a maior parte das atrações.

FONTE: O Tempo
POR: Daniel Barbosa

Mostra de música internacional de Olinda abre inscrições para cursos

A Mostra Internacional de Música em Olinda - Mimo chega à sua quarta edição em setembro (entre os dias 3 e 9) reforçando o encontro da música de concerto com a música popular no Brasil, sob a inspiração da arte barroca. Serão mais de 150 músicos que estarão envolvidos em 80 atividades gratuitas. Além de concertos nacionais e internacionais nas igrejas do Patrimônio Histórico da cidade, a mostra terá a "Etapa educativa", com cursos de formação de orquestra, master classes e workshops. As inscrições ficam abertas até 15 de agosto através do site www.mimo.art.br.

FONTE: Agência JB

Gil cede música para comercial de banco

Tecnicamente, o ministro Gilberto Gil (Cultura) não infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal.


Num comercial do Itaú Bankline, feito pela agência de publicidade África e que vem sendo veiculado na TV, outro cantor interpreta uma versão modificada de "Pela Internet", canção de Gil que já havia sido tema de propaganda do banco antes que o compositor integrasse o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O uso da música de Gil e a semelhança entre a voz que interpreta a canção e a sua, no entanto, dão margem a questionamentos éticos, dizem especialistas ouvidos pela Folha.

A socióloga Maria Victoria Benevides, integrante da Comissão de Ética Pública do governo federal entre 2003 e 2006, afirma que, se fosse Gil a cantar a música, haveria "um problema ético evidente" no fato de um ministro de Estado fazer uma propaganda para um banco, "ainda que fosse de graça" -já que poderia haver conflito de interesses entre esse trabalho e ações do ministério que dissessem respeito ao Itaú Cultural, por exemplo.

Estaria configurada "uma incompatibilidade flagrante", afirma a socióloga.

A coisa muda de figura com o fato de a canção ser interpretada por outra pessoa. Entretanto, Benevides diz que a semelhança entre as vozes e a possibilidade de confusão criam uma situação "muito delicada".

Questionada pela Folha, a assessoria que cuida de assuntos "artísticos" do ministro disse que "a editora de Gil aprovou a utilização da obra com autorização do autor".

Informou ainda que "a mudança na letra foi feita pela agência" e que "a versão no- va é de propriedade e uso exclusivo do banco Itaú por seis meses". Ao final, ressal- tou: "A voz usada no comercial não é de Gil".

Para Benevides, a gravação da propaganda "não é um problema do ponto de vista do Código de Ética, mas é um problema do ponto de vista pessoal dele". "Eu não teria feito", ela afirma, para não gerar confusão.

"Fica uma coisa fronteiriça em relação a constrangimentos pessoais. É lógico que alguma atração em relação a quem fez isso tem a ver com o fato de ele ser ministro", ela diz.

"Pessoalmente acho que, entrou no ministério, assumiu cargo público, não pode mais receber um tostão de lugar nenhum. As pessoas fazem escolhas na vida. Então agüentem enquanto estão lá [na administração federal]."

Roberto Romano, professor de ética e filosofia política na Unicamp, diz não ver gravidade maior no fato, mas afirma que a "clonagem" da voz de Gil torna "confuso o parâmetro de responsabilização". "E é preciso ter parâmetros de responsabilização claros", ele diz.

Apesar de a voz não ser do ministro, Romano diz que "a personalidade conhecida é ele". "Ele não pode mais abdicar de si mesmo; Gil tem uma figura pública construída."


FONTE: Folha de São Paulo
POR: Rafael Cariello

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Divulgação


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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Inscrições Prorrogadas [Mostra Arte Viva - Teia 2007]

As inscrições para a Mostra Arte Viva foram prorrogadas até o dia 31 de julho. A manifestação artística será realizada durante a TEIA 2007 – Tudo de Todos, o maior encontro da diversidade cultural no Brasil, que reunirá os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 7 e 11 de novembro. Aproximadamente 200 Pontos de Cultura já se inscreveram para a mostra.

As obras que participarão da Mostra Arte Viva serão escolhidas por uma comissão autônoma de curadoria, por meio de seleção pública. Além das artes visuais, da música, das artes cênicas, da literatura e do audiovisual, a mostra abrirá espaço para toda manifestação estética formal e cultural produzida pelos Pontos de Cultura.

Cada Ponto poderá inscrever até três trabalhos, em quaisquer modalidades (artes cênicas, artes visuais, cinema e vídeo, literatura e oralidade, manifestações das culturas populares, música e artes integradas), ou até mesmo em uma mesma área. Entretanto, apenas uma proposta artística poderá vir a ser selecionada.


FONTE: Ministério da Cultura

Jequitinhonha é palco de festival

Com diversas ações voltadas para a valorização dos grupos locais, têm início, hoje, na cidade de Joaíma, a 25ª edição do Festivale - Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha. Até o próximo dia 28, shows musicais, montagens teatrais, oficinas e debates vão movimentar a região. Entre as atrações confirmadas, figuram nomes como Marku Ribas, Pereira da Viola, Titane, Paulinho Pedra Azul e Tambolelê, que se apresentam no palco montado ao lado da rodoviária. Além dos shows, performances e esquetes teatrais acontecem durante toda a semana nas ruas e praças de Joaíma.

Neilton Lima, diretor de comunicação da Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Jequitinhonha (Fecaj), entidade responsável pela organização do Festivale, a proposta é levar entretenimento e informação à população da região e, principalmente, criar mecanismos para uma melhor atuação dos grupos culturais em atividade no Vale do Jequitinhonha.

"Este ano resolvemos trabalhar em cima dos grupos ligados à cultura popular da região. Queremos dar visibilidade ao que é produzido por aqui, então vamos fazer uma minuciosa catalogação e apurar as demandas desses grupos. A proposta da Fecaj é pensar políticas para otimizar o trabalho deles. São artistas que normalmente não contam com nenhum tipo de apoio, e o que a gente quer é que eles tenham condições de levar adiante suas produções", diz.

Questão indígena
Ele ressalta que uma outra questão em foco nesta 25ª edição do Festivale diz respeito às comunidades indígenas da região. Entre os vários debates previstos para acontecer ao longo da semana, um deles prevê a participação de representantes das etnias Krenak, Patachó e Pankararu. "Também teremos rituais indígenas em praça pública, com direito a danças indígenas e comidas típicas", diz Lima. Com relação às atrações que compõem a programação, ele aponta que foram convidados artistas que fizeram parte da história do Festivale nesses 25 anos.

"Chamamos nomes que já haviam participado em edições anteriores. Alguns deles, mesmo sendo aqui da região, estavam há muito tempo sem se apresentar nas cidades do Vale. Trata-se de reviver os 25 anos de história do festival", diz, acrescentando que a expectativa para o evento é muito grande e que Joaíma deve receber visitantes de todo Brasil e do exterior. Ele avalia que contribuição do Festivale à região no decorrer de sua história se reflete no peso que a cultura do Vale do Jequitinhonha tem hoje no Estado.

"Por todas as cidades onde esse evento passa, ele deixa uma marca, até no que diz respeito ao resgate das tradições. O Festivale reaviva a cultura nas comunidades. As folias de reis, por exemplo, passaram a ser muito mais valorizadas, e o que ocorre é mesmo um renascimento da cultura. As oficinas que são ministradas também deixam marcas muito importantes nos municípios, acendem uma centelha que, mesmo depois do Festivale acaba, faz a produção cultural florescer e seguir mais forte", ressalta.

Este ano serão oferecidas oficinas de teatro, dança afro, cerâmica, confecção de tambores, técnica vocal, percussão, origami, clown, artesanato em tabôa e cipó e até organização jurídica de entidades culturais, o que se insere na proposta de dotar grupos e entidades locais de instrumentação para caminhar com as próprias pernas.


FONTE: Daniel Barbosa para - O Tempo

Dentro do mais puro breu

É de barbárie e violência que o Grupo Corpo fala em sua nova criação, que estréia no dia 1.º, com música de Lenine e fortes doses de hip-hop


A coisa ficou preta. É de violência e barbárie que o Grupo Corpo trata em Breu, a nova criação, que estréia a sua já tradicional temporada paulistana de duas semanas no Teatro Alfa no dia 1º, onde se apresenta até dia 12. Na sua sede, a companhia mineira corre com os preparativos, em meio à celebração do honroso convite que recebeu para ser a abertura de gala da temporada 2008 do BAM, em Nova York, onde dançará de 25 a 28 de março.

Breu tem uma trilha originalmente composta por Lenine, coreografia de Rodrigo Pederneiras, figurinos de Freusa Zechmeister e iluminação e cenografia de Paulo Pederneiras. A inteligente logotipia escolhida para a palavra “breu”, uma obra em si mesma, criação de Paulo Pederneiras e Guilherme Seara, já indica do que se trata: é um breu escrito com pó branco, com os rastros das fileirinhas expostos sobre um fundo escuro. As ambivalências aí expostas (nas trocas entre o claro e o escuro, entre as retas das carreirinhas e os desenhos dos volumes do pó) abrem as portas para as outras, que costuram a peça.

As malhas partem o corpo em frente e costas. Na frente, grafismos que produzem aquele embaralhamento perceptivo da op art, desenhados por Freusa Zechmeister. Nas costas, um preto brilhante “para mimetizá-los ao cenário”, explica ela, que completa: “Folheando um livro, encontrei a produção de David Hockney para The Rake´s Progress, de Stravinsky, e naquele momento descobri como seria o meu figurino. Mesmo que ninguém veja a ligação, ele vem de lá.”

O cenário inverte a função do preto da famosa caixa preta do teatro. “Aquele preto é para ser neutro, para não contar, e aqui, ele é a ênfase”, diz Paulo Pederneiras, também diretor da companhia. Serão cerca de 1.800 placas pretas brilhantes e bisotadas de 40 cm X 40 cm, azulejando toda a caixa preta e um piso com um linóleo de cor e brilho iguais. Nesse ambiente, os bailarinos se tornam uma verdadeira partitura gráfica.

A coreografia de Rodrigo Pederneiras vai causar estranheza a quem está habituado com as suas criações. A começar pela composição de Lenine. “Escolhi o Lenine porque ele tem uma música com assinatura, muito urbana e contemporânea, mas com o interior de Pernambuco ali presente. Adoro aquela batida de violão percussiva dele. Mas fiquei fã mesmo foi quando começamos a trabalhar, quando a pessoa se somou à qualidade da música que ele faz.”

Vem uma melodia, parece que ela vai dar um descanso, daí um trompete (de Cláudio Faria) começa a brigar com um trombone (de Bocato). Vem o frevo, mas ele nunca aparece como frevo. Está e não está, e no lugar da caixa do frevo, ouve-se a bateria de Iggor Cavalera, ex-Sepultura. Sem letra, a trilha foi produzida pelo próprio Lenine, em parceria com o gritarrista Jr. Tostoi, com quem divide também os samples, as edições e a programação.

As misturas que estão na música rebatem nas misturas do figurino e nas novas misturas que apontaram na gramática que Rodrigo Pederneiras vem desenvolvendo. “Aqui, quis tudo muito cru, sem o tipo de acabamento que nos caracteriza. Aqui, o que conta é a intenção, o modo como a coisa é apresentada pelo bailarino. Não estou preocupado se todas as cabeças balançam iguaizinhas, mas como cada qual se põe em movimento”, conta ele.

Mudou o jeito de dançar, e também o material dançado. Corpos-compasso se recurvam sobre si mesmos, desenhando no chão a circularidade sem saída de Breu, que começa pelo seu fim. Pernas fálicas cortam essa circularidade, atuando como ignições de deslocamentos. Quase todo o tempo no chão, os corpos se empurram, se apóiam e saqueiam energia uns dos outros. A presença do hip hop está mais intensa, mas algo do balé também irrompe.

Segundo Macau, assistente de Rodrigo Pederneiras, foram quatro professores distintos intercalando com Bettina Belluomo, a maître da companhia, nos últimos meses: o russo Youzef Raoukout, Manoel Francisco, do Municipal do Rio, Fátima Cerqueira, mineira que mora e trabalha na Dinamarca, e Liliane Benevento, de SP. “Há muitos anos não passamos 8 meses em BH durante um processo de criação. Dessa vez, só o interrompemos para a turnê por seis cidades mineiras que acabamos de realizar, e isso fez uma diferença no processo de montagem de Breu.”

A desolação está lá, desde a primeira cena, a dos corpos-paisagem-devastada, sobre os quais sopra o vento e a respiração/cheirada. O ambiente escuro, puro breu, lembra a frieza facilmente associável a uma sala de tortura. Ao longo dos 40 minutos que se seguem, esses corpos terão dificuldade de escapar do chão, das quedas, dos enfrentamentos. Muitas vezes, vão precisar de sustentação e apoio, aqui e ali, como quem não se agüenta mais.

“É muito raro, é raríssimo sentar, assistir e gostar de algo meu. E de Breu, eu gosto”, confidencia Rodrigo. Admite que há algo diferente aparecendo no seu processo de inventar coreografias, que ficou mais bruto e mais econômico, apontando para outro tipo de interesse. E sorri quando me ouve dizer que esse é o primeiro balé político nos 32 anos de história do Grupo Corpo.

TURNÊ 2007
Mantido pelo dinheiro público via Lei Rouanet da Petrobrás, em 2006, o Grupo Corpo dançou 94 espetáculos, dos quais 62 ocorreram fora do Brasil. Com a vasta experiência em se apresentar em teatros, aqui e no exterior, Paulo Pederneiras não vê muita transformação positiva acontecendo nos teatros brasileiros. “Aqui se constrói, mas não se conserva. E se constrói muito mal, imaginando que o que conta é apenas colocar o equipamento de último tipo que, na maior parte das vezes, não atende ao que se precisa, de fato. Por conta disso, para poder apresentar-se com o acabamento necessário, o Corpo viaja com todo o seu equipamento, com exceção do Teatro Alfa, em São Paulo, que é um primor técnico.”

Em São Paulo, Breu será apresentado com uma das obras que a cia. não dança desde 1999, Sete ou Oito Peças para Um Balé, com trilha de Philip Glass e do grupo mineiro Uakti. De São Paulo, o Grupo Corpo segue para o Theatro Municipal do Rio (16 a 19 de agosto), o Teatro Nacional, de Brasília (30 de agosto a 2 de setembro), o Palácio das Artes, em Belo Horizonte (6 a 10 de setembro), depois Palma de Mallorca, na Espanha (29 de setembro), Théâtre Champs-Elysées, em Paris (3 a 7 de outubro), uma turnê por três cidades francesas entre 10 e 16 de outubro e, em seguida, a volta ao País. No Brasil, dançará ainda no Teatro Guaíra, em Curitiba (20 e 21 de novembro), no Teatro do Sesi, em Porto Alegre (24 e 25 de novembro). A turnê 2007 se encerra em Buenos Aires, no Teatro Opera (29 de novembro a 2 de dezembro).

Na Europa, Breu será mostrado com Onqotô (2005): no sul do Brasil e na Argentina, acompanhado por Lecuona (2004).


FONTE: Helena Katz para - O Estado de São Paulo

domingo, 22 de julho de 2007

SOBRE O DESLIZAR DO CINZA*

Abertas as inscrições para os festivais de poesias, concursos de contos e edição de livros do Clesi.

Observo-lhe os contornos e o deslizar suave, envolto em mistérios, que quase nunca se desnuda diante da urgência com que se imprime o cinza, ora mais acentuado, ora como se suspirasse um último traço de vida.

E prossigo a observar, como a desvendar-lhe a alma, na tentativa de absorver o que de íntegro existe e extrapola do seu simples deslizar, que se faz pleno sobre um horizonte inimaginável.

Não há o que dizer do tempo. Está estático consumindo intermináveis segundos que morrem e ressuscitam indiferentes àquela urgência com que se imprime à poesia, mesmo que lá fora a chuva fina persista em dizer-nos que não há hora determinante que se possa mudar estações.

Permaneço a observar-lhe os contornos e o seu valsar, ora cinza suave, ora intenso, que me envolve neste momento, feito o abraçar da boca ao sorver a maciez de flocos de algodão doce – aquele que nos remete a intermináveis devaneios da nossa infância.

Ultrapasso limites ao comprometer-me com a estética, um tanto delicada e elaborada, mas nem tão precisa quanto definitiva, pois a dor acentua-se (mãos, braços e minhas limitações) à necessidade do movimento que o deslizar da grafite me exige num harmonioso brincar com a sonoridade e o estilo.

Sou calmaria neste momento! Inverneço plena e aos poucos... Mas, nada que não me remeta a intermináveis diálogos íntimos com a poesia e o branco da folha que recebe inalterado o deslizar da grafite, com magia necessária à sobrevivência de sua história. E o poema prossegue formatando-se, ditando o ritmo que quer para se tornar música aos olhos de seus futuros leitores. Se é que os terá!?!?

E o deslizar do cinza permanece como argumento para minhas intermináveis viagens entre papéis e horas em que me alimento, unicamente, de palavras e, conseqüentemente, da poesia que se faz presente nestes mínimos argumentos, palpáveis ou não. Ou por ora, através do vermelho metálico que recobre o lápis, que envolve a grafite, que uso neste momento. Na maioria das vezes, vista apenas com a alma!

Um texto... (um tanto complexo!?!) para falar da poética impressa pelo lápis e seu deslizar sobre o papel e o fluir dos versos, que se transformaram em prosa para um convite simples: Encontram-se abertas as inscrições para os festivais de poesias, concursos de contos e edição de livros do Clesi. E, como brincamos no site “está aberta a temporada de caça aos talentos”. Participem! Visitem o site http://www.clesi.com.br/ que já está recheado de novidades e com os regulamentos à sua disposição. Vá ao Cafezinho trocar idéias e informações. Aguardamos por vocês.





*Texto de autoria de Marília Siqueira publicado no Jornal Aldrava nº 64 – página 02 - www.jornalaldrava.com.br


FONTE: e-mail recebido de
clesi.ipatinga@terra.com.br

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Divulgação

Clique na imagem para ampliar.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Pé na raiz, cabeça no mundo

Começa sábado mais uma edição do projeto TIM tambores, que, dessa vez, aposta na mistura de pop e rock, para divulgar e ensinar percussão em Minas Gerais. A programação é gratuita e inclui seminários, oficinas de música, exposições e shows em Uberlândia, Montes Claros, Ipatinga, Juiz de Fora e Poços de Caldas, até 10 de novembro. Também estão previstos três shows em Belo Horizonte, reunindo, entre outras atrações Maurício Tizumba, Tambolelê, Vanessa da Mata, Martinho da Vila, Mart´nália e o congolês Lokua Kanza.

“Esse trabalho não é só arte, é cidadania também. Não é só levar tambores para a periferia, mas sensibilizar as pessoas para a cultura afromineira. É um pé na raiz e cabeça na parabólica para ver o mundo. Não ficamos apenas ensinando menino a ficar quietinho com o tamborzinho dele”, resume Tizumba, um dos idealizadores do projeto. Em seu terceiro ano, o TIM tambores já atingiu cerca de 70 mil pessoas em 25 cidades, com shows e oficinas. Poços de Caldas será a primeira parada do projeto, sábado, com shows de Tizumba, Tambolelê e Pato Fu.

Este ano, o projeto tem três vertentes: tambores e sopros (oficinas para bandas marciais), tambores mineiros (oficinas ministradas pelo próprio Tizumba) e folias, foliões e seus instrumentos musicais (seminários, oficinas e apresentações de grupos tradicionais das cidades de Oliveira e São Francisco). “As bandas marciais são as nossas maiores escolas de música, mas sempre estão indo à falência. Queremos que elas comecem a somar elementos locais à música que fazem”, esclarece Santonne Lobato, do grupo Tambolelê, parceiro de Tizumba desde o início do projeto.

Tizumba e Tambolelê dividirão o palco com Vander Lee, Pato Fu, Tianastácia e Érika Machado, nos shows pelo interior. A fusão de linguagens musicais com o tambor foi fundamental para a continuidade do projeto, como explica Tizumba: “Nessa mistura, eu sempre acreditei. Isso fortalece muito a gente nessa caminhada. É uma mistura feliz. Não é forçada, é até muito natural”. Todas as atividades do projeto serão registradas em vídeo e há possibilidade de que o material dê origem a DVD.

Identidade mineira
Para Santonne, a percussão tem de ser vista como algo que deve definir a musicalidade mineira. “A percussão é a base, é o início da evolução da nossa comunicação. Assim como se vai ao Rio de Janeiro e é pego pelo samba, é um sonho nosso que Belo Horizonte assuma sua identidade sonora. Nós temos uma identidade, mas ela ainda está num cantinho. Estamos tirando isso da periferia e trazendo para o centro”, aposta.

Um dos destaques da programação, a oficina folias, foliões e seus instrumentos musicais inclui, além de palestras e apresentações, uma exposição itinerante de instrumentos musicais (balainho, pandeiro encerado e reco, por exemplo) e objetos do cotidiano típicos do interior mineiro. “Essa é uma oportunidade não apenas de mostrar musicalidade e religiosidade, mas de oferecer conhecimento para quem mora na região. O acesso dessa gente à cultura local não é difícil, mas fica restrito às festas religiosas. As outras influências culturais são muito fortes, e o interesse dos jovens pela cultura regional vem crescendo”, garante Antônio Raposo, coordenador da oficina.


FONTE: Jornal Estado de Minas

Literatura

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) está abrindo as inscrições para o estande do Brasil na Feira de Frankfurt 2007. A instituição oferece condições especiais de parcelamento para facilitar a participação dos interessados no principal centro de negócios do mundo.

Promovido pela CBL, em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional e Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o estande do Brasil terá 120 m² e oferecerá toda a infra-estrutura de atendimento, recados e serviço de internet, permitindo aos editores possam ter a oportunidade de realizar negócios.

Os interessados podem obter mais informações no site www.cbl.org.br

Concurso para novos instrumentistas em Sergipe

Estão abertas as inscrições para a seleção de músicos do corpo estável da Orquestra Sinfônica de Sergipe, sediado no Teatro Tobias Barreto, em Aracaju.

São oito vagas disponíveis para os seguintes instrumentos: oboé e fagote (solista ou tutti); clarinete e violoncelo (solista); violino (solista 2° violino e tutti).

As provas serão realizadas em Aracaju, nos dias 23 e 24 e em São Paulo, dia 28 de julho.

Mais informações podem ser obtidas através dos telefone (79) 3179-1480 ou (79) 8823-0231, ou ainda pelo e-mail sinfonicadesergipe@gmail.com

Deputados esclarecem dúvida sobre Circuito Cultural Praça da Liberdade

As obras do Circuito Cultural Praça da Liberdade não vão descaracterizar o prédio da Secretaria de Estado de Educação, garantiram os coordenadores do projeto a integrantes das comissões de Cultura e de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (17/7/07). A deputada Gláucia Brandão (PPS) e o deputado João Leite (PSDB) visitaram o prédio e ouviram explicações sobre as reformas necessárias para transformá-lo em centro cultural. "As pessoas podem ficar tranqüilas. A parte principal do edifício será restaurada, apenas o anexo será adaptado", assegurou a gerente do Circuito Cultural, Patrícia Galvão.

O prédio em estilo eclético data de 1895, e tem como característica marcante uma cúpula no alto da fachada. No hall principal, há uma escadaria de ferro importada da Bélgica. A fachada original, o elevador e a escada serão mantidos. A cobertura do pátio interno será trocada por outra de cristal, mais moderna, com tratamento acústico e circulação de ar. O piso do pátio também será trocado, assim como o do porão. As alterações mais profundas, para que o espaço possa abrigar exposições de arte, serão feitas no anexo construído na década de 60, segundo a arquiteta Jô Vasconcellos.

O futuro Centro da Indústria, Arte e Cidade será um espaço de produção artística com o objetivo de preservar a memória da metalurgia e da mineração. O projeto é assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ganhador do Prêmio Pritzker e responsável pela restauração da Pinacoteca do Estado e pela construção do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Na opinião de Patrícia Galvão, o uso cultural dos prédios históricos, amplamente difundido nas capitais européias, é a melhor maneira de garantir a sua preservação. O início das obras no prédio da Secretaria de Educação ainda depende de parceria do governo do Estado com a iniciativa privada.

Mas a proposta de transformação da Praça da Liberdade em corredor cultural ainda enfrenta resistências. O presidente do Sindicato dos Arquitetos, Eduardo Fajardo Soares, faz duras críticas à proposta do governo do Estado. Ele alega que o anexo que se pretende alterar data de 1928 e também é tombado pelo Patrimônio Histórico. Ele também reclama que o Museu da Escola de Minas Gerais, que funcionava ali, teria sido desmantelado, e reivindica a realização de nova audiência pública na ALMG para discutir essa questão.

Explicações convencem parlamentares
O deputado João Leite, que solicitou a visita juntamente com a deputada Gláucia Brandão, é a favor do Circuito Cultural e lembra que o projeto recebeu pareceres favoráveis dos órgãos de preservação do patrimônio histórico. "A Praça da Liberdade é um sítio histórico que merece ser preservado, pois Belo Horizonte carece de espaços assim", afirmou. A presidente da Comissão de Cultura, deputada Gláucia Brandão, se disse satisfeita com as explicações sobre o projeto. Ela ressalta a importância de se criar um novo espaço cultural aberto à população, e avalia que as mudanças propostas nos prédios históricos serão feitas segundo critérios técnicos rigorosos.

A parlamentar ainda visitou as novas instalações do Museu da Escola, que agora funciona em um amplo salão do Instituto de Educação de Minas Gerais. O acervo do museu tem mais de 6 mil peças, entre elas preciosidades como um mimeógrafo americano do século XIX e um projetor de filmes movido a querosene. A transferência para a nova sede teve início em dezembro, e o novo museu deve ser aberto para visitação em agosto. A coordenadora do espaço, Sônia Aroeira Barbosa, diz que as denúncias de desmantelo do acervo são improcedentes.

Presenças - Deputada Gláucia Brandão (PPS) e deputado João Leite (PSDB).

FONTE: Assembléia Informa (www.almg.gov.br)

Programa de Democratização Cultural Votorantim

Projetos de diversos segmentos serão contemplados com investimento de R$ 4 milhões


Segue até 3 de agosto o prazo para inscrição de projetos na 2ª Seleção Pública do Programa de Democratização Cultural Votorantim, uma iniciativa do Grupo Votorantim que objetiva buscar o equilíbrio entre a produção e o acesso à Cultura.

Os projetos inscritos deverão estar cadastrados no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) para captar recursos por meio das leis nºs 8.313/91 e 8.685/93. As inscrições podem ser feitas sem o número do Pronac, entretanto só serão contemplados os projetos habilitados pelas Leis Federais de Incentivo à Cultura (Rouanet ou Audiovisual), conforme o regulamento.

Podem participar da Seleção Pública artistas, grupos, produtores e instituições de todas as regiões do Brasil que realizem ações culturais para estimular o interesse dos jovens às manifestações artísticas. Os projetos têm de ser atrativos e os conteúdos devem ser apresentados em locais de fácil acesso, de forma gratuita ou a baixo custo.

A inscrição é gratuita e deve ser feita pela Internet, no site www.democratizacaocultural.com.br. O resultado será anunciado em novembro e os projetos contemplados serão implementados durante o ano de 2008.


Recursos do Programa

Neste ano, por meio do Programa de Democratização Cultural, o Grupo Votorantim investirá R$ 4 milhões em projetos de vários segmentos, tais como cinema e vídeo, artes visuais, artes cênicas, música, literatura e patrimônio.

Serão selecionados projetos de até R$ 500 mil e um projeto entre R$ 501 mil e R$ 1 milhão, que deverá se destacar pelo impacto cultural, seja por sua abrangência geográfica, número de beneficiados, potencial de visibilidade, entre outros aspectos.

Outras informações: (11) 6818-5021.

Este ano o tema do festival é o cinema documentário

O cinema documentário será o tema da 7ª Mostra Goiânia de Curtas a ser realizada entre os dias 9 e 14 de outubro de 2007, no Teatro Goiânia, na capital do estado de Goiás. As inscrições estão abertas até o dia 24 de agosto e podem ser feitas no site - http://www.icumam.com.br/ - do Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), entidade promotora do festival.

A Mostra de Curtas de Goiânia é uma das mais expressivas do país, nesta modalidade. É a única realizada na região Centro-Oeste. Conta com patrocínio da Petrobras, Unimed, e recebe apoio do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e do Fundo Nacional da Cultura (FNC).

A participação do cinema documental no festival de curtas-metragem de Goiânia foi a que mais cresceu nos últimos anos (34% dos concorrentes), esse foi um dos motivos para ter sido escolhido como foco das discussões da competição de 2007.


Segundo a presidente do Icumam, Maria Abdalla, a opção pelo documentário como tema da próxima mostra foi também uma forma de estimular o crescimento destes filmes no estado de Goiás, onde a produção é ainda muito incipiente.



Mostras competitivas

Curta Mostra Brasil
Curta Mostra Municípios
Curta Mostra Goiás
Curta Mostra Cinema nos Bairros
6ª Mostrinha de Cinema


Quem pode participar

O festival está aberto a filmes de todos os gêneros e bitolas, finalizados em película, com duração de até 30 minutos, produzidos nos anos de 2006/2007. Também será realizado um seminário com experientes roteiristas nacionais, com tema livre, visando estimular o debate sobre a qualidade do audiovisual no país, além de oficinas de cinema. Os filmes concorrentes devem ser encaminhados à sede do Icumam, localizado na Rua 91, nº 612, Setor Sul, CEP 74083-150, Goiânia.

FONTE: Ministério da Cultura

4ª Semana de Música de Ouro Branco

Inscrições vão até o dia 26 de agosto para participar das oficinas, concertos e recitais



Interessados em participar da 4ª Semana de Música de Ouro Branco, que acontece de 6 a 13 de outubro, na cidade mineira de Ouro Branco, têm até o dia 26 de agosto para se inscreverem. A semana é uma iniciativa da Casa de Música da cidade e conta com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91).

Os objetivos do festival são divulgar e democratizar o acesso à música erudita; promover o aperfeiçoamento técnico e musical; incentivar a formação de jovens músicos de orquestra; e estabelecer o intercâmbio cultural.

Na programação, concertos gratuitos, recitais em centros comunitários e aproximadamente 30 oficinas, que vão desde conceitos de regência orquestral, até noções de instrumentos de cordas, sopros, violão e piano. Para a comunidade, o festival oferece a Oficina de Apreciação Musical, de caráter didático e visa aproximar o público leigo do universo musical. A participação desta oficina é gratuita.

Outra atração é a Audição para os Jovens Solistas da Orquestra de Câmara da Semana da Música, uma iniciativa que selecionará seis estudantes para atuarem como solistas da orquestra. A intenção é incentivar a carreira de jovens músicos e descobrir novos talentos. O concerto será no dia 12 de outubro e contará com a participação da Oficina de Regência Orquestral.

Ao final de todas as atividades diárias, haverá concertos gratuitos com grupos convidados e com especialistas brasileiros e estrageiros.


Inscrições

A inscrição pode ser feita pelo site www.semanadamusica.com, ou pelo folder de divulgação do festival, que deve ser encaminhado por e-mail (casademusica@uaivip.com.br) ou enviado para o seguinte endereço:

Avenida Augusto Barbosa da Silva, nº 313
Pioneiros, Ouro Branco - MG
CEP: 36420-000

O pagamento da taxa de inscrição deverá ser realizado após o resultado do processo de seleção, dia 3 de setembro, pois somente os estudantes selecionados para participar do festival é que deverão efetuar o depósito.

A inscrição custa R$ 50 para aqueles que residem em Ouro Branco e R$ 100 para os alunos que não moram na cidade. Para estes, o valor pago dá direito a alojamento, três refeições diárias e transporte aos concertos e ensaios. Os selecionados terão de 3 a 14 de setembro para efetuar o pagamento.


Casa de Música de Ouro Branco

A Associação Cultural Casa de Música de Ouro Branco (ACCMOB), criada em 2001, é uma entidade cultural sem fins lucrativos que trabalha com o ensino e a difusão da música erudita em Minas Gerais. Atualmente, possui cerca de 180 alunos matriculados em oficinas. A ACCMOB também mantém a Orquestra de Câmara de Ouro Branco, composta por aproximadamente 20 alunos mais avançados das oficinas de cordas.

Os trabalhos desenvolvidos pela associação têm o objetivo de valorizar e divulgar a música erudita no estado, bem como democratizar o acesso à cultura, por meio de concertos e recitais abertos ao público.


Outras informações: (31) 3742-3553.

FONTE: Ministério da Cultura

terça-feira, 17 de julho de 2007

A voz e o suor

O verbo cantar nunca foi conjugado com tamanha freqüência quanto nestes tempos de revelação de Ídolos (SBT/Alterosa), além da mania do videokê, que se prolifera com a popularização do DVD. Cidade base de grandes mestres do canto popular, Belo Horizonte sedia escolas indicadas para os interessados em se aprofundar na prática, que vem atraindo candidatos de todas as faixas etárias e sociais. Com metodologias diferenciadas, Eladio Pérez-González (Fundação de Educação Artística – FEA), Maria Amália Morais (foto), a Babaya( (Babaya Escola de Canto) e a professora particular Neide Ziviani são responsáveis pelo boom do setor na capital, que viu ascender talentos como Vander Lee, Paula Santoro, Trio Amaranto, Kadu Vianna, Marina Machado e Podé Nastácia, da banda Tianastácia.

“Muitos têm metodologia apropriada ou adaptada do canto lírico, mas em Babaya eu reconheço e admiro o fato de ela se ter dedicado ao desenvolvimento de um método próprio para o canto popular”, afirma o preparador vocal e professor Ernani Maletta, cujo trabalho no curso de teatro da Escola de Belas Artes da UFMG defende a atuação polifônica do ator. Ex-aluno de Eladio e Babaya, Ernani admite que, ao trabalhar com uma diversidade maior de timbres (desde cantores de MPB aos de heavy metal, passando pelos de música pop e estrangeira), a professora acabou criando um estilo de ensino que se vem difundindo Brasil afora, graças às oficinas com apostilas próprias que Babaya ministra. Além disto, a professora já lançou os CDs O prazer da voz saudável, com mais de 5 mil cópias vendidas, e Exercícios vocais extraclasse I (Intermediário) e II (Avançado).

Mestre de intérpretes consagrados como Elizeth Cardoso e Nara Leão, Eladio Pérez-González, paraguaio radicado no Brasil há 60 anos, se adiantou e publicou o livro Iniciação à técnica vocal, cuja edição do autor está à venda na FEA (R$ 30). “O cantor tem de cantar com a voz que tem, não com a voz que gostaria de ter”, ensina Eladio, cujo método de trabalho começa com exercícios respiratórios baseados na autopercepção do cantor. “A voz é um traço físico herdado como qualquer outro do ser humano”, defende o professor, que, além de extensão, trabalha a potência e resistência da voz com seus alunos. Para dar conta de demanda, ele preparou a assistente Valéria Costa Val, com quem se reveza nas aulas.

Estilo definido
Desejo, musicalidade, disponibilidade para o estudo, curiosidade, força de trabalho e estilo estético definido são alguns dos requisitos básicos para um cantor popular, na opinião da professora Babaya. Mineira de Cássia, no Sul de Minas, que aprendeu a cantar com a mãe violinista, ela desenvolveu método próprio de trabalho a partir do encontro com a foniatra Regina Lopes, com quem criou a sua primeira escola (Voz Ativa) na capital, depois do fechamento da Música de Minas, de Milton Nascimento e Wagner Tiso. Naquela escola, ela começou a dar aulas, depois de graduar-se na Fundação Clóvis Salgado do Palácio das Artes e Ordem dos Músicos do Brasil.

Há 15 anos instalada no Bairro Santo Antônio, a Babaya Escola de Canto recebe cerca de 300 alunos por ano. “Em busca de uma escola com crédito no mercado, há dois anos e meio faço o curso de técnica vocal que me tem proporcionado sustentação para dar seis aulas por dia e ainda fazer minha aula de canto, sem maiores problemas”, diz Liliane Alves, que, além de cantora, é professora. “O método é eficaz”, garante Liliane, elogiando os projetos Cantoria, Ensaio aberto, Trampolim, Canjas de sexta , Construindo um show e Mostra de cantores (infantil e adulto), criados pela escola para dar suporte profissional aos alunos.

Boas dicção e colocação de voz, extroversão, expressão, experiência profissional e suporte financeiro são indispensáveis à carreira de intérprete, de acordo com Neide Ziviani. Ex-cantora lírica que não dispensa a técnica no ensino do canto popular, a professora diz que além do contato físico, o envolvimento mental e espiritual com o aluno são indispensáveis ao aprendizado. “É preciso trazer o canto de dentro para fora”, justifica Neide. Para ela, a voz de um cantor é moldada como uma escultura. “O trabalho é o mesmo desenvolvido com um instrumento”, compara Neide Ziviani. “As aulas são importantes para a gente ter o domínio de técnicas como respiração, emissão, dicção e sustentação, que vão nos auxiliar na preservação do aparelho fonador”, afirma o jovem cantor Kadu Vianna.

Cultura literária
De acordo com Eladio Pérez-González (foto), qualquer pessoa pode cantar, desde que desenvolva suas possibilidades e respeite seus limites naturais. Ter cultura literária também é essencial, já que às vezes o cantor terá de interpretar autores extremamente requintados, como Chico Buarque e Caetano Veloso. E mais: González diz que os cantores precisam de ter humildade para entender que, por mais talento que tenham, cada qual não passa de uma ponte entre a obra musical e o público. No curso de iniciação à técnica vocal ministrado pelo professor, depois dos rudimentos técnicos, em geral apresentados em um semestre, o aluno passa a fazer repertório. O violonista Noca Torino é responsável pelo acompanhamento em sala de aula.

Adepta de exercícios preventivos, Babaya diz que desenvolveu metodologia própria a partir do interesse dela pela saúde da voz. Fui trabalhando o aprimoramento da voz no canto popular por meio de exercícios, sem me afastar dos conhecimentos da fonoaudiologia e otorrinolaringologia, explica, salientando que a convivência com o teatro acabou contribuindo para o aprofundamento de suas técnicas. Babaya trabalha os alunos, individual e coletivamente, com o auxílio dos professores Andréa Amendoeira, Camila Jorge, Kátia Couto, Márcia Maria, Marcos Rezende, Mariana Brant, Regina Milagres, Ricardo Trigueiro, Silvia Zappulla e Rose Kátia. Preparadora vocal e ensaiadora de grupos de teatro como Ponto de Partida, de Barbacena, e Galpão, Babaya, que também trabalha com Gabriel Villela, foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria direção musical, pelo trabalho com o diretor, ao lado de Ernani Maletta e Fernando Muzzi.

ONDE ESTUDAR CANTO EM IPATINGA
Escola de Música Pereira Mello
Tel: (31) 3822-5410

Rua Caetes 375 Iguacu - - Ipatinga - MG



Escola de Educação Musical Mozart
Tel: (31) 3826-3298

Rua Aleijadinho 111 cid Nobre - - Ipatinga - MG



Escola Mun. de Música Ten. Oswaldo
Tel: (31) 3829-8398

Av Vinte e Oito de Abril 715 - an 2 Centro - - Ipatinga - MG



Coorporacao Musical Santa Cecilia
Tel: (31) 3821-6434

Av Jose Julio da Costa 2705 Ferroviarios - - Ipatinga - MG



Marta de Souza Jersey
Tel: (31) 3823-6391

Av Vinte e Oito de Abril 465 Centro - - Ipatinga - MG



Mauro Sergio Borges
Tel: (31) 3822-2575

Rua Milton Campos 466 cid Nobre - - Ipatinga - MG



FONTE: Jornal Estado de Minas
CONTINUAÇÃO: "Onde Estudar canto em Ipatinga" fonte: via 102 Telemar

Novo Edital da Ancine

A Agência Nacional de Cinema (Ancine) está abrindo inscrições para a seleção pública de projetos de obras cinematográficas de co-produção luso-brasileira.

O edital foi publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira, dia 13 de julho, e se destina a filmes longa-metragem, de produção independente, nos gêneros ficção, documentário ou animação, cujas filmagens ainda não tenham iniciado. O apoio financeiro do edital será o equivalente em reais a US$ 300 mil.

O concurso é voltado para empresas produtoras brasileiras que tenham participação minoritária em obras cinematográficas portuguesas. Serão classificados dois projetos audiovisuais, podendo a Comissão Especializada de Seleção estabelecer até dois projetos suplentes, no caso de haver alguma desistência.

São consideradas obras cinematográficas todas as realizações audiovisuais cuja matriz original de captação é uma película com emulsão fotossensível ou matriz de captação digital, cuja destinação seja prioritariamente às salas de exibição.

As inscrições estão abertas até o dia 31 de agosto de 2007 e podem ser feitas diretamente no escritório central da Ancine/Superintendência de Fomento – Av. Graça Aranha, nº 35, 4º andar, CEP 20.030-0025, Rio de Janeiro- RJ – ou via postal (encomenda expressa modalidade 24 horas), contendo dois envelopes lacrados com a seguinte identificação: Edital Nº 05/2007 - “Produção de Obra Cinematográfica de Longa-Metragem em Regime de Co-Produção Luso-Brasileira”.

O primeiro envelope deve conter a documentação exigida para o concurso e o segundo envelope, o projeto técnico (apresentado em quatro vias).

Exigências para a Participação
O proponente deve ter produzido (com participação majoritária) no mínimo uma obra cinematográfica de longa-metragem, um telefilme ou minissérie. Poderá inscrever apenas um projeto. A empresa produtora nacional precisa estar registrada junto à Ancine e ter assegurada a titularidade de pelo menos 20% dos direitos patrimoniais da obra a ser realizada em co-produção com empresa portuguesa. É vedada a inscrição de empresas na qual figure integrante-membro da Comissão Julgadora.

Os projetos serão selecionados levando em conta a relevância do ponto de vista das relações culturais entre os países envolvidos; a qualidade técnica e artística; e a relevância da participação técnica e artística nacional do país minoritário na co-produção.

Edital Quintas do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança o edital do Quintas do BNDES com alterações nos critérios de seleção. Na versão de 2007, o projeto teve reformulados os critérios de seleção de suas atrações, escolhidas a partir deste ano, por concurso.

O edital deste ano prevê que os shows sejam classificados em três categorias. Os vencedores do edital receberão R$ 18 mil (categoria Renome); R$ 12 mil (Destaque); R$ 6 mil (Novos Talentos). A mudança visa conferir maior valorização e reconhecimento aos músicos contemplados, que receberão um diploma de premiação.

Criado há 22 anos, o projeto é gratuito e aberto ao público. O objetivo do concurso é que sejam contratados tanto espetáculos artísticos musicais que já tenham demonstrado consistência, originalidade e potência criativa em jornadas anteriores quanto performances de profissionais iniciantes. Poderão participar também espetáculos que já estiverem inseridos no circuito artístico, com acesso consolidado aos canais de difusão.

Todas as informações e o regulamento do novo processo de seleção ficarão disponíveis no portal do BNDES, bem como os resultados, a fim de dar transparência e acessibilidade aos interessados.

A inscrição começa no próximo dia 18 e vai até 31 de agosto, será gratuita e aberta a artistas ou grupos de artistas e aos respectivos empresários. Um mesmo concorrente poderá apresentar mais de um projeto, destinado a artistas diferentes, mas cada artista poderá ser contemplado em um único projeto.

Poderão concorrer projetos de apresentações de qualquer gênero musical, que deverão ser claramente indicados pelo candidato no ato da inscrição. Os concorrentes optarão por uma das três categorias, conforme a qualificação dos artistas que compõem os projetos musicais.

Os resultados deverão ser divulgados até o final de outubro de 2007. As apresentações musicais dos vencedores do concurso se darão no período entre novembro de 2007 a outubro de 2008. Mais informações no site www.bndes.gov.br

Vantagens e conflitos dos sistemas de incentivo

Não sou produtor cultural. Nunca escrevi um projeto, não fazia idéia até pouco sobre como funciona um programa de patrocínio. Decidi então começar uma pesquisa localmente. A prefeitura da cidade onde moro, Recife, tem o Sistema de Incentivo a Cultura (SIC), que aprova projetos em várias áreas diferentes. De todas, concentrei meus olhares nos de música, por afinidade e pela quantidade de projetos.

No ano passado, a Secretaria de Cultura da Prefeitura da Cidade do Recife distribuiu, através do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC), um total de R$ 329.947,48 entre 11 projetos ligados à área de música. Fui conferir cada um dos projetos aprovados na edição anterior e eram quase todos para a gravação de CDs, com exceção do festival de música clássica Virtuosi.

No SIC, música não é apenas a área com o maior número de projetos aprovados, como é também a que tem os maiores valores. Seguido de teatro, que em 2006 aprovou dez projetos. No total, todos os aprovados somaram R$ 1,200,000 (um milhão e duzentos mil), que equivale a 1% da arrecadação do município. Parcela que ainda é considerado pouca para a maioria dos produtores, que defendem um recorte maior dessa arrecadação.

Isso não significa que, se aprovado, o projeto leva esse dinheiro. O que ele ganha é o direito de dar a uma empresa – um mecenas – a isenção fiscal para que esse dinheiro seja revertido diretamente em cultura. Alguns conseguem captar o que pedem, outros conseguem mais. Uma parte considerável também não consegue, o que tem levado a secretaria em repensar essa lógica. “Esse dinheiro viraria imposto arrecadado de toda forma, então talvez encaminharmos ele direto, a secretaria consiga garantir que os produtores possam fazer seus projetos”, ponderou o secretário de cultura do Recife, João Roberto Peixe.

Para ter uma idéia de quanto representa este valor de R$ 329,947,48, consultei o técnico de som Leonardo Domingues, do estúdio Mr. Mouse. Segundo ele, um disco com média de 12 faixas, gravado e mixado em estúdio, com uma prensagem de mil cópias, tem custo médio hoje de R$ 20 mil. O que significa que com o valor total distribuído entre os projetos de música poderiam ter sido gravados, por exemplo, cerca de 17 CDs. Para o SIC, custos de lançamentos devem ser suprimidos, o projeto tem que ter a cultura como um fim e também uma contrapartida social. Então esse dinheiro é única e exclusivamente para o CD.

Os 11 projetos observados têm diferenças entre os valores específicos. Os horários de gravação, por exemplo, estão custeadas entre R$ 40 e R$ 80, sendo o último valor cobrado por menos que quatro estúdios da cidade. Os mais requisitados pelos artistas que aprovam no SIC, o Fábrica e Mr.Mouse, têm valor tabelado respectivamente de R$ 70 e R$ 60, sendo sempre negociado de acordo com o cliente. Os projetos apresentam também valores diferentes para a prensagem dos CDs, serviço que só é oferecido por duas empresas, ambas cobrando o mesmo valor de R$ 4.

Segundo as regras de pontuação do SIC, esses detalhes técnicos tem peso 1 na decisão da aprovação do projeto. Para o secretário de cultura da cidade, João Roberto Peixe, "não se pode padronizar todas as áreas, cultura é algo que tem uma flexibilidade muito grande, então não teríamos como ter todos os discos ou obras de arte feitas com o mesmo valor". A garantia que a Prefeitura pode dar é estabelecer um limite de R$ 50 mil por projeto. "Um projeto diferenciado requer um custo diferenciado por ser tecnicamente diferente, não temos como estabelecer critérios para isso", explica.

Apesar disso, existem subjetividades relevantes entre os projetos aprovados. Enquanto o disco "Coque: Arrebentando Muros Invisíveis" pediu R$ 24.084,91 para um projeto que incluía ensaio, transporte e gravação de oito bandas diferentes, o disco "Maestro Ademir Araújo - O Mestre da Banda" conseguiu quase o dobro, R$ 49.999,09 (havia pedido R$ 71,590,79). Sem especificar transportes ou horas de ensaio, a única diferença entre os dois projetos é que o segundo previa o pagamento de direitos autorais no valor total de R$ 3 mil.

Observando os projetos concluídos, foi percebido que existe também um acumulo das funções propostas. Muitas vezes o próprio músico é o projetista, captador de recursos e, principalmente, produtor musical e executivo do projeto do disco. Situação que é comum na cadeia produtiva da música independente, quando as funções existentes no modelo de uma grande gravadora são suprimidas. No Sic, juntas, essas funções somam cerca de R$ 10 mil em quase todos os projetos.

Uma outra subjetividade delicada diz respeito à contrapartida social proposta pelos projetos. Em quase todos os projetos referentes à gravação de disco, é oferecido a doação de uma parte da prensagem. O grupo Sá Grama, por exemplo, destinou 150 cópias, de uma prensagem de 3 mil CDs, ao Instituto Social à Criança, presidido pela dama (sic) do Recife. Já o CD "Onde o Amor foi Demais", que aprovou um valor de R$ 48.232, ofereceu a contrapartida na forma de "gerar empregos diretos e indiretos ... porque a gravação vai ser feita em nossa cidade".

Levei a questão ao sociólogo, compositor – já teve músicas gravadas pelo ótimo Gonzaga Leal - e professor da pós-graduação em sociologia da Universidade Federal de Pernambuco Paulo Marcondes, "a contrapartida é válida, porque o CD é o material que o artista dispõe e, apesar de ser um produto estético, é também de mercado". Marcondes fez questão de frisar que precisaria de uma reflexão maior sobre o assunto, mas atentou ao fato do pouco valor que um CD tem hoje, devido à crescente queda de vendas.

Em primeira instância, entretanto, ele opina que "seria mais válido que fossem determinados um número de shows pagos, gratuito para o músico que estaria abrindo mão de seu cachê, com a renda dos ingressos revertida para essas instituições porque hoje em dia o artista fatura verdadeiramente com o show e não com o disco". Algumas contrapartidas interessantes que surgiram nos projetos diziam respeito a um trabalho aproximado à auto-estima de um bairro. De novo, o CD do Coque (uma favela do Recife) chamou atenção, já que se destinaria a trabalhar a música sob uma nova abordagem. Dizia assim: “queremos tirar o bairro dos cadernos de política dos jornais e colocar nos de cultura”.

E nas suas cidades, como funciona esse processo de incentivo a cultura?
POR: Bruno Nogueira