segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Eu não poderia iniciar os comentários da edição de hoje sem antes demonstrar da enorme SURPRESA que fui tomado hoje pela manhã. Na edição de sexta-feira (24/08) instalei no site um contador numérico que serve para contabilizar os acessos ao site. A surpresa foi que na mesma sexta-feira tivemos um volume superior à 70 acessos. Confesso que ao instalar o contador fiquei meio receoso em estar escrevendo pra ninguém ler, daí a SURPRESA. Começo a segunda-feira com um compromisso maior, à partir de agora, contabilizando 208 visitas no final de semana. Disso tudo só tenho a agradecer à vocês amigos (as) leitore (as).

Chega de rasgação de seda
Na edição de hoje destaque para a matéria publicada pela Folha de São Paulo na capa da Ilustrada de ontem onde o sociólogo Sérgio Miceli, o filósofo Renato Janine, o crítico Ismar Xavier e o psicanalista Tales Ab´Sáber comentam a novela da Globo "Paraíso Tropical" e vêm nas tramas de Gilberto Braga uma representação sofisticada do Brasil. Vale a pena ler.

Destaque ainda para o melhor e o pior da Festa literária de Parati, para os personagens favoritos da comédia, segundo o comediante Chico Anysio, o comentário da Revista Bravo! sobre o novo espetáculo do Grupo Galpão "Pequenos Milagres".

Tomei a liberdade de replicar o e-mail recebido da amiga Marília Siqueira, do Clube dos Escritores de Ipatinga.

Vale lembrar ainda que o minitro Gilberto Gil vêm amanhã à Belo Horizonte lançar o projeto TEIA 2007 no Palácio das Artes, conforme publicado aqui no dia 23/08.

A todos uma boa leitura.

Novidades do CLESI

Queridos poeta-amigos e cia,


Temos novidades no ar! Não deixem de ver o que todos nós precisamos: Um mundo mais humano e de paz, onde um pouco de poesia seja de importância fundamental e transformadora para a vida.

Visitem os sites www.clesi.com.br e www.jornalaldrava.com.br


Marilia Siqueira Lacerda
Coordenadora do Clube dos Escritores de Ipatinga
Cônsul de Poetas del Mundo em Ipatinga, Minas Gerais, Brasil
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=2575
FONTE: e-mail recebido

Você no Palco

No espetáculo Pequenos Milagres, o grupo mineiro Galpão transforma histórias verídicas em dramaturgia uma tendência que vem conquistando adeptos também na literatura e na televisão

* por Mariana Delfini



Um menino vagueia pelas ruas de São Paulo carregando uma cabeça decepada de cachorro embrulhada em jornal. O personagem bem poderia ter saído de um espetáculo sombrio, cheio de metáforas sobre a condição humana, ou de um livro de narrativas fantásticas. Mas ele pertence à "vida real": chama-se José Tarcísio Alves dos Santos, tem 11 anos e saiu do interior de Minas Gerais com a missão de encontrar um médico que fizesse um teste de raiva "no pacote". Essa é umas das histórias que o grupo mineiro Galpão leva para o palco neste mês em Pequenos Milagres, peça com que a companhia comemora 25 anos. O espetáculo é composto por quatro histórias verídicas que, deslocadas para o teatro, ocupam um espaço fronteiriço entre realidade e fantasia: interpretados por atores, seus personagens não devem nada aos heróis ou anti-heróis da ficção.

A idéia foi do diretor convidado Paulo de Moraes, do grupo Armazém, que sugeriu uma montagem parecida com o que o escritor Paul Auster havia feito no livro Achei que Meu pai Fosse Deus, que reuniu narrativas de americanos comuns. "Com essa empreitada, eu poderia continuar com o meu trabalho de construção de dramaturgia e o Galpão manteria sua principal característica, a de identifi cação com o imaginário popular do Brasil e principalmente de Minas Gerais", diz Paulo de Moraes.

As quatro histórias selecionadas O Vestido, O Pracinha da FEB, Cabeça de Cachorro e Casal Náufrago concorreram com mais de 600 cartas e e-mails que chegaram ao grupo por meio da campanha Conte Sua História, realizada em 2006. A escolha foi feita de acordo com as possibilidades de dramatização que cada uma oferecia. Em alguns casos, foi necessário ficcionalizar os depoimentos para traduzir essas sensações, sem deturpar a história. Para caracterizar a separação dos pais da protagonista do episódio O Vestido, por exemplo, foram criados um pai e uma mãe para encenar a separação. O projeto, portanto, não previa uma simples narrativa dos fatos: se ajudasse a dar a dimensão da realidade, a ficção não era descartada.

Apesar da adaptação feita pelo Galpão, as pessoas cujas narrativas serviram de inspiração para Pequenos Milagres se identifi caram com os personagens levados ao palco. Maristela de Fátima Carneiro, a mulher que realizou o sonho de usar um vestido igual ao desejado na infância, ficou surpresa com a sensibilidade dos atores. "Inês Peixoto [a atriz] consegue passar a alegria que eu senti ao rodopiar com o vestido", diz. Também gostou da cena da separação dos pais. "Parecia que eles tinham adivinhado a relação entre os meus pais. Eu escrevi uma frase e eles fizeram uma interpretação que bateu certinho."

Antes da peça, Maristela não tinha contado para ninguém que seu vestido de casamento foi a realização de um sonho de infância. "Não era segredo, mas eu achava que era uma história só minha. Quando eu soube que tinha sido escolhida pelo Galpão, comecei a contar para as outras pessoas e dar mais valor para ela." E acrescenta: "O casamento durou só três anos, mas minha história agora está eternizada".


FONTE: Bravo!

Os Favoritos de... Chico Anysio

As principais criações do comediante encontram-se na coletânea ''É Mentira, Chico?'', recém-lançada pela editora Resultado. Com ares de enciclopédia, o livro nasceu por insistência do cartunista Ziraldo. Traz informações sobre 80 dos cerca de 200 tipos que, durante seis décadas, brilharam no rádio ou na televisão. Quarenta caricaturistas ilustram parte dos verbetes. Cearense de Maranguape, 76 anos, Chico aponta os quatro personagens de humor que mais admira

* por Chico Anysio


1. CARLITOS
"O vagabundo que Charles Chaplin concebeu e imortalizou é muito especial, e não só em virtude da faceta cômica. Ele também carrega uma dose enorme de emoção e lirismo, o que o faz absolutamente único. Uma composição sem nenhum erro ou deslize. Carlitos é tão bom e tão eterno que quase ninguém lembra de outros tipos incorporados por Chaplin ao longo de sua fértil carreira."

2. MONSIEUR HULOT
"Criação inesquecível de Jacques Tati. O diretor e produtor francês teve a engenhosidade de levar para o cinema falado um personagem praticamente mudo, que dizia apenas o próprio nome. Tudo em Monsieur Hulot é deslumbrante: o modo de andar, de parar, de sentar, de ouvir, de imaginar... Por filmar em cidades que ele mesmo mandava construir, Tati acabou tornando suas produções extremamente caras e pouco rentáveis. Resultado: a falência. Ainda assim, longas como Meu Tio, de 1958, e As Aventuras de Monsieur Hulot no Tráfego Louco, de 1971, se converteram em marcos na história do humor."

3. INSPETOR CLOUSEAU
"Um autêntico delírio de Peter Sellers. O ator inglês já havia se notabilizado por ser um exímio 'fazedor' de tipos até encarnar o confuso policial de A Pantera Cor-de-Rosa. Na pele do personagem, alcançou o auge. Junte-se a seu excepcional trabalho de interpretação a incrível trilha musical de Henri Mancini, e o filme de 1963, dirigido por Blake Edwards, se transforma numa verdadeira aula. Nada de exagero, nada faltando, tudo na medida, tudo dentro de um padrão inatingível de qualidade. Fico surpreso quando vejo Steve Martin, tido como bom comediante, aceitar o desafio de reviver Clouseau no cinema. É muita coragem."

4. JOÃO CANABRAVA
"Sempre declarei que considero o personagem de Tom Cavalcante um dos dez melhores já criados em todo o mundo. Ninguém faz um bêbado com tanta perfeição. Do olhar ao posicionamento das mãos, da postura corporal ao modo de caminhar, da voz ao 'timing de comédia', João Canabrava é irrepreensível. Seu momento de glória se dá em Chico.Tom, espetáculo que Tom e eu costumamos encenar
juntos pelo país. Durante 20 minutos, Canabrava arrebenta e conduz a platéia ao delírio."


FONTE: Bravo!

Cine Cufa Periferia Criativa 2007

Festival acontece nos dias 3 e 4 de novembro na Casa do Cantador, em Ceilândia


Com apoio do Ponto de Cultura Central Única das Favelas do Distrito Federal (Cufa/DF), a produção audiovisual da periferia de Brasília terá um novo espaço para mostrar suas criações. É a primeira edição do Cine Cufa Periferia Criativa que acontece nos dias 3 e 4 de novembro, na Casa do Cantador, em Ceilândia.

As obras audiovisuais, de periferias tanto nacionais e internacionais, que quiserem participar têm até o dia 2 de outubro para fazer a inscrição. Para Japão, produtor e coordenador do festival, o objetivo deste evento é fazer um trabalho da comunidade para as comunidades e valorizar a criatividade da 'galera' da periferia. "Queremos mostrar a garra de quem está dentro da favela, que produz cultura com estrutura ou não. E divulgar para o Brasil e para o mundo os trabalhos feitos nas periferias, mostrando a sua realidade", destacou.

Para participar é necessário preencher um formulário e encaminhar por e-mail (cineperiferiacriativa@gmail.com). Também deverá enviar a autorização de liberação para exibição do filme. Após a data de encerramento das inscrições será dado um prazo de cinco dias úteis para que a cópia do filme seja recebida pela organização do evento.

A lista com os nomes dos filmes selecionados vai estar disponível no blog oficial do evento (www.cufa-blogspot.com), a partir do dia 15 de outubro. Os responsáveis por cada obra selecionada também receberão comunicado via e-mail.


A Casa do Cantador fica na QNN 32, Área Especial nº 6, na Ceilândia Sul, Distrito Federal.


Leia o Edital.


FONTE: Ministério da Cultura

Gilberto Braga leva novela ao limite da forma, diz psicanalista

Gilberto Braga é o queridinho dos intelectuais. Mais do que os pequenos golpes da prostituta Bebel ou as vilanias de ricos e arrivistas, alguns dos principais pensadores da sociedade brasileira vêem nas novelas do autor de "Paraíso Tropical" uma representação sofisticada do país.

Considerado o melhor novelista atual do Brasil por acadêmicos entrevistados pela Folha, o criador de "Dancin' Days", "Vale Tudo" e "Celebridade", entre outros sucessos, é elogiado por seu diálogo com a tradição cinematográfica norte-americana e a ficção de Nelson Rodrigues.


"Acho ele melhor do que os outros autores", diz Sergio Miceli, professor de sociologia da USP, que vê o interesse de sua dramaturgia na "aposta em mostrar o lado menos bonzinho, mais perverso" dos personagens. "Ele tem um lado de contra-senso, de um sentido menos domesticado", diz.

Miceli conta que havia parado de ver novelas anos atrás, mas que foi fisgado por "Paraíso Tropical" por causa de sua mulher. "Ela se ligou na novela e acabei me ligando também."

O sociólogo aponta problemas na trama atual, como personagens estereotipados, distantes da ambivalência maior que, para ele, predominava em folhetins anteriores de Braga.

Outros são classificados por ele como "bastante simpáticos", mesmo se caricatos, caso do executivo-vilão interpretado por Wagner Moura. "O Olavo não pode ver uma mulher que já vai e marca o quarto; é de uma animação! É inacreditável. O personagem tem um lado completamente caricato, é um herói de quadrinhos. Como você pode ter um peru em prontidão permanente dessa maneira?", diz, bem-humorado.

Para o psicanalista Tales Ab'Sáber, Braga é o "grande inventor moderno" do gênero telenovela e o levou "até o limite extremo da sua forma". Por ter feito tanto, a seu ver, Ab'Sáber chega a comparar o salto qualitativo atingido pelo autor em "Vale Tudo" (1988) com o nível atingido por Machado de Assis em suas obras de maturidade.

Elite cínica e violenta

"Não foi por acaso, portanto, que ele deu o seu próprio salto mortal, como ocorreu com Machado de Assis cem anos antes no registro da alta literatura". Segundo ele, em "Vale Tudo", Gilberto Braga "passa a olhar o Brasil do ponto de vista radical de uma elite beneficiária da vida nacional estagnada, que opera com liberdade cínica e violência sistemática a sua relação com uma classe média ambígua ao extremo em relação à ordem de exploração e ao descompromisso do grande dinheiro por aqui".

Isso significou, segundo Ab'Sáber, que "a novela brasileira, finalmente, estava à altura da história". "Gilberto Braga é de fato o único dramaturgo da TV brasileira que pode ter no Brasil o seu personagem", diz.

O novelista, em entrevista à Folha, disse que tenta simplesmente "mostrar o Brasil real, muitas vezes com ironia".

Ab'Sáber vê em "Paraíso Tropical" a realização de "algo novo" na dramaturgia. "Nessa novela, os vilões são impotentes, e a cada ato de interesse imoral rumo ao dinheiro --o sujeito oculto de toda a trama-- corresponde uma imediata frustração. Nada se realiza nos planos gerais de supremacia de quem os tem. No plano das novelas, isso é muito novo", diz.

"Creio que se comenta aí o estado de moratória social e de crise de orientação das elites, que têm um mal-estar com o fato de estarem condenadas ao país degradado no qual vivem em pleno benefício, além de se sentirem punidas com a estagnação histórica do país, que elas mesmas promoveram."


Melodrama temperado
Menos taxativo que Ab'Sáber, o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP Ismail Xavier elogia Braga. "Como gosto pessoal, acho ele o mais interessante. Mas não quero fazer disso um juízo de autoridade", afirma.

"Gilberto Braga demonstra claramente que é um espectador do cinema clássico americano. E faz a ponte entre a cultura brasileira e esse cinema industrial clássico", diz o crítico, que aponta também relações com Nelson Rodrigues.

Essa influência do cinema, complementa, "aparece principalmente na microcena, nos diálogos, na maneira como se comportam as pessoas".

Não se trata de realismo, diz, já que o esquema do melodrama --com temas morais marcados, vilões e mocinhos-- permanece, mas de um uso do naturalismo do cinema americano como "método de interpretação" e de escrita de diálogos.

O professor de filosofia da USP Renato Janine Ribeiro, para quem "Vale Tudo" foi "a melhor narrativa de novela" a que já assistiu, diz não concordar com a idéia de que uma obra de ficção "retrate" uma realidade social qualquer. Ele afirma preferir pensar os efeitos que essa criação pode ter.

"É muito importante a exposição que ele faz dos vícios brasileiros. Uma parte da convicção que existe no Brasil de que algumas condutas são inaceitáveis se deve às novelas. É o papel da crítica social, de que algumas coisas são intoleráveis e devem ser contestadas de uma maneira muito dura, severa."

O novelista, ao saber dos elogios, comentou: "Claro que fico prosa. Logo eu, que fugi da faculdade no segundo ano de Letras e me acho tão inculto...".


FONTE: Folha de São Paulo

A Lista de Bravo!: Altos e Baixos da Flip 2007


Certa manhã, um conhecido crítico acordou transformado em inseto, como um personagem de Kafka. Usou o nome de sua espécie para assinar o blog mais irreverente da Festa Literária de Parati no site de BRAVO!. A seguir, o melhor e o pior do que o Mosca viu e ouviu pela cidade

* por Mosca


Os Destaques
Will Self: o escritor inglês botou fogo na Tenda dos Autores ao tecer uma saia justa com seu entrevistador, o jornalista Arthur Dapieve. "Todos na platéia perceberam que temos um caso", disse Self, usando de seu humor britânico.

A crítica Barbara Heliodora e a escritora sulafricana Nadine Gordimer: ambas nascidas em 1923, desfilaram, teclaram e seduziram como fazem as moçoilas na flor da idade.

Panteras no Porão: tema do civilizado e elegante diálogo travado por Nadine e o israelense Amós Oz. Mostraram que as palavras, sobretudo as faladas em público, não precisam baixar ao nível da violência, da injustiça e da ignorância soltas por aí.

Os Micos
Robert Fisk: o jornalista inglês errou de endereço. Veio parar na Flip quando, na verdade, estava agendado para uma convenção do Guiness Book, na qual seria anunciado o recorde de crônica de guerra mais caudalosa (1.490 páginas) e sonolenta da história do jornalismo.

Guillermo Arriaga: o roteirista mexicano acabou eleito o mala da Flip pelo conjunto da obra, cujo título mais relevante foi o bordão "não sou mauricinho, sou malandro", com o qual ele pretendeu expressar seu profundo conhecimento da sociedade brasileira.

Caldinho de pato no tucupi: cardápio do almoço oferecido por dom João de Orleans e Bragança ao Nobel sul-africano J. M. Coetzee. Difícil distinguir o que estava mais insosso, se o caldinho ou o convidado de honra.



FONTE: Bravo!