sexta-feira, 6 de julho de 2007

O FIM DO REINADO DE UM RINALDO

Notoriamente nós artistas, produtores e agentes culturais sabemos da importância de ter, ou ter tido, um presidente de empresa com uma visão voltada para o investimento em cultura na região onde atua e não apenas em artistas que tragam para ela uma visibilidade instantânea.

A solidificação de diversas ações culturais, principalmente as de continuidade, trouxe o maior avanço cultural da história de Ipatinga, tornando-a um pólo cultural crescente e ascendente, caminhando a ser o segundo maior criador e consumidor de cultura do Estado de Minas Gerais. Muito disso se deve aos investimentos provenientes de abatimento em impostos, através de projetos aprovados por leis de incentivo fiscal (estadual e federal).

A cultura passou a ser encarada como um dos fortes braços da USIMINAS, sendo necessário a criação de um Instituto que gerisse os interesses da empresa e que seguisse ainda nos mesmo moldes de planejamento estratégico.

Correm, já com grande fluência no mercado financeiro do país, rumores de que o presidente da USIMINAS está em vias de deixar o posto, aposentar-se e cuidar apenas de seus afazeres particulares.

Eu sou de uma natureza criada a acreditar muito mais em fatos que em boatos.

Outro dia, a caminho de São Paulo, encontrei-me, por um grande acaso, com um velho consultor do ramo da siderurgia em Belo Horizonte. Adentramos ao assunto siderúrgico, inevitável no momento, falamos do avanço do mercado, do potencial de investimentos e inseri neste contexto a suposta saída de Rinaldo da USIMINAS.

Pena que nessas poucas linhas não vou conseguir jamais traduzir todo contexto do dito naqueles poucas horas até a chegada em São Paulo, até porque, depois de irmos juntos até lá, ganhei um bom amigo.

Ele me disse que rumores dando conta da saída de Rinaldo norteiam a USIMINAS desde a sua privatização, mas que nunca esses rumores rondaram com tanta fluência e rapidez como agora – pensei comigo: há de se levar em conta que o avanço da propagação da informação cresceu assustadoramente. O fato de ele ter assumido a presidência da Associação Brasileira de Siderurgia, segundo o meu amigo, era o grande explicador ao mercado de que esses rumores estão na proximidade de se tornarem verdadeiros.

Verdade ou não ele me assegurou que nos próximos dois anos o ramo vai passar por uma grande mudança que assustará a muitos, mas que, se não feitas, levam o setor ao retrocesso. A efetivação dos conselhos dos anciãos como forte base é uma delas.

O porquê dessas linhas?
Sabemos que a manutenção de grande parte do fazer cultural de Ipatinga depende, e muito, dos investimentos da USIMINAS em cultura. A troca de presidentes traz, no mínimo, uma preocupação evidente para o setor: esses investimentos continuarão sendo feitos da forma que são dentro da região? Temos por aqui mesmo um exemplo de empresa que, embora tenha sua fábrica na região, investe o seu potencial fora daqui.

Como bem já disse uma amiga engajada no mercado cultural: tá na hora de tirar a máquina de costura do guarda-roupa e mandar passar um óleo nela...