terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Comentários do dia

Olá amigos leitores,

A partir de hoje estamos na ativa de novo, é isso aí, voltamos com o BLOG com suas atividades normais e publicações diárias.

São sempre 07 notícias culturais postadas todos os dias até o meio-dia, a novidade é a BOA LEITURA, que passa a veicular diariamente. O que chamamos de BOA LEITURA será sempre o último texto apresentado no rodapé de cada dia, é um texto bem maior que os padrões de informação rápida adotados pela internet. No BOA LEITURA de hoje a matéria Patrocínio de quem pra quem? do site Cultura e Mercado.

Bom, no mais é isso aí, contamos com todos de volta e façam bom uso.

Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura

Escritores e interessados de todos o país têm até o dia 29 de fevereiro para se inscrever no ‘Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura’. As inscrições devem ser feitas na sede da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (Superintendência de Ação Cultural – Palacete Dantas/Praça da Liberdade, 317, Funcionários, BH/MG – Cep.: 30140.010), das 10 às 17 horas, ou pelo Correio, mediante entrega da obra, que deverá ser apresentada de acordo com as normas estipuladas no Edital. Informações: (31) 3213.1072.

Uma ação inédita do Governo de Minas e da Secretaria de Estado de Cultura, o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura chega para promover e divulgar a literatura brasileira, reconhecendo grandes nomes e abrindo espaço para os jovens escritores mineiros. De caráter nacional, o Prêmio disponibilizará R$ 212 mil (duzentos e doze mil reais) - maior premiação nacional no segmento -, a quatro categorias: I - Conjunto da Obra, em que um escritor brasileiro será agraciado; II – Poesia; III - Ficção; e IV - Jovem Escritor Mineiro.

“É o maior prêmio de fomento e incentivo à literatura no Brasil. Uma oportunidade ímpar de homenagear importantes intelectuais da nossa literatura e de revelar futuros talentos”, disse a secretária de Estado de Cultura de Minas, Eleonora Santa Rosa.

Conjunto da Obra
A cada Edital, o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura irá reconhecer um autor brasileiro, vivo, pelo conjunto de sua obra, com uma premiação no valor de R$ 120 mil (cento e vinte mil reais) – desse valor serão descontados os impostos previstos em lei. São autores cuja obra, sendo de inegável valor e qualidade, contribuiu de maneira decisiva para novos rumos da produção ensaística e teórica brasileira. No Edital/2007, que marcou o lançamento do Prêmio, em dezembro do ano passado, na Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte, o autor agraciado é o professor e ensaísta Antonio Candido de Mello e Souza. Para as próximas edições, esta categoria será avaliada por uma comissão julgadora, composta por três membros de reconhecida importância no cenário literário atual.

Poesia, Ficção e Jovem Escritor Mineiro
Nas três categorias, cada proponente poderá inscrever uma obra autoral, inédita e não publicada. Nas categorias Poesia e Ficção, o Prêmio é aberto a escritores iniciantes e/ou profissionais, sem limite de idade, e nascidos e residentes em território nacional. Já a categoria Jovem Escritor Mineiro é restrita a pessoas com idade entre 20 e 35 anos, nascidas em Minas Gerais ou residentes no Estado há pelo menos cinco anos.

A premiação será atribuída ao primeiro colocado de cada categoria: Poesia: R$ 25 mil (vinte e cinco mil reais); Ficção: R$ 25 mil (vinte e cinco mil reais); e Jovem Escritor Mineiro: R$ 7 mil (sete mil reais), durante seis meses, somando o valor de R$ 42 mil (quarenta e dois mil reais), para pesquisa e elaboração de um livro. Desses valores, serão descontados os impostos previstos em lei.

Clique aqui e confira todos os documentos necessários para participar!

FONTE: Secretaria de Estado da Cultura

Secretaria estadual de Cultura do Rio vai atualizar a Lei do ICMS

Após 16 anos de sua criação, a Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, conhecida como Lei do ICMS, será atualizada. O processo de revisão da regulamentação da lei ocorrerá entre os dias 28 de março e 6 de junho de 2008 e será conduzido por uma comissão designada pela Secretaria de Estado de Cultura. Para adequar o processo de revisão às exigências contemporâneas, serão realizadas duas audiências públicas, dias 29 de abril e 20 de maio, com a participação de agentes culturais. Foi criado também o e-mail reformaleiicms@cultura.rj.gov.br para o recebimento de sugestões.

Os projetos protocolados na Lei do ICMS até 28 de março de 2008 serão avaliados no prazo de 30 dias. Os projetos já aprovados não sofrerão interrupção quanto a sua aprovação, fruição e prestação de contas. As prestações de conta em aberto devem ser esclarecidas no período de 30 dias a partir de hoje, data de publicação da resolução conjunta das Secretarias de Cultura e Fazenda.


FONTE: Extra!
Por: André Miranda

Festival de curtas em Minas

Vão até 14 de março as inscrições para as mostras competitivas brasileira e internacional do 10º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte – marcado para o período entre 25 e 31 de julho, no Palácio das Artes. Serão aceitos trabalhos de todos os gêneros, finalizados em qualquer formato de vídeo e em película (16mm ou 35mm), cujos lançamentos tenham ocorrido entre janeiro de 2007 e fevereiro de 2008. O filme deverá estar finalizado na data da inscrição e ter no máximo 30 minutos de duração. As inscrições são gratuitas. Para efetuá-las, o interessado deve acessar o site oficial do evento (www.festivaldecurtasbh.com.br), onde é possível encontrar o regulamento. O anúncio dos filmes selecionados ocorrerá até o dia 20 de junho. Mais informações: (31) 3291-0524 e (31) 3291-1856.


FONTE: Correiro Braziliense

Pluralidade na tevê

Semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 398/07, que cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a partir da fusão da Radiobrás e da TVE. A nova instituição é a responsável pela TV Brasil, a primeira rede pública de televisão do País. Hoje, os deputados federais devem votar os destaques da MP para, só então, ela ser votada no Senado e poder vigorar para valer.

Apesar dos trâmites burocráticos ainda não terem sido concluídos, a emissora já opera, precariamente, desde o início de dezembro do ano passado. Atualmente, 18 emissoras regionais que eram vinculadas à TVE captam o sinal da TV Brasil (inclusive a TV Ceará). Por enquanto, a programação é composta, basicamente, pela própria grade da emissora que foi incorporada ao novo canal. No entanto, já está no ar o Repórter Brasil, programa jornalístico diário formatado pela própria EBC.

Na semana passada, o diretor-geral da TV Brasil, Orlando Senna, esteve de passagem por Fortaleza. Em entrevista ao O POVO, ele defendeu a importância da tramitação da MP não apenas para criar a EBC, mas para iniciar uma regulamentação sobre o campo público de TV no Brasil. "Isso resgata 50 anos de atraso no nosso País. Em qualquer outro país do mundo, a TV nasceu pública. Só aqui que ela nasceu privada", afirma ele.

Segundo ele, a TV Brasil permanece em processo de instalação até o fim de março. Daí até julho, o objetivo da emissora é conseguir delinear uma filosofia editorial própria e melhorar os programas herdados da TVE. Enquanto isso, o Conselho Curador, formado por 20 integrantes (dentre os quais, 15 são da sociedade civil), já fez reuniões para traçar objetivos para essa programação. A principal exigência dele, segundo Senna, é a presença da pluralidade em todos os programas para que haja a garantia de que o caráter público não seja soterrado por direcionamentos políticos pelo fato de o financiamento da emissora (R$ 350 milhões segundo o Orçamento de 2008) ser proveniente do governo federal.

De acordo com o diretor-geral, 18 emissoras públicas ligadas à TV Brasil já estão reunidas em um comitê que pretende discutir como deve funcionar o sistema de rede da emissora nacional e como ele pode alcançar, pelo menos, todos os estados da federação. A idéia é que essa rede seja descentralizada e horizontal, favorecendo o intercâmbio de conteúdos regionais e de produção independente de todo o Brasil.

O processo de co-produções e compra de programas seria feito por meio de edital, a exemplo de iniciativas já tomadas pelo Ministério da Cultura quando o próprio Orlando Senna era secretário do Audiovisual, como o Revelando Brasis (no qual moradores de várias partes do País escrevem e dirigem curtas-metragens com histórias de suas regiões) e o DocTV (documentaristas de cada estado são financiados para revelarem facetas de sua região e os produtos originados daí têm exibição garantida na TV). "O que se vê hoje é uma inversão total. Se vê o Nordeste sob o olhar do Sudeste. Nós queremos mostrar a visão de cada comunidade sobre ela mesma", aponta. A TV Brasil contaria com 40% de produção regional, 40% de produção independente e 20% de produção própria.

Apesar do entusiasmo, a construção da TV ainda vai demorar. O próprio ingresso dela em formato digital, previsto para o fim do ano passado, em São Paulo, foi adiado. "Nos próximos três anos, 90% das casas ainda vão receber captar somente o sinal analógico. Não adianta trabalhar um canal digital que ninguém vai ver". Senna avisa logo: não se monta uma TV em um ano. A previsão é de que a emissora só esteja inteiramente formatada em 2010.


FONTE: O Povo

MÚSICA ERUDITA: FESTIVAL DE INVERNO ABRE INSCRIÇÕES

Estão abertas até o dia 20/3 as inscrições para a seleção de bolsistas para o 39º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, que ocorrerá entre os dias 5 e 27 de julho de 2008. Os candidatos, que devem ter entre 12 e 30 anos, podem se inscrever pelo site www.festivalcamposdojordao.org.br. São oferecidas 148 bolsas.

FONTE: Folha de S. Paulo

Patrocínio de quem e para quem?

Lançado no país no final de 2006, o livro Privatização da Cultura: a intervenção corporativa nas artes desde os anos 80, da pesquisadora taiwanesa Chin-Tao Wu, publicado em parceria pela Boitempo e pelo Sesc de São Paulo, traz uma análise pertinente ao momento histórico do financiamento à Cultura no Brasil hoje, seja ele público ou privado. Na obra, Wu declara, veladamente, sua oposição, ao não poupar adjetivos para caracterizar o neoliberalismo das políticas públicas analisadas, e, em muitos casos, sua hipocrisia.

Politizada, a obra critica as gestões conservadoras e neoconservadoras nos Estados Unidos e Inglaterra, iniciadas nas gestões Reagan e Tatcher, no começo da década de 1980, e continuadas mesmo durante a gestão dos Democratas de Clinton e dos Trabalhistas de Blair, para não dizer aprofundadas. Não que a pesquisadora não aponte diferenças, marcantes, entre os dois modelos de gestão, mas ela deixa claro, a partir de uma completa análise dos investimentos públicos, privados e privados com fomento público ou renúncia fiscal, que o papel fundamental do investimento público à cultura, em particular no modelo inglês, foi abandonado nas décadas de 1980 e 1990.

O livro apresenta um histórico econômico e político da influência do "tatcherismo" e do "reaganismo" nas instituições públicas e privadas de arte, em especial a partir do corte de recursos nas agências de fomento e programas federais de apoio às artes, e da mudança nos gestores destas instituições. Principal atenção, porém, é dada para a questão subjetiva do referendamento, pelo Estado, das ferramentas de investimento e de apoio privado à cultura, mesmo no tocante às instituições públicas. Além de referendarem os cheques privados, os governos em questão, como demonstra a pesquisadora, fizeram mais: deram poder político aos membros das corporações, seja facilitando contatos com membros de outras áreas do governo, como o presidente estadunidense ou a primeira-ministra bretã e a família Real, seja criando agências de fomento ao investimento privado.

Wu colocou-se ainda como crítica às políticas de fomento privado às artes através de mecanismos de renúncia fiscal – a exemplo das leis Rouanet e do Audiovisual, no Brasil, embora se debruçando sobre os modelos estadunidense e bretão. Analisando especialmente o modelo de doações e patrocínios dos museus privados nos Estados Unidos, demonstrou cabalmente como que o que ocorria era outra coisa senão a formação de um órgão que não era mantido diretamente pelo poder público, mas se valia de verbas que são, em última análise, públicas, quando não o são também diretamente. Eram portanto instituições, a exemplo do que críticos apontam como a saída para o Masp hoje, privadas, mas com finalidade, e verbas, públicas.

A autora se detém ainda em entender o caráter subjetivo por trás dos motivos dos executivos de financiarem as artes, ou de levarem as artes para suas corporações, entendendo a questão como uma demonstração de poder simbólico, uma forma de utilizar a arte como instrumento de referendá-los enquanto classe, ao mesmo tempo que garantem uma forma melhor aceita de fazer propaganda, ganhando mercado, ao que analisa casos diversos, em especial na Grã-Bretanha. É incisiva sua crítica à ferramenta publicitária de dar o nome de corporações doadoras ou patrocinadoras a eventos ou alas em museus, por tempo determinado ou não, ação realiza às largas no Brasil nos últimos dez ou quinze anos, e em parte dedutível dos impostos, através da Rouanet e da Lei do Audiovisual. Também analisa o caso de instituições, nas corporações, de fomento às artes e à cultura, a exemplo do que fazem hoje empresas como o Banco do Brasil, o Itaú, o Bradesco, a Petrobrás, etc.

Apesar do quadro, em geral pessimista, traçado pela autora, sua perspectiva final é positiva. Em meio a apontamentos acerca do que fora a política cultural nos primeiros anos da atual década, com uma loteria para a área sendo implantada na Grã-Bretanha, PPPs e o expansionismo de museus e galerias, com suas filiais, Wu vê a possibilidade, remota ainda, de um esgotamento do modelo hegemônico, neoliberal, de exploração da Cultura, especialmente no tocante à dependência das instituições culturais dos recursos corporativos, ou à simpatia de curadores e gestores pelos executivos, e vice-versa.

Enquanto isso, no Brasil
A própria apresentação da versão brasileira da obra abre espaço para as comparações entre os modelos de financiamento analisados e o modelo brasileiro.

Feita pelo diretor regional do Sesc de São Paulo, Danilo Santos de Miranda, presença marcante nos espaços de crítica e controle público do financiamento público à cultura no país, em parte por estar à frente de uma instituição de reconhecida importância pública, apesar de ter caráter privado, na área, a apresentação dá especial importância ao papel do Estado no financiamento e regulamentação dos investimentos na área, como elemento essencial para garantir a democracia.

No questionamento do gestor, coube principalmente a atenção à como conciliar, nas políticas públicas, a capacidade de promover ou facilitar o desenvolvimento de potencialidades de expressão e de inovação com a estrutura administrativa normatizadora do envolvimento da sociedade em si, através destas políticas públicas. Questionou-se ainda o verdadeiro significado da "democracia cultural", sob o prisma, recente, da cultura como meio e fim de cidadania.

Miranda criticou ainda as leis de financiamento via renúncia fiscal, como forma de se apropriar do poder simbólico da arte e da cultura, assim como de fazer propaganda, seguindo os interesses corporativos e privados, ao passo que o Estado deixa de ocupar seu espaço, ao que escreveu que "para preencher as grandes lacunas que restaram com a extinção de órgãos estatais de subsídio à cultura, entram em cena os mecanismos de gestão indireta da cultura – indireta porque emanada do Estado – na facilitação da economia comum da cultura, empregando recursos fiscais públicos, mas sem contrapartida de interesse público".

Para melhor entender este papel, porém, é necessário levar em consideração que foram alocados, através de recursos incentivados, R$ 465.670.749,37 em 2007. O orçamento do Ministério da Cultura, para todas as suas ações, inclusive o Programa Cultura Viva e seus editais de fomento, foi de R$ 569 milhões, no mesmo período, para empenho, dos quais R$ 567 milhões foram gastos. Entre estes recursos, R$ 231.496,553,80 vieram dos dez maiores doadores, na grande maioria empresas estatais, como a Petrobras, responsável por metade do valor. Corporações como o Itaú e o Bradesco estão de fora desta listagem, de cerca de 1.300 colaboradores. Os dados são somente de investimentos de pessoas jurídicas.

A lei Rouanet (8319/91) é o principal mecanismo de apoio no país hoje, sendo classificada pelo Minc como um instrumento de Mecenato, com descontos do valor destinado pelo doador descontado no Imposto de Renda, seja ao fazer uma doação (sem promoção do doador, e para projetos sem fins lucrativos, ou de pessoas físicas) ou patrocínio (com publicidade e sem restrições a propostas de pessoas jurídicas com fins lucrativos). Os percentuais de abatimento se encontram na página do MinC.

Tal estrutura tem sido continuamente criticada, em especial por sua utilização para fins publicitários, como as recentes investidas do Banco Bradesco, ao utilizar uma apresentação artística patrocinada (o Cirque du Soleil) em suas propagandas. Das críticas, promessas de mudança. Em declaração recente, noticiada pela Agência Brasil, o ministro Gilberto Gil chamou atenção para a necessidade de reformular a lei, pois hoje é permitido que as empresas invistam apenas em espetáculos e ações de grande visibilidade, em sua maioria, na Região Sudeste e ao longo do litoral, desconsiderando questões como a distribuição proporcional entre as diversas regiões e o compromisso com a produção artística local. Na Câmara, o Projeto de Lei 1139/07 propõe distribuições proporcional à população das diferentes unidades da federação. O levantamento da Câmara dá conta de que 77% dos recursos empenhados foram destinados à região sudeste.

Outro ponto em discussão é a de que o próprio ministério poderia administrar os recursos oriundos de patrocínio e doações. De 1999 até dezembro de 2007 foram empenhados R$ 4.178.470.303,00. A questão é que não se sabe, ainda, o que poderia ser esta nova Rouanet, ou como equilibrar os investimentos públicos, privados e privados através de leis de renúncia fiscal. O departamento que discute a questão no MinC, o de fomento, responsável entre outras coisas pela criação de um "fórum de investimentos privados em cultura", foi procurado, mas não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.


Audiovisual público
Com uma série de políticas públicas exclusivas para o setor do audiovisual, a área tem obtido melhoras ano a ano em número de filmes realizados, recursos levantados, público atraído para as salas e repercussão em festivais, dentro e fora do país. O bom resultado, por sua vez, tem trazido para o setor recursos a mais para toda a cadeia produtiva, atenção do governo, que fortaleceu a Ancine, agência reguladora do setor, nos últimos anos, assim como a Secretaria do Audiovisual, do MinC, e tem fortalecido as produtoras, distribuidoras e exibidoras – tanto as nacionais, pequenas em sua maioria, quanto as multinacionais. Apesar de um aumento gradativo dos investimentos privados que buscam retorno, a área conta ainda e principalmente com investimento público direto e indireto (através de instrumentos de renúncia fiscal para doação e patrocínio, da Lei Rouanet ou semelhantes, na Lei do Audiovisual – 8685/93).

Entre os investimentos incentivados em 2007, com desconto possível no imposto de renda, foram dispendidos R$ 129.645.116,86, dos quais somente da Petrobrás, novamente a maior investidora, foram alocados R$ 18.351.090,79, ambos através dos Artigos 1º e 3º da Lei do Audiovisual, Artigos 18 e 25 da Lei Rouanet, Artigo 39 da MP 2228-1 e Funcines, por empresas nacionais ou não. 2007 também inaugurou os empréstimos do BNDES para o setor, inclusive em salas de exibição e para a distribuição.

Para 2008, espera-se ainda os reflexos da regulamentação, via Instrução Normativa 66 da Ancine, dos chamados programas especiais de fomento para a área, custeados por patrocínios realizados por empresas brasileiras através do artigo 1ºA da Lei do Audiovisual, dedutíveis do Imposto de Renda. No investimento público direto, o Decreto 6.299/2007, assinado em 13 de dezembro último, liberou os primeiros R$ 37 milhões para o Fundo Setorial do Audiovisual (Lei 10.437/2006), cujas diretrizes serão determinadas pelo Conselho Superior de Cinema. Espera-se para 2008 a regulamentação do fundo, também via Instruções Normativas da Ancine.


FONTE: Cultura e Mercado
Por
:
Guilherme Jeronymo, para o 100 Canais