sábado, 4 de agosto de 2007

CLESI proroga inscrições para concursos literários

Devido à grande demanda de trabalhos, o Clube dos Escritores de Ipatinga (Clesi) prorrogou, até 15 de agosto, o prazo para inscrições nos Concursos Literários de 2007: 22º Festival Estadual de Poesia; 6º FESP Destaque Infanto-Juvenil, 7º Concurso Estadual de Contos, 7º Concurso Regional Para Edição de Livros e o 5º Prêmio Nacional de Poesia Cidade Ipatinga.

As inscrições podem ser feitas via correio até a data-limite. Os residentes no Vale do Aço podem se inscrever na Biblioteca Central de Idéias, localizada no Centro Cultural Usiminas, no Shopping do Vale. Os vencedores, que serão conhecidos em novembro deste ano, recebem, além de troféus e certificados, prêmios em dinheiro, exceto no concurso para edição de livro, cujo prêmio é a edição.

O regulamento dos concursos está no site www.clesi.com.br, ou pode ser solicitado pelos e-mails clesi@clesi.com.br e marilda.lyra@terra.com.br. Mais informações: (31) 3822-3876 ou 9966-4166

Cadeias produtivas excluem os criadores do plano de desenvolvimento

Em comentário sobre reportagem produzida pelo 100canais acerca do recente Seminário Internacional em Economia da Cultura (leia na íntegra a reportagem e o comentário), promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, o músico Carlos Henrique Machado acusa o desequilíbrio da produção musical brasileira como ainda mais preocupante do que o que ocorre com o cinema. Machado aponta que as comunidades dos morros do Rio de Janeiro produzem um gigantesco cenário de desenvolvimento econômico através do Carnaval carioca, trazendo benefícios para a cidade. Naquelas comunidades, no entanto, os que criam não participam da repartição do bolo desenvolvimentista da maior festa do planeta.

“Acabou a festa, todos são devolvidos aos morros em que vivem numa intensa guerra. O que lemos aí? A não transferência dos benefícios para quem cria o produto cultural. Mas há um dado mais concreto que simboliza um pensamento que envenena toda a auto-estima dos componentes daquelas comunidades que promovem este grande evento. Por que tanta criatividade explícita não se transforma numa alavanca que altere o conceito de cidadania e segurança para novas ações daquelas pessoas? Por que há um conceito enraizado num reduzido grupo que se esbalda com a subjetividade do conceito artístico e com o apoio institucional”, considera o bandolinista.

Essa visão, segundo ele, privilegia uma parcela da sociedade que, com acesso às atividades culturais, “credenciada pela subjetividade classista”, transforma toda expressão cultural brasileira em “algo menor, em algo apimentado, divertido e exótico”. Machado cita o fato por acreditar que a música produzida no Brasil sofra um “implacável preconceito dentro das academias de música: tudo o que não é aceito ou concebido como obra de arte por um pequeno grupo social, transforma-se em periférico. Não há uma leitura conveniente aos próprios meios de que brotam essa imensa música brasileira e, logicamente, o interior que é a periferia da periferia, sofre ainda mais com isso”.

O debate “classista” é reivindicado também em comentário, sobre a mesma reportagem, pelo defensor da democratização da comunicação, Gustavo Gindre (Coletivo Intervozes), postado na Agência Carta Maior. Analisando o discurso de Sérgio Sá Leitão, Gindre entende que as visões expressas na reportagem “padecem de um vício de origem”, o que acomete, segundo ele, a gestão do Ministério da Cultura. “Percebe-se muito claramente os dilemas do atual modelo, mas não se consegue avançar para um outro modelo. Fica-se nas beiradas do problema, tentando dar uma guaribada no modelo atual”, pontua.

Para Gindre, a relação entre economia e cultura é muito mais complexa do que dizer que cultura é uma mercadoria diferenciada: “Primeiro, porque dizer que a cultura tem um valor cultural é um truismo. Segundo, porque, desde Marx, já sabemos que a mercadoria (seja ela qual for) é um fenômeno que transcende a questão meramente econômica da sua circulação. A mercadoria é a forma de regulação do metabolismo social no interior do capitalismo. Neste sentido, qualquer mercadoria possui um valor cultural”.

“O problema do cinema e do audiovisual brasileiro é de modelo. Um modelo de oligopólios, que vive de verbas públicas – diretas ou mediante renúncia fiscal, onde a distribuição está a cargo das majors norte-americanas e que exclui – tanto na produção quanto na audiência – mais do que inclui”, diz o pesquisador militante, afirmando que o problema não é de ordem econômica, mas política.

Modelo de Carnaval
O Carnaval é uma festa que, em outros tempos, foi comunitária, gregária, aglutinadora de participantes que compartilhavam sentimentos de alegria, uma oportunidade para esquecer os problemas do dia-a-dia, uma liberação para a fuzarca. Conforme narrativa de Ismael Silva, “... essas 100 pessoas, uma hora depois, eram mais de 500 pessoas. É o tal agrupamento, que também tem o nome de arrastão, porque, aonde passava, ia arrastando, ia aumentando, aumentando, aumentando. É gente que queria brincar e tava sozinho. Saía de casa pra brincar esperando mesmo passar um bloco pra cair dentro, como se dizia. Então, ia aumentando.

Ninguém se conhecia. E eu achava muita graça nisso. Sempre achei graça nisso. Porque ninguém se conhecia, mas dava aquela impressão. Ia todo mundo brincando, pulando... tudo familiarizado, tudo naquela ligação, que pareciam todos amigos”.

Antônio Flávio Pierucci, sociólogo da USP, justapõe a percepção de Goethe sobre o Carnaval de Roma, onde viveu um certo tempo (1786-88), às impressões de Ismael Silva, fazendo uma analogia com o Carnaval carioca. Entusiasmado com a força aglutinadora do Carnaval italiano, daquele festival de rua bem debaixo da janela da pensão em que morava, Goethe assim caracterizou aquela festa: “O Carnaval de Roma não é propriamente uma festa que se dá ao povo, é antes uma festa que o povo dá a si mesmo”. Não se tratava de um espetáculo, portanto, que por definição separa os espectadores dos atores, mas de uma excitante experiência popular de autonomia, a suspender temporariamente as distâncias sociais. Goethe não fala tanto em inversão quanto em comunhão, fala do povo em festival como teatro sem representação. “Apresentai os espectadores como espetáculo; que sejam atores eles próprios; fazei que cada um veja e ame a si mesmo nos outros, a fim de que com isso todos estejam mais unidos”.

O antropólogo Roberto DaMatta, sem recusar o entendimento de que a folia era apenas um tempo de doideira inconseqüente, porém fugindo deste entendimento curricular, procurou vê-lo como um rito pelo qual o Brasil esquece-se de que é um país carente e faminto, vergonhosamente perdido em face das demandas dos seus cidadãos; com as idéias fora de lugar: a desonestidade crônica, a corrupção estrutural, o capitalismo selvagem, desonesto e espoliador, a incompetência governamental e a politicagem mesquinha.

Ainda de acordo com o antropólogo, esta lista de mazelas “seria certamente infindável, exceto nesse tempo de folia quando, bloqueados pelos blocos Carnavalescos, nos obrigamos a esquecê-la. O Carnaval entra e sai de cena com a mesma contundência dos nossos problemas. Finda a festa, volta-se às misérias nacionais e a duvidarmos de nós mesmos e a descobrirmos um monte de problemas sem solução. O trabalho que constrói, como manda a cartilha moderna, é temporariamente trocado pela visão da mudança mágica e utópica que fala de um paraíso neste mundo, de um mundo sem trabalho, patrão, governo ou Estado”.

Por outro lado, o sociólogo Antônio Pierucci explica que muitos dos componentes da brasileirice que nos imputamos são bem mais recentes do que se crê. Sua antiguidade é um mito a mais. O samba é um exemplo forte. Como gênero musical original, emerge nas décadas de 1910 e 1920. Entretanto, estilo musical “nacional”, tipo “samba da minha terra”, é ainda mais recente, só passa a existir nos anos 30. Tão tardio quanto é o desfile Carnavalesco das escolas de samba do Rio de Janeiro, com apenas 70 anos. A temática do negro esperou até 1960 para ser enredo de escola de samba, inovação que o Salgueiro introduziu.

Bem mais recente é essa feição de espetáculo do Carnaval brasileiro (saiba mais sobre culturas populares e espetacularização), em que o visual virou quesito e a palavra de ordem geral tem sido “brilhar muito, brilhar tudo, brilhar mais!”. Nossa “ópera-balé ambulante” – na definição que lhe deu o crítico José Ramos Tinhorão, em 1975 – é tão recente quanto sua inesperada universalização território nacional adentro, expansão que se processou com a mesma rapidez e naturalidade com que a crescente racionalização da organização do evento e sua imersão na indústria cultural e do turismo lhe acentuaram o caráter de classe e sublinharam sua estratificação por raça e cor, realidades que resistiram, reprocessadas, ao ritmo frenético da transformação industrial da “festança” no “maior espetáculo da terra”.

Economia do Carnaval
O que Machado aponta fica evidente em uma constatação econômica sobre a economia do Carnaval carioca. Enquanto trabalhou na Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Luis Carlos Prestes Filho (que participou do Seminário em Economia da Cultura de Recife) coordenou uma pesquisa analisando a cadeia produtiva do Carnaval carioca. “Não é medição do quadril das mulatas. É estudar as cadeias produtivas e máquinas econômicas das indústrias. Máquina de moer carne. De um lado coloca o ser humano e do outro tem que sair dinheiro”, explica Prestes Filho.

Desde a primeira Escola de Samba (Deixa eu Falar – 1907) até a Beija Flor, campeã da Sapucaí deste ano, o Carnaval desenvolveu-se em uma perspectiva capitalista e, conforme Prestes, não existe capitalismo bonzinho. Ismael Silva foi quem criou o desfile Carnavalesco carioca. O mesmo Ismael Silva, em 1960, não pode assistir aos desfiles das escolas do grupo especial na avenida, por não ter dinheiro para comprar o ingresso.

Tudo o que a passarela do samba movimenta se compara, em cifras, a toda a produção cinematográfica brasileira. Interpretando a cadeia produtiva do Carnaval, Prestes Filho trata, como primeiro estudo, a música, e todo o conjunto seqüenciado de atividades, que organizado em cadeia linear, culmina com o desfile das escolas de samba do grupo especial. Na música, a indústria formada parece mais fácil de identificar. Mas, no Carnaval, as cadeias satélites, que dele se beneficiam, são quase impossíveis de serem contadas.

Não existe política tributária sobre o Carnaval. Apenas é possível incentivar cadeias agregadas, como a indústria de tecidos ou de materiais básicos à construção de carros alegóricos. Por isso, conforme o pesquisador, o Carnaval precisa ser subsidiado, contratado do poder público, para movimentar os outros setores da economia, como as bordadeiras de Barra Mansa – interior do Rio de Janeiro. As bordadeiras, que fazem fantasias para escolas do Rio e de São Paulo e exportação, injetam na economia local R$ 53,4 milhões por ano, equivalente a 47% do PIB municipal.

A pesquisa, contudo, restringe-se apenas às escolas do grupo especial. Outras 60 escolas de grupos de acesso, que poucos vêem desfilar, também movimentam toda essa cadeia, onde poucos ganham e muitos trabalham. E o que essa gente quer? “Eles querem cooperativa, barracões, escambo. Elas (as escolas de grupos de acesso) não conseguem furar bloqueios e entender melhor o território onde elas atuam e tratar escolas como pessoas/empresas, que precisam se conhecer. Precisamos aproximar essas escolas aos segmentos da economia indireta e criar um conselho do pólo do Carnaval do Rio”.

“Sempre repetem que o Carnaval morreu, não é mais o mesmo. Como poderia ser o mesmo? O modelo de desenvolvimento desenvolveu o Carnaval para o que conhecemos hoje. Procurar alternativas para equilibrar essas relações entre o privado e o público é o papel do Estado”, afirma Prestes. Mas Gindre derruba o mito do desenvolvimento cultural: “O propalado crescimento da produção não virá (por melhores que sejam os gestores) sem antes resolvermos a concentração oligopólica nas comunicações e sem considerarmos o direito a produzir comunicação como um direito inalienável de todo e qualquer cidadão”

FONTE: Cultura e Mercado
Por: Carlos Gustavo Yoda*

* Esta reportagem cobriu o Seminário Internacional de Economia da Cultura a convite da Fundação Joaquim Nabuco.

Movimento tilelê

Não vem da Bahia, muito menos da periferia carioca ou das rodas de pagode paulista o ritmo que começa a embalar boa parte dos jovens de Belo Horizonte. A sonoridade que tem mexido com a cabeça de adolescentes de classe média mineira surgiu na África, trazida pelos escravos e quase se perdeu por aqui ao longo dos séculos devido ao preconceito ou à falta de incentivo. Graças a uma geração de artistas formada por nomes como Maurício Tizumba, Milton Nascimento, Titane, Marina Machado, Tambolelê, Anthonio e Ana Cristina, interessados em ampliar e difundir os sons dos antepassados usados até então nas cerimônias religiosas dos congados, os tambores começaram a conquistar público que, até então, nem sonhava sair por aí dançando ao ritmo afro.

“Tentamos divulgar essa onda do congado para passar ao país a importância da cultura dos negros”, explica o estudante de psicologia Fabiano Menezes. Há quatro anos, o jovem de 21 anos foi levado pela mãe, Danuza Menezes, para participar de oficina de congado. “Me apaixonei logo de cara. Aqui não tem importância cor ou raça, o que interessa é nossa união, que acontece pela energia do batuque.” Assim como ele, legião de jovens tem lotado as apresentações dos artistas em espaços nobres da capital, como o Grande Teatro do Palácio das Artes ou casas noturnas como a Utópica Marcenaria, para entoar canções como Canto de Moçambique (Olelê, tilelê, tileleô...). A música virou espécie de hit da nova geração. Junto à música, veio a dança, formada por passos ritmados inspirados nas rodas dos congadeiros.

O cantor Maurício Tizumba credita à necessidade de retorno às raízes a principal causa da sonoridade que tem conquistado parte dos jovens. “Os ritmos dos tambores de Minas são quase mântricos. Falam dentro de nós e fazem bem à alma. O tambor é a coisa mais primitiva que conheço.” Ao contrário de outros artistas que se inspiram na cultura afro para fazer música, Tizumba nasceu dentro desse universo. No Bairro Aparecida, em Belo Horizonte, aprendeu a valorizar o legado dos antepassados e a força da religiosidade por trás do som dos tambores. Ao levar essa realidade para público mais amplo e fora do contexto original, ele propõe uma troca. “Não só tiro esses cânticos como devolvo outros que invento em forma de homenagens aos congadeiros, em músicas como Grande anganga muquichi, feita para o capitão João Lopes, do Vale do Jatobá.”

Não existe consenso na transposição das influências dos ritmos religiosos para o universo da música popular. “Uso com respeito e acredito na força do Rosário”, defende-se Tizumba. Segundo ele, a intenção não é carnavalizar, e sim valorizar a cultura afro. “O som do tilelê é algo mais introspectivo, voltado para dentro e menos frenético que tambores como o da Bahia. Já a dança que emerge quando tocamos vem de alguns passos do congado que as pessoas observam e repetem”, explica. A percussionista Raquel Coutinho faz questão de separar o movimento urbano inspirado no congado da proposta religiosa. “O movimento tilelê significa alegria, encontro, vibração. É o momento de dançar e se divertir. Daí vem a onda tilelê. Não deve ser visto como modismo”, salienta.

A cantora acha maravilhosa a apropriação da linguagem realizada pelos artistas mineiros e a utilização nos repertórios de MPB. “A sonoridade é encantadora. Percebo não só jovens sendo influenciados, como crianças e adultos. Estão vibrando. Acredito que o tambor tem esta função de mexer com os pés das pessoas.” A estudante de educação física Mariana de Almeida Zani é um exemplo. “Não sei explicar com palavras o que sinto ao ouvir o som ou ao tocar os tambores. Além de achar muito bonita a vibração, ela contagia.” O que começou de forma tímida, a estudante percebe que ampliou horizontes. “Tem crescido bastante o movimento. Esses artistas estão conseguindo levar o tambor para o mundo”, comemora.


FONTE: Estado de Minas
Por: Sérgio Rodrigo Reis

Pós-graduação em Gestão Cultural em Belo Horizonte

Curso de Pós-graduação em Gestão Cultural é realizado pela UNA em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, visando capacitar e valorizar os profissionais do setor para atuar nos campos da produção e da gestão cultural.
O curso é coordenado por Maria Helena Cunha, Gestora Cultural, Mestre em Educação na FAE/UFMG, especialista em Planejamento e Gestão Cultural pelo Instituto de Educação Continuada -PUC/MG, licenciada em História pela UFMG.

Brincadeira de criança atrai pessoas de todas as idades no Museu Mineiro

Oficina Vestindo o Menino Deus dá espaço para criatividade e habilidades manuais aos moldes das antigas revistas infantis


Cola, tesoura, papel, cores, muita criatividade e diversão! É isso que a oficina permanente ‘Vestindo o Menino Deus’, realizada pelo Museu Mineiro, oferece às crianças e, também, àqueles já não tão jovens, mas que guardam um espírito infantil e artístico. Por meio de materiais de sucata e artesanato, crianças, jovens e adultos confeccionam roupas para vestir a imagem do Menino Jesus em molde de pvc.

Reconhecido por seu acervo de Arte Sacra, o Museu Mineiro guarda uma vitrine dedicada a representações de Jesus Cristo, onde estão três imagens do Menino Deus, sendo que, uma delas, inspirou o molde em pvc que é objeto da oficina. A exemplo das antigas revistas infantis que traziam bonecas e roupinhas de papel a serem recortadas e dobradas, a oficina pretende montar um acervo removível de peças para a imagem do Menino Deus, onde o visitante é o próprio artista.

A oficina ‘Vestindo o Menino Deus’ é aberta ao público, de terça a domingo, no horário de visitação do Museu, e não precisa de inscrição. Diversas pessoas já participaram dessa brincadeira e as peças deixadas pelos visitantes estão expostas no Museu. Venha conferir!

Serviço
Oficina permanente ‘Vestindo o Menino Deus’
Data: terça a sexta-feira - 10 às 18 horas. Sábado, domingo e feriado - 10 às 16 horas
Taxa de visitação
. Domingos: entrada franca
. Terça a sábado: R$ 2,00, inteira
. Meia-entrada válida para estudantes

Local: Museu Mineiro (Av. João Pinheiro, 342 – Funcionários)

FONTE: Secretaria de Estado da Cultura (MG)

"O Andarilho", de Cao Guimarães, é selecionado para o Festival de Veneza

O cinema mineiro está em festa. O filme "O Andarilho", do belo-horizontino Cao Guimarães, acaba de ser selecionado para a 64ª edição do Festival de Veneza - um dos mais antigos e conceituados festivais de cinema do mundo (1932) -, que acontece de 29 de agosto a 9 de setembro, na cidade italiana. O longa-metragem irá concorrer na categoria competitiva Horizonte com outras 30 produções, de diversos países. O filme foi patrocinado, integralmente, por recursos do projeto ‘Filme em Minas’, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, em parceria com a Cemig Cultural, e que estimula a produção audiovisual no Estado.

"O apoio da Secretaria de Estado de Cultura e da Cemig Cultural foi muito importante para a materialização de 'O Andarilho'. Estamos muito felizes com a seleção do filme para o 'Festival de Veneza' e o 'Filme em Minas' é um dos principais responsáveis por essa conquista", afirma o assistente de produção Gibi Cardoso, também responsável pela pesquisa de personagem.

Desde a sua criação, em 2004, o Filme em Minas já investiu R$ 9 milhões, em 78 projetos, divididos por categorias: Longa-Metragem; Curta-Metragem; Vídeo Documentário; Desenvolvimento de Projeto; Novos Formatos (vídeo experimental, arte interativa e vídeo instalação); Publicação e Incentivo Especial ao Cinema Nacional. 'O Andarilho' recebeu R$ 521 mil, no Edital 2005/2006 do projeto.

O Andarilho
Dirigido por Cao Guimarães, ‘O Andarilho’ conta a história de três andarilhos solitários que percorrem trajetórias distintas em estradas do Nordeste de Minas Gerais. Com duração de 80 minutos e trilha sonora de ‘O Grivo’, o filme faz uma relação entre o caminhar e o pensar, mostrando a vida como um lugar de mera passagem.

Cao Guimarães
O cineasta e artista plástico Cao Guimarães nasceu em 1965, em Belo Horizonte. Estudou filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e cursou Master of Artes In Photographic Studies na Westminster Univesity of London. Seus filmes já participaram de conceituados festivais, com prêmios em vários deles, como o Festival de Cannes, em 2005.

Ficha técnica
Duração: 80"
Formato de Exibição: 35mm
Empresa Produtora: Cinco em Ponto
Direção, Fotografia e Edição: Cao Guimarães
Direção de Produção e Produção Executiva: Beto Magalhães
Assistente de Produção: Gibi Cardoso
Personagens: Gaúcho, Nercino e Paulão
Pesquisa de Personagem: Pedro Motta, Gibi Cardoso e Beto Magalhães
Arte: Hardy Design
Assistente de Edição: Aline X.
Assistente de Fotografia: Alexandre Baxter
Trilha Sonora Original: O Grivo
Som Direto: O Grivo
Câmera: Cao Guimarães
Câmera Adicional: Beto Magalhães

Festivais de teatro entre Agosto e Setembro

Espetáculos, oficinas, seminários, mesas redondas e muitas outras atividades são oferecidas para os profissionais e o público amante das artes cênicas


Uma boa oportunidade para artistas que ainda encenam no anonimato e buscam projeção nacional, e algumas vezes internacional, são os Festivais de Teatro que acontecem anualmente. Em sua maioria, os eventos têm o propósito de premiar as melhores atuações, bem como valorizar as Artes Cênicas no país. Quem ganha é o público, que tem a chance de assistir espetáculos de boa qualidade, gratuitamente ou a baixo custo, alguns dos quais acontecem nos meses de agosto e setembro.

A edição 2007 do Festival Palco Giratório, realizado pelo Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (SESC/DF), começou no dia 6 de julho e prossegue até 4 de agosto. Trata-se de uma iniciativa que percorre o Brasil com espetáculos de teatro e dança selecionados em diversos estados brasileiros. As apresentações acontecem no Teatro SESC Garagem (913 Sul) e na Praça do Povo (Setor Comercial Sul), em Brasília, e no Espaço Cultural Paulo Autran (ao lado do SESC Taguatinga Norte - CNB 12, AE 2/3) e na Praça do Relógio, em Taguatinga. A entrada é gratuita. Veja a programação completa.

No estado do Rio de Janeiro, acontece entre os dias 3 de agosto e 30 de setembro, o III Festival Nacional de Teatro de Rio das Ostras. A iniciativa tem como meta levar espetáculos e esquetes de teatro de todo o país para o município, a fim de gerar desenvolvimento cultural local. Também visa estimular o mercado para os profissionais do segmento e desmistificar o Teatro como cultura de elite. As apresentações são no Teatro Popular (Av. Amazonas, s/nº, Centro). Saiba mais.

A cidade de São João da Boa Vista, em São Paulo, será palco para o II Festival Amador de Monólogos (MonoFest), no período de 15 a 18 de agosto. Trata-se de um concurso que seleciona apresentações de monólogos amadores da cidade paulista e entorno. A entrega dos prêmios - R$ 400,00 para o primeiro lugar; R$ 150,00 para o segundo; e R$ 100,00 para o terceiro - ocorrerá no último dia de evento. Os espetáculos acontecem no Teatro Municipal (Praça da Catedral, nº 22) e têm entrada franca. Mais informações.

O XIX Festival de Teatro (Fenate) acontece de 24 de agosto a 1º de setembro, na cidade capixaba de São Mateus. O evento conta com apresentações de palco e de rua e tem por objetivo mobilizar a categoria teatral brasileira e instituições culturais, governamentais e não-governamentais. As melhores atuações receberão o Troféu Anchieta. Os espetáculos acontecem no Sítio Histórico do Porto de São Mateus, pela manhã; na Praça Mesquita (Centro), à tarde – ambos com entradas gratuitas –; e, à noite, no Cine Teatro Shopping (Praça São Benedito, nº 192, Centro), com ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00. Informações no site www.saomateus.es.gov.br.


Apoio e Patrocínio

A promoção e o fomento das artes cênicas estão dentre as missões do Ministério da Cultura, que estimula o desenvolvimento do segmento por meio de editais, programas e projetos. Outra forma de apoio se dá com os mecanismos da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Mecenato e Fundo Nacional de Cultura. Dentre as iniciativas apoiadas, destacam-se dois tradicionais eventos:

Porto Alegre em Cena - Em sua 14ª edição, esse festival internacional de teatro acontece entre os dias 10 e 30 de setembro, na capital gaúcha. Além dos espetáculos teatrais e de dança nacionais e internacionais, o evento inclui na programação seminários, workshops e debates. A novidade desta edição é o Programa de Fidelidade ao Teatro Local (Profit), que premiará os espectadores que assistirem às apresentações locais. Os espetáculos serão distribuidos em 14 teatros e 17 regiões descentralizadas de Porto Alegre e os ingressos vendidos a preços populares. A partir do dia 13 de agosto, a programação na íntegra e o valor das entradas estarão disponíveis no site www.poaemcena.com.br.

Fenatib - Considerado por críticos como referência teatral no segmento infantil, a 11ª edição do Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau acontece de 25 a 30 de setembro. O evento é uma mostra não-competitiva, com participação de grupos teatrais de todo o Brasil e da América do Sul. Na programação, além de peças teatrais, oficinas, palestras e mesas redondas. Os espetáculos podem ser vistos na Fundação Cultural de Blumenau (Rua XV de Novembro, nº 161, Centro); no Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, nº 1181, Centro); e em praças públicas. As entradas para as apresentações nos teatros custam R$ 3,00 e R$ 1,50. Saiba mais informações.


Os amantes das artes em geral também contam com o site www.artes.com, que disponibiliza muita informação e uma variada programação sobre outros eventos.



FONTE: Ministério da Cultura