quarta-feira, 18 de julho de 2007

Deputados esclarecem dúvida sobre Circuito Cultural Praça da Liberdade

As obras do Circuito Cultural Praça da Liberdade não vão descaracterizar o prédio da Secretaria de Estado de Educação, garantiram os coordenadores do projeto a integrantes das comissões de Cultura e de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (17/7/07). A deputada Gláucia Brandão (PPS) e o deputado João Leite (PSDB) visitaram o prédio e ouviram explicações sobre as reformas necessárias para transformá-lo em centro cultural. "As pessoas podem ficar tranqüilas. A parte principal do edifício será restaurada, apenas o anexo será adaptado", assegurou a gerente do Circuito Cultural, Patrícia Galvão.

O prédio em estilo eclético data de 1895, e tem como característica marcante uma cúpula no alto da fachada. No hall principal, há uma escadaria de ferro importada da Bélgica. A fachada original, o elevador e a escada serão mantidos. A cobertura do pátio interno será trocada por outra de cristal, mais moderna, com tratamento acústico e circulação de ar. O piso do pátio também será trocado, assim como o do porão. As alterações mais profundas, para que o espaço possa abrigar exposições de arte, serão feitas no anexo construído na década de 60, segundo a arquiteta Jô Vasconcellos.

O futuro Centro da Indústria, Arte e Cidade será um espaço de produção artística com o objetivo de preservar a memória da metalurgia e da mineração. O projeto é assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ganhador do Prêmio Pritzker e responsável pela restauração da Pinacoteca do Estado e pela construção do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Na opinião de Patrícia Galvão, o uso cultural dos prédios históricos, amplamente difundido nas capitais européias, é a melhor maneira de garantir a sua preservação. O início das obras no prédio da Secretaria de Educação ainda depende de parceria do governo do Estado com a iniciativa privada.

Mas a proposta de transformação da Praça da Liberdade em corredor cultural ainda enfrenta resistências. O presidente do Sindicato dos Arquitetos, Eduardo Fajardo Soares, faz duras críticas à proposta do governo do Estado. Ele alega que o anexo que se pretende alterar data de 1928 e também é tombado pelo Patrimônio Histórico. Ele também reclama que o Museu da Escola de Minas Gerais, que funcionava ali, teria sido desmantelado, e reivindica a realização de nova audiência pública na ALMG para discutir essa questão.

Explicações convencem parlamentares
O deputado João Leite, que solicitou a visita juntamente com a deputada Gláucia Brandão, é a favor do Circuito Cultural e lembra que o projeto recebeu pareceres favoráveis dos órgãos de preservação do patrimônio histórico. "A Praça da Liberdade é um sítio histórico que merece ser preservado, pois Belo Horizonte carece de espaços assim", afirmou. A presidente da Comissão de Cultura, deputada Gláucia Brandão, se disse satisfeita com as explicações sobre o projeto. Ela ressalta a importância de se criar um novo espaço cultural aberto à população, e avalia que as mudanças propostas nos prédios históricos serão feitas segundo critérios técnicos rigorosos.

A parlamentar ainda visitou as novas instalações do Museu da Escola, que agora funciona em um amplo salão do Instituto de Educação de Minas Gerais. O acervo do museu tem mais de 6 mil peças, entre elas preciosidades como um mimeógrafo americano do século XIX e um projetor de filmes movido a querosene. A transferência para a nova sede teve início em dezembro, e o novo museu deve ser aberto para visitação em agosto. A coordenadora do espaço, Sônia Aroeira Barbosa, diz que as denúncias de desmantelo do acervo são improcedentes.

Presenças - Deputada Gláucia Brandão (PPS) e deputado João Leite (PSDB).

FONTE: Assembléia Informa (www.almg.gov.br)

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