domingo, 22 de julho de 2007

SOBRE O DESLIZAR DO CINZA*

Abertas as inscrições para os festivais de poesias, concursos de contos e edição de livros do Clesi.

Observo-lhe os contornos e o deslizar suave, envolto em mistérios, que quase nunca se desnuda diante da urgência com que se imprime o cinza, ora mais acentuado, ora como se suspirasse um último traço de vida.

E prossigo a observar, como a desvendar-lhe a alma, na tentativa de absorver o que de íntegro existe e extrapola do seu simples deslizar, que se faz pleno sobre um horizonte inimaginável.

Não há o que dizer do tempo. Está estático consumindo intermináveis segundos que morrem e ressuscitam indiferentes àquela urgência com que se imprime à poesia, mesmo que lá fora a chuva fina persista em dizer-nos que não há hora determinante que se possa mudar estações.

Permaneço a observar-lhe os contornos e o seu valsar, ora cinza suave, ora intenso, que me envolve neste momento, feito o abraçar da boca ao sorver a maciez de flocos de algodão doce – aquele que nos remete a intermináveis devaneios da nossa infância.

Ultrapasso limites ao comprometer-me com a estética, um tanto delicada e elaborada, mas nem tão precisa quanto definitiva, pois a dor acentua-se (mãos, braços e minhas limitações) à necessidade do movimento que o deslizar da grafite me exige num harmonioso brincar com a sonoridade e o estilo.

Sou calmaria neste momento! Inverneço plena e aos poucos... Mas, nada que não me remeta a intermináveis diálogos íntimos com a poesia e o branco da folha que recebe inalterado o deslizar da grafite, com magia necessária à sobrevivência de sua história. E o poema prossegue formatando-se, ditando o ritmo que quer para se tornar música aos olhos de seus futuros leitores. Se é que os terá!?!?

E o deslizar do cinza permanece como argumento para minhas intermináveis viagens entre papéis e horas em que me alimento, unicamente, de palavras e, conseqüentemente, da poesia que se faz presente nestes mínimos argumentos, palpáveis ou não. Ou por ora, através do vermelho metálico que recobre o lápis, que envolve a grafite, que uso neste momento. Na maioria das vezes, vista apenas com a alma!

Um texto... (um tanto complexo!?!) para falar da poética impressa pelo lápis e seu deslizar sobre o papel e o fluir dos versos, que se transformaram em prosa para um convite simples: Encontram-se abertas as inscrições para os festivais de poesias, concursos de contos e edição de livros do Clesi. E, como brincamos no site “está aberta a temporada de caça aos talentos”. Participem! Visitem o site http://www.clesi.com.br/ que já está recheado de novidades e com os regulamentos à sua disposição. Vá ao Cafezinho trocar idéias e informações. Aguardamos por vocês.





*Texto de autoria de Marília Siqueira publicado no Jornal Aldrava nº 64 – página 02 - www.jornalaldrava.com.br


FONTE: e-mail recebido de
clesi.ipatinga@terra.com.br