Elogiar os feitos do Grupo Galpão é, como diria o verbo popular, chover no molhado. Nascida nas ruas de Belo Horizonte, com toques circenses, canções afinadas ao vivo e releituras inesperadas de clássicos, a trupe chega aos 25 anos com um punhado de histórias na algibeira. Levou Brecht à praça pública em E a Noiva Não Quer Casar (1982), fez um Romeu e Julieta (1992) que foi parar no Globe Theatre, em Londres, recriou Molière em Um Molière Imaginário, e amealhou todos os prêmios nacionais com a fé profana de A Rua da Amargura (1994).
Este ano, o Galpão encena seu 16º espetáculo, Pequenos Milagres, que estreou em Belo Horizonte e agora põe os pés na estrada. A peça chega a São Paulo na sexta-feira 3, no Sesc Anchieta, onde fica até 26 de agosto, vai para o Rio e segue em turnê Brasil afora. Dirigida por Paulo de Moraes, da Armazém Companhia de Teatro (RJ), a montagem tem temperos incomuns ao Galpão. No lugar do tom burlesco, o texto adere a uma atmosfera intimista, calcada em quatro pequenas histórias nascidas de relatos reais. O risco é bem-vindo.
Se, em O Inspetor Geral (2004), de Gogol, o grupo acertou em cheio na mistura entre inocência e malícia, tradição e linguagem popular, em Um Homem É um Homem (2006), de Brecht, dava sinais de repetição. Talvez por isso tenha buscado outro torneado. “É um trabalho para espaços menores, que conta a história de pessoas comuns e lida com sentimentos, fora do tom farsesco”, define Eduardo Moreira, um dos criadores do grupo.
Para entender o Galpão é preciso anotar, primeiro, que se trata de uma companhia de atores (a atriz mais “nova” tem dez anos de grupo), que trabalha com diretores convidados, como Gabriel Vilela e Paulo José. O que mais? “Tem sempre a experimentação, o trabalho calcado no coletivo, não baseado em estrelas, e a linguagem popular, de comunicação direta”, diz Moreira.
Parte da trajetória é retomada neste ano de festa, a começar pelo site (www.grupogalpao.com.br) e por oito livros que reúnem dez peças. Além disso, Um Molière Imaginário será remontado em outubro, em Minas, Romeu e Julieta e A Rua da Amargura virarão DVD e O Inspetor Geral e Um Homem É um Homem terão as trilhas lançadas em CD. Fiéis à essência do teatro de grupo, os 13 atores atuais e todos os que passaram pelo Galpão conseguiram o que poucos conseguem na cultura brasileira: criar um público cativo e manter, com qualidade, uma produção regular e autêntica.
FONTE: Carta Capital
Este ano, o Galpão encena seu 16º espetáculo, Pequenos Milagres, que estreou em Belo Horizonte e agora põe os pés na estrada. A peça chega a São Paulo na sexta-feira 3, no Sesc Anchieta, onde fica até 26 de agosto, vai para o Rio e segue em turnê Brasil afora. Dirigida por Paulo de Moraes, da Armazém Companhia de Teatro (RJ), a montagem tem temperos incomuns ao Galpão. No lugar do tom burlesco, o texto adere a uma atmosfera intimista, calcada em quatro pequenas histórias nascidas de relatos reais. O risco é bem-vindo.
Se, em O Inspetor Geral (2004), de Gogol, o grupo acertou em cheio na mistura entre inocência e malícia, tradição e linguagem popular, em Um Homem É um Homem (2006), de Brecht, dava sinais de repetição. Talvez por isso tenha buscado outro torneado. “É um trabalho para espaços menores, que conta a história de pessoas comuns e lida com sentimentos, fora do tom farsesco”, define Eduardo Moreira, um dos criadores do grupo.
Para entender o Galpão é preciso anotar, primeiro, que se trata de uma companhia de atores (a atriz mais “nova” tem dez anos de grupo), que trabalha com diretores convidados, como Gabriel Vilela e Paulo José. O que mais? “Tem sempre a experimentação, o trabalho calcado no coletivo, não baseado em estrelas, e a linguagem popular, de comunicação direta”, diz Moreira.
Parte da trajetória é retomada neste ano de festa, a começar pelo site (www.grupogalpao.com.br) e por oito livros que reúnem dez peças. Além disso, Um Molière Imaginário será remontado em outubro, em Minas, Romeu e Julieta e A Rua da Amargura virarão DVD e O Inspetor Geral e Um Homem É um Homem terão as trilhas lançadas em CD. Fiéis à essência do teatro de grupo, os 13 atores atuais e todos os que passaram pelo Galpão conseguiram o que poucos conseguem na cultura brasileira: criar um público cativo e manter, com qualidade, uma produção regular e autêntica.
FONTE: Carta Capital
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