sábado, 28 de julho de 2007

Oscar Niemeyer

Belo Horizonte abre exposição no Palácio das Artes e no Museu de Arte da Pampulha em comemoração ao centenário do arquiteto

Para comemorar os cem anos do arquiteto que colocou o Brasil na pauta da criação mundial, nada mais significativo que inaugurar uma exposição na cidade onde surgiu a obra seminal da nova e marcante etapa da arquitetura moderna: o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte. A exposição “Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão” vai ocupar o Palácio das Artes e o Museu de Arte da Pampulha, na capital mineira, e estará aberta ao público, respectivamente, de 2 de agosto a 16 de setembro e de 3 de agosto a 23 de setembro de 2007.

Projetado por Oscar Niemeyer, aos 33 anos de idade, a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek, Pampulha, ao contrário do racionalismo que se impunha, proclama com suas curvas sinuosas uma nova poética moderna. O projeto, até hoje um marco para Minas Gerais e para o país, reafirma a força da arquitetura enquanto símbolo nacional, valor tão caro ao arquiteto.

A exposição itinerante é organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, e é realizada em Belo Horizonte graças aos governos do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e da Prefeitura de Belo Horizonte, pela Fundação Municipal de Cultura. A mostra conta com, além do curador, o empenho do próprio arquiteto e com a coordenação de Ricardo Ohtake e Kadu Niemeyer.

No Museu de Arte da Pampulha, concentram-se os aspectos poéticos da obra de Oscar Niemeyer, os fragmentos mais representativos de sua produção arquitetônica, expandidos em formato tridimensional. Nestas maquetes em grande escala destacam-se as curvas do MAC-Niterói, do Edifício Copan, as colunas do Museu de Arte da Pampulha, do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, entre outros recortes. Completa o módulo, o diálogo dessa produção com as de artistas plásticos brasileiros, como Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Portinari, Athos Bulcão, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, José Pedrosa, entre outros.

Já no Palácio das Artes, a mostra ganha tom mais documental e histórico. Por meio de textos, fotografias, desenhos, maquetes e ampliações fotográficas, estão reunidas as principais fases da arquitetura de Niemeyer. Na primeira, Pampulha: o Berço da Arquitetura Moderna Brasileira (1940 a 1943) está o início do trabalho de Oscar Niemeyer que sublinha também o início de uma identidade brasileira. A segunda fase: Forma Livre e Organicidade (1943 – 1953), marcada pela combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado (Ibirapuera, Casa das Canoas).

Por sua vez, no terceiro segmento, Brasília Modernidade, Magia e Eternidade (1953 – 1965) evidencia-se, conforme afirma o curador, “o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente” (Eixo Monumental de Brasília). Em Vivendo os Anos de Chumbo no Exterior e a Caminho de uma Arquitetura Social (1965-1989), a quarta fase revela-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília, quando se intensifica em sua obra a finalidade política, social e pública, além do apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da antiguidade (sede do Partido Comunista em Paris, A Mesquita e a Universidade de Constantine em Argel).

Finalizando este módulo, O Museu Pessoal e o Museu do Homem (1989 até hoje) demonstra a fase do pleno domínio de seu próprio vocabulário nos inúmeros projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente projeto para o Centro Administrativo de Minas Gerais (Memorial da América Latina, em São Paulo, Mac-Niterói, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Teatro do Ibirapuera em São Paulo, Museu Nacional do Conjunto Cultural da República em Brasília).

Esta exposição em homenagem aos cem anos de Oscar Niemeyer seguirá para o Rio de Janeiro (MAC-Niterói), Curitiba (MON – Museu Oscar Niemeyer) e Brasília (Museu Nacional do Conjunto Cultural da República).

Serviço:
Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão
Galeria Alberto da Veiga Guignard - Palácio das Artes
Data: 02 de agosto a 16 de setembro
Horário: terça-feira a sábado: das 9h30 ás 21h / domingo: das 16h às 21h
Endereço: Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte MG
Entrada franca
* Visitas monitoradas: Departamento de Extensão da Fundação Clóvis Salgado

Museu de Arte da Pampulha
Data: 03 de agosto a 23 de setembro
Horário: terça a domingo: das 9h às 19h
Endereço: Av. Doutor Otacílio Negrão de Lima, 16.585- Belo Horizonte MG
Funcionamento: terça a domingo, das 9h às 19h
Entrada franca
*Visita monitorada mediante agendamento pelo telefone 3277-7953


FONTE: Secretaria de Estado da Cultura (MG)


Regras e modelo para rede pública de TV

A transição para um modelo de gestão no processo de criação da rede pública de TV é algo crucial, na visão do ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social. A opinião foi dada na última reunião, realizado em 20 de julho, com representantes da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).

A construção de uma rede nacional por essas TVs foi defendida pelo ministro Franklin Martins. Segundo ele, existe no Brasil uma cultura de transmissão em rede. “Se nós não tivermos uma rede nacional simultânea, nós não teremos escala para sermos apreciados ou criticados nacionalmente”, argumentou.

Franklin Martins também defendeu a abertura de espaço para a programação local, com no mínimo quatro horas dedicadas a ela. “Isso não é um luxo, é parte do projeto”, disse o ministro.

O ministro reconheceu que o governo tem que ter uma postura mais clara em relação às emissoras de televisão e rádios comunitárias. “No caso das rádios comunitárias, a situação atual é de um absoluto faroeste. O governo tem que fazer um mutirão e organizar para ver quem tem ou não direito”, disse.

O ministro ressaltou que a nova TV pública irá auxiliar as TVs comunitárias, que poderão aproveitar a programação produzida.

Também foi debatida, durante o evento, a possibilidade de criar faixas temáticas de programação, que deverão ser seguidas pelas emissoras associadas. Assim, mesmo que as emissoras não transmitam o mesmo programa, deverão respeitar, de acordo com o horário, o tipo de programação que será exibido.


FONTE: Cultura e Mercado

Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa

Ministério da Cultura lança primeira edição da iniciativa voltada ao reconhecimento de ações culturais de valorização do idoso

Estão abertas as inscrições para o I Concurso Público Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa 2007, criado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), em parceria com o Instituto Empreender. O Edital do Concurso Público, assinado pelo secretário Sérgio Mamberti, foi publicado nesta quarta-feira, dia 25 de julho, na Seção 3 do Diário Oficial da União.

Podem participar do concurso pessoas físicas e jurídicas de natureza cultural, públicas ou privadas, sem fins lucrativos, que já tenham desenvolvido ou que desenvolvem ações de inclusão das pessoas pertencentes a esse grupo etário. Toda a documentação necessária para o ato de inscrição consta no edital.

O Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa é resultado de proposta identificada pela SID, com base na Lei nº 10.741, de outubro de 2003, que cita em seu artigo 3º a obrigação do poder público de assegurar ao idoso a efetivação do direito à cultura.

Dentre as propostas culturais recebidas, 20 serão escolhidas pela comissão de seleção, a ser composta por especialistas convidados, técnicos e dirigentes do Ministério da Cultura. Cada iniciativa selecionada receberá um certificado e o valor de R$ 20 mil. Os recursos são da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

São objetivos do prêmio valorizar e ampliar o reconhecimento e a visibilidade das expressões culturais e de identidade da pessoa idosa; valorizar e favorecer a transmissão de conhecimentos e vivência às demais gerações; apoiar o desenvolvimento de projetos culturais de natureza integrada direcionados à pessoa idosa; e outros.

Os concorrentes poderão inscrever até três propostas, sempre obedecendo as disposições contidas no edital. As inscrições estarão abertas até o dia 8 de setembro, e só serão feitas por meio dos serviços de postagem dos Correios (ECT), para o endereço Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa 2007 – Caixa Postal nº 8572-X – SHS Quadra 2, Bloco B, CEP: 70312-970 – Brasília/DF.


Leia o Edital;
Baixe o Formulário.

Mais informações: (61) 3226-1084 ou premio@institutoempreender.org.


FONTE: Ministério da Cultura


Sabe onde fica São Gonçalo do Rio Abaixo?



Se você não sabe saiba que lá tem um Centro de Cultural criado pelo município, isso se chama vontade política.



A população de São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, conta com mais uma atração a partir de hoje, 27 de julho. Trata-se da inauguração do Centro Cultural do município, às 19h. Para comemorar este momento importante, várias atrações culturais serão apresentadas até terça-feira (31).

O Centro Cultural São Gonçalo do Rio Abaixo - que tem o apoio institucional do Ministério da Cultura - conta com uma área construída de 1.104,27 m² e abrigará a Biblioteca Municipal, um auditório com mezanino e camarim, com capacidade para 299 lugares; áreas de exposições e salão multiuso que comporta até 50 pessoas. Tudo adaptado para o acesso de portadores de necessidades especiais. O local tem como propósito levar cultura, lazer e entretenimento à população.

Para a diretora do Centro Cultural, Míriam Blonski, o espaço funcionará como um pólo irradiador de cultura e, ao mesmo tempo, para a vivência de cidadania e interação social. "O objetivo do Centro Cultural é brindar a população com um espaço onde ela possa se sentir em casa, com liberdade para manifestar sua arte e sua sensibilidade."


Agenda de inauguração
Constam da programação apresentações de corais, lançamento do selo e carimbo comemorativos, exibição do filme brasileiro 2 Filhos de Francisco, encontro com escritores e vários espetáculos. A festa será encerrada na terça-feira, dia 31 de julho, com um show do cantor Zé Ramalho, às 21h.

Também será entregue, na solenidade, a insígnia Grande Medalha São Gonçalo do Rio Abaixo a personalidades que se empenharam na prestação de serviços notáveis ao município. Veja a programação.


São Gonçalo do Rio Abaixo
Embora tenha um pouco mais de três séculos de existência, a cidade mineira conserva sua história e mantém as belezas naturais. As igrejas ainda são em estilo barroco e rococó. Na parte alta fica a Matriz de São Gonçalo, que pode ser vista de diversos pontos. Na parte baixa, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, conhecida pelos antepassados como templo destinado aos pobres e escravos. Há, ainda, a Igreja de Santa Efigênia, construção mais recente que hoje é tida como símbolo de memória do Padre João Marques Guimarães, que viveu durante 50 anos na cidade.



O município possui aproximadamente 11.800 habitantes. Localiza-se entre as serras do Catungui e do Tamanduá e é fundada às margens do Rio Santa Bárbara. Situa-se a 84 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte.


Treinamento sobre a Lei Estadual de Incentivo - novos locais

Acessibilidade do público, valorização da memória, do patrimônio cultural material e imaterial e permanência da ação são alguns dos critérios avaliados pela Comissão Técnica de Análise de Projetos (CTAP) para aprovação de projetos pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Para orientar os produtores e empreendedores culturais da capital sobre a elaboração de projetos, a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais realiza, no dia 2 de agosto(quinta-feira), às 14 horas, um treinamento gratuito na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21). As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas, previamente, pelo telefone (31) 3269.1070, das 14 às 18 horas.

O treinamento será realizado ainda em quatro cidades do interior: Teófilo Otoni, Governador Valadares, Juiz de Fora e Paracatu. Confira a data e o local do treinamento em cada cidade:

Juiz de Fora
Dia 31 de julho às 14 horas
Local - Auditório do Banco do Brasil
Endereço - Rua Halfeld, 770 - 3º andar - Centro

Teófilo Otoni
Dia 02 de agosto às 14 horas
Local - Nobre Palace Hotel
Endereço - Av. Francisco Sá, 392 - Centro

Governador Valadares
Dia 03 de agosto às 14 horas
Local - Ardoce
Endereço - Av. Brasil, 3261 - Centro

Paracatu
Dia 06 de agosto às 14 horas
Local - Casa de Cultura
Endereço - Rua do Ávila, s/n - Centro Histórico

E não se esqueça! As inscrições de projetos para a lei poderão ser feitas até o dia 13 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10 às 16 horas, na sede da Secretaria – Palacete Dantas (Praça da Liberdade, 317, BH/MG – Cep 30.140-010) -, ou pelo Correio.

Acesse os formulários para preenchimento.
Informações pelos telefones (31) 3269.1024/3269.1070/ 3269.1126.

ESCLARECIMENTO

A matéria publicada abaixo é relativa ao Estado de São Paulo e numa visão crua pouco têm sentido ser publicada aqui. Porém é importante ressaltar o que vêm sendo feito naquele Estado para que possamos cobrar, do nosso, ações que possam vir de encontro às já praticadas em outros e que possam enriquecer o trabalho artístico mineiro.

PAC divulga novos editais (SP)

Estão abertas as inscrições relativas ao concurso público para seleção de projetos referentes ao PAC 10 – "Apoio à produção de números circenses" e ao PAC 11 - "Apoio a Grupos Circences".

O edital referente ao PAC 10 – "Apoio à produção de números circenses", irá selecionar 30 projetos que receberão R$ 10.000,00 cada, totalizando um valor de R$ 300.000,00 em recursos.

Já o edital referente ao PAC 11 - "Apoio a Grupos Circences", irá selecionar 11 projetos que receberão R$ 45.000,00 cada, totalizando um valor de R$ 495.000,00 em recursos.

Os interessados devem enviar seus projetos dentro de 02 (dois) envelopes lacrados, com a identificação, até o dia 25 de agosto, na Secretaria de Estado da Cultura, situada na Rua Mauá nº 51, Bairro Luz, São Paulo - SP, CEP 01028-900.
Para mais informações acesse www.cultura.sp.gov.br

FONTE: Cultura e Mercado

Guerra de Condes

Batalha judicial travada há cerca de um ano entre um centro cultural e uma casa noturna na região central de Belo Horizonte se torna a cada dia mais intensa.

De um lado está o Espaço Funarte – Casa do Conde, cujos cinco galpões, além do terreno externo à construção centenária, são administrados pela Fundação Nacional de Arte (Funarte). Do outro, a Estação do Conde, galpão de arquitetura moderna, recém-construído no local, onde, além de shows, são realizados eventos diversos, a cargo da iniciativa privada.

No meio dos dois está o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-MG), que fez da Casa do Conde de Santa Marinha – parte integrante do conjunto arquitetônico da Praça da Estação – a sua sede oficial em Belo Horizonte. `Para começar, o problema da Estação do Conde é de audiometria´, acusa Maria Antonieta Antunes Cunha, presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC) e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, que não aprovou a construção do galpão no terreno vizinho à Casa do Conde. O funcionamento da Estação do Conde vem sendo garantindo por alvarás eventuais, expedidos pela Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte, com base no Código de Posturas do Município.

"A Prefeitura de Belo Horizonte é maravilhosa para cobrar, mas lenta na prestação de serviços", protesta Tarcísio Ribeiro, responsável pela gestão da casa de shows, de propriedade do empresário Mário Valadares, dono também do Shopping Oiapoque. Segundo o gestor, a construção contemporânea – feita em ferro, metal e telhas acústicas – não só tem vedação do som como também revestimento em vidro para garantir a visibilidade da Casa do Conde. "Há um ano estamos negociando com o conselho, que ainda não tem uma decisão para o conflito", acrescenta. O galpão de 2,1 mil metros quadrados foi construído em área de 4 mil metros quadrados, vizinha à Casa do Conde e ao Viaduto da Floresta, que, antes de ser adquirida por Mário Valadares, sediava um estacionamento de ônibus.

"Além da utilização cultural, procuramos fazer a obra dentro do conceito arquitetônico da região, inclusive com uma cúpula piramidal que lembra a da Casa do Conde", defende-se Tarcísio Ribeiro, que diz estar sofrendo pressão dos órgãos públicos para acabar com a Estação do Conde. "Talvez a ação correta seja paralisar as atividades ou deixar o imóvel cair", acredita o gestor do espaço particular, que, além de artista plástico, também se define como ecologista.

Conflito de interesses "Nos tornamos refém da Estação do Conde desde abril, quando recebemos o projeto Colaboratório, do Festival Internacional de Dança, que teve de transferir uma apresentação por causa do barulho vindo do show que estava sendo realizado na casa", afirma Mirian Lott, coordenadora do Espaço Funarte – Casa do Conde, acusando a inexistência de tratamento acústico na casa de shows. De acordo com a coordenadora da Funarte, apesar de ela ter procurado Tarcísio Ribeiro na tentativa de adequar a programação dos dois espaços, é praticamente impossível isso ocorrer, porque os eventos são realizados quase simultaneamente no espaço cultural e na casa noturna.

O conflito, segundo Mirian Lott, chegou a tal ponto que ela decidiu levar o problema à direção da Funarte, com sede no Rio de Janeiro. Uma greve nacional dos profissionais do Ministério da Cultura, que se arrasta desde maio, no entanto, não permitiu que o órgão federal se posicionasse diante da polêmica. De acordo com Maria Antonieta Antunes Cunha, o empreendedor da casa noturna ficou de encaminhar ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte uma proposta para corrigir as irregularidades.

"A obra é irregular e tem de ser refeita", cobra a também presidente da Fundação Municipal de Cultura. Superintendente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Artístico (Iphan) no estado, Leonardo Barreto diz que a responsabilidade do conflito é da Prefeitura de Belo Horizonte, pois o tombamento da Casa do Conde foi feito na esfera municipal, além da estadual. "Pelo que sei, há um processo na Polícia Federal contra a Estação do Conde, que teria invadido terreno que pertencia ao espólio da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). De nossa parte, a observação é em relação à edificação da casa de shows, que é danosa à apreciação do conjunto arquitetônico da região", afirma Leonardo.


FONTE: Estado de Minas
POR: Ailton Magioli

Festival de Arte Negra anuncia programação para 2007

Quantidade, qualidade, abrangência e um foco muito bem definido são características da programação da edição deste ano do Festival de Arte Negra (FAN), que acontece de 19 a 25 de novembro. A lista de atrações, que acaba de ser divulgada, inclui artistas de renome nacional, como os músicos Jorge Ben Jor, Martinho da Vila e Mart’nália, o coreógrafo Ismael Ivo e, também, diversas atrações vindas de países africanos situados acima da linha do Equador, como Nigéria, Senegal e Mali.

A curadoria, formada pelo ator e diretor Adyr Assumpção e pelo coreógrafo e bailarino Rui Moreira, resolveu, mais uma vez, voltar seu olhar para a África, de forma a estabelecer pontes entre os vários caminhos das artes negras.

"A cada edição precisamos ter um recorte porque, quando se fala em arte negra, há sempre muita coisa para ser abordada. Pegamos o mapa da África, dividimos em linhas políticas e históricas e fizemos essa escolha, pelos países que estão acima da linha do Equador. Essa região, do império Mali, do Senegal, abrange países com uma tradição cultural muito intensa e que têm um diálogo estreito com o processo histórico brasileiro. Percebemos que havia confluência suficiente para abordar, nesta edição, aquela parte da África", diz Moreira.

É de lá que vem, por exemplo, uma exposição de máscaras e objetos da cultura Bijagós, da Guiné Bissau, com curadoria de Emanoel Araújo, que abre este 4º FAN. O curador também destaca o show de Doudou N’Diaye Rose, o mais famoso percussionista senegalês e um dos mais renomados músicos africanos do século XX. "Ele criou toda uma geração de músicos e vai tocar, aqui, com o o nosso senegalês, o Mamour Ba", diz. Outra atração a que ele dá relevo é a Cia. Jant-Bi, também do Senegal, que traz ao evento o espetáculo "Waxtaan".

"São jovens dançarinos que levam para o palco um espetáculo que mistura dança e teatro para falar de um contexto africano atual, contemporâneo. Vai ser uma semana realmente bastante intensa, com grandes espetáculos, discussões e as rodas de conversa no Ojá, que, aliás, também é um trunfo do festival", aponta, referindo-se ao mercado que será montado na Casa do Conde de Santa Marinha, onde está concentrada a maior parte das atrações.

FONTE: O Tempo
POR: Daniel Barbosa

Mostra de música internacional de Olinda abre inscrições para cursos

A Mostra Internacional de Música em Olinda - Mimo chega à sua quarta edição em setembro (entre os dias 3 e 9) reforçando o encontro da música de concerto com a música popular no Brasil, sob a inspiração da arte barroca. Serão mais de 150 músicos que estarão envolvidos em 80 atividades gratuitas. Além de concertos nacionais e internacionais nas igrejas do Patrimônio Histórico da cidade, a mostra terá a "Etapa educativa", com cursos de formação de orquestra, master classes e workshops. As inscrições ficam abertas até 15 de agosto através do site www.mimo.art.br.

FONTE: Agência JB

Gil cede música para comercial de banco

Tecnicamente, o ministro Gilberto Gil (Cultura) não infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal.


Num comercial do Itaú Bankline, feito pela agência de publicidade África e que vem sendo veiculado na TV, outro cantor interpreta uma versão modificada de "Pela Internet", canção de Gil que já havia sido tema de propaganda do banco antes que o compositor integrasse o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O uso da música de Gil e a semelhança entre a voz que interpreta a canção e a sua, no entanto, dão margem a questionamentos éticos, dizem especialistas ouvidos pela Folha.

A socióloga Maria Victoria Benevides, integrante da Comissão de Ética Pública do governo federal entre 2003 e 2006, afirma que, se fosse Gil a cantar a música, haveria "um problema ético evidente" no fato de um ministro de Estado fazer uma propaganda para um banco, "ainda que fosse de graça" -já que poderia haver conflito de interesses entre esse trabalho e ações do ministério que dissessem respeito ao Itaú Cultural, por exemplo.

Estaria configurada "uma incompatibilidade flagrante", afirma a socióloga.

A coisa muda de figura com o fato de a canção ser interpretada por outra pessoa. Entretanto, Benevides diz que a semelhança entre as vozes e a possibilidade de confusão criam uma situação "muito delicada".

Questionada pela Folha, a assessoria que cuida de assuntos "artísticos" do ministro disse que "a editora de Gil aprovou a utilização da obra com autorização do autor".

Informou ainda que "a mudança na letra foi feita pela agência" e que "a versão no- va é de propriedade e uso exclusivo do banco Itaú por seis meses". Ao final, ressal- tou: "A voz usada no comercial não é de Gil".

Para Benevides, a gravação da propaganda "não é um problema do ponto de vista do Código de Ética, mas é um problema do ponto de vista pessoal dele". "Eu não teria feito", ela afirma, para não gerar confusão.

"Fica uma coisa fronteiriça em relação a constrangimentos pessoais. É lógico que alguma atração em relação a quem fez isso tem a ver com o fato de ele ser ministro", ela diz.

"Pessoalmente acho que, entrou no ministério, assumiu cargo público, não pode mais receber um tostão de lugar nenhum. As pessoas fazem escolhas na vida. Então agüentem enquanto estão lá [na administração federal]."

Roberto Romano, professor de ética e filosofia política na Unicamp, diz não ver gravidade maior no fato, mas afirma que a "clonagem" da voz de Gil torna "confuso o parâmetro de responsabilização". "E é preciso ter parâmetros de responsabilização claros", ele diz.

Apesar de a voz não ser do ministro, Romano diz que "a personalidade conhecida é ele". "Ele não pode mais abdicar de si mesmo; Gil tem uma figura pública construída."


FONTE: Folha de São Paulo
POR: Rafael Cariello