Para comemorar os cem anos do arquiteto que colocou o Brasil na pauta da criação mundial, nada mais significativo que inaugurar uma exposição na cidade onde surgiu a obra seminal da nova e marcante etapa da arquitetura moderna: o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte. A exposição “Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão” vai ocupar o Palácio das Artes e o Museu de Arte da Pampulha, na capital mineira, e estará aberta ao público, respectivamente, de 2 de agosto a 16 de setembro e de 3 de agosto a 23 de setembro de 2007.
Projetado por Oscar Niemeyer, aos 33 anos de idade, a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek, Pampulha, ao contrário do racionalismo que se impunha, proclama com suas curvas sinuosas uma nova poética moderna. O projeto, até hoje um marco para Minas Gerais e para o país, reafirma a força da arquitetura enquanto símbolo nacional, valor tão caro ao arquiteto.
A exposição itinerante é organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, e é realizada em Belo Horizonte graças aos governos do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e da Prefeitura de Belo Horizonte, pela Fundação Municipal de Cultura. A mostra conta com, além do curador, o empenho do próprio arquiteto e com a coordenação de Ricardo Ohtake e Kadu Niemeyer.
No Museu de Arte da Pampulha, concentram-se os aspectos poéticos da obra de Oscar Niemeyer, os fragmentos mais representativos de sua produção arquitetônica, expandidos em formato tridimensional. Nestas maquetes em grande escala destacam-se as curvas do MAC-Niterói, do Edifício Copan, as colunas do Museu de Arte da Pampulha, do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, entre outros recortes. Completa o módulo, o diálogo dessa produção com as de artistas plásticos brasileiros, como Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Portinari, Athos Bulcão, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, José Pedrosa, entre outros.
Já no Palácio das Artes, a mostra ganha tom mais documental e histórico. Por meio de textos, fotografias, desenhos, maquetes e ampliações fotográficas, estão reunidas as principais fases da arquitetura de Niemeyer. Na primeira, Pampulha: o Berço da Arquitetura Moderna Brasileira (1940 a 1943) está o início do trabalho de Oscar Niemeyer que sublinha também o início de uma identidade brasileira. A segunda fase: Forma Livre e Organicidade (1943 – 1953), marcada pela combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado (Ibirapuera, Casa das Canoas).
Por sua vez, no terceiro segmento, Brasília Modernidade, Magia e Eternidade (1953 – 1965) evidencia-se, conforme afirma o curador, “o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente” (Eixo Monumental de Brasília). Em Vivendo os Anos de Chumbo no Exterior e a Caminho de uma Arquitetura Social (1965-1989), a quarta fase revela-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília, quando se intensifica em sua obra a finalidade política, social e pública, além do apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da antiguidade (sede do Partido Comunista em Paris, A Mesquita e a Universidade de Constantine em Argel).
Finalizando este módulo, O Museu Pessoal e o Museu do Homem (1989 até hoje) demonstra a fase do pleno domínio de seu próprio vocabulário nos inúmeros projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente projeto para o Centro Administrativo de Minas Gerais (Memorial da América Latina, em São Paulo, Mac-Niterói, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Teatro do Ibirapuera em São Paulo, Museu Nacional do Conjunto Cultural da República em Brasília).
Esta exposição em homenagem aos cem anos de Oscar Niemeyer seguirá para o Rio de Janeiro (MAC-Niterói), Curitiba (MON – Museu Oscar Niemeyer) e Brasília (Museu Nacional do Conjunto Cultural da República).
Serviço:
Oscar Niemeyer Arquiteto Brasileiro Cidadão
Galeria Alberto da Veiga Guignard - Palácio das Artes
Data: 02 de agosto a 16 de setembro
Horário: terça-feira a sábado: das 9h30 ás 21h / domingo: das 16h às 21h
Endereço: Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte MG
Entrada franca
* Visitas monitoradas: Departamento de Extensão da Fundação Clóvis Salgado
Museu de Arte da Pampulha
Data: 03 de agosto a 23 de setembro
Horário: terça a domingo: das 9h às 19h
Endereço: Av. Doutor Otacílio Negrão de Lima, 16.585- Belo Horizonte MG
Funcionamento: terça a domingo, das 9h às 19h
Entrada franca
*Visita monitorada mediante agendamento pelo telefone 3277-7953
FONTE: Secretaria de Estado da Cultura (MG)