segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Divulgação

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Armazém da Viola abre temporada 2007


O Armazém da Viola, programa musical que tem como característica apresentar a tradicional moda de viola, aliada aos “causos” de nossa cultura, abre a temporada 2007, nos dias 12 e 13 de setembro com a presença da dupla Célia e Celma. As apresentações acontecem às 20h30, no teatro do Centro Cultural Usiminas.

Mineiras de Ubá, as irmãs gêmeas, iniciaram a carreira aos 5 anos. O primeiro disco solo foi gravado em 1987, com um repertório voltado para as raízes interioranas da dupla. Desde então as irmãs passaram a se dedicar ao estudo e difusão da música regional em seus diversos estilos.

Para a apresentação no Armazém da Viola, Célia e Celma prepararam um repertório com clássicos como Cuitelinho, Cálix Bento, Romaria e Maringá; do conterrâneo Ary Barroso apresentam “Teus Óio” e Rancho Fundo, além de composições de grandes nomes do gênero como Tonico e Tinoco, Alvarenga e Ranchinho, dentre outros.

Patrocinado pela Usiminas desde sua primeira edição, o Armazém da Viola completa este ano 7 anos. O projeto surgiu da necessidade de divulgar e apresentar a música sertaneja de raiz, bem como valorizar o artista regional, dando-lhe oportunidade de apresentar o trabalho desenvolvido.

Para esta edição do projeto contamos mais uma vez com o patrocínio da Usiminas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apoio do Usicultura, Rede Century de Hotéis, Shopping do Vale do Aço, Cachaça Primavera, Casa de Carnes Veneza, Casa do Ruralista, Vale Mais Distribuidora, Dani Doces e Produtos Shiara. A realização é de Ademar Pinto Coelho.

Ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro a R$ 10,00. Meia entrada estendida a professores, estudantes e maiores de 60 anos, mediante apresentação de documento.

SERVIÇO
Armazém da viola. Célia & Celma/Ubá-MG. 80 min. Classificação livre. Teatro do Centro Cultural Usiminas (724 lug.). Shopping do Vale do Aço. 12 e 13/09 (qua e qui), 20h30. R$ 10,00 (inteira). +info: Ademar Pinto Coelho (31) 9126-5103.


FONTE: Divulgação
Colaborou: Marilda Lyra por telefone.

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Na edição de hoje destaque para a abertura do FID – Festival Internacional de Dança, aberto hoje em Ribeirão das Neves.

Destaque ainda para o resultado do Prêmio FUNARTE que contemplou projetos de teatro e dança em todo Brasil. Por aqui destaque para a Hibridus Cia. de Dança, única aprovada de Ipatinga.

Ainda nesta edição uma matéria sobre o mistério que envolve o filme “Chatô” de Guilherme Fontes. Envolvido em escândalos de desvio de verba pública ainda existem os que torcem pela sua finalização.

A volta do “Bem Amado” é destaque também da edição de hoje, além do show de Célia & Celma, abrindo a programação 2007 do Armazém da Viola, no Teatro do Centro Cultural Usiminas.

A todos uma boa leitura.

Funarte divulga resultado de prêmios de teatro e dança

A Funarte divulgou a relação dos 166 projetos contemplados pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2007 e dos 61 contemplados pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna . O total de investimentos para os dois prêmios foi de R$ 10 milhões, com o patrocínio da Petrobras. Foram destinados R$ 7 milhões para os projetos de teatro e R$ 3 milhões para a dança.

O presidente da Funarte, Celso Frateschi, destacou o esforço de federalização dos recursos da Fundação nesta edição das premiações:

- Pela primeira vez desde que os prêmios foram criados, a Funarte se preocupou em contemplar todas as regiões, desde que os projetos inscritos preenchessem os requisitos de excelência exigidos pelo edital - disse Frateschi.

Os projetos selecionados envolvem montagens de espetáculos, pesquisa teórica, laboratórios ou oficinas. Para o prêmio de teatro, concorreram 1.067 projetos. O prêmio de dança recebeu 317 inscrições.

As comissões julgadoras foram formadas por profissionais de todas as regiões do país, com reconhecida competência técnica em suas áreas de atuação, convidados pela Funarte ou indicados por instituições representativas das categorias. A coordenação foi da diretora do Centro de Artes Cênicas da Funarte, Claudia D'Mutti.

Participaram da comissão julgadora do Prêmio Myriam Muniz:
Ana Karine Jansen de Amorim (PA)
Antonio Sergio Roveri (SP)
Carlos Alberto Carvalho Correia (PE)
Cláudia Pinto Bem (RS)
Cláudio da Veiga Luchesi (SP)
Ione Tibúrcio Medeiros (MG)
João Antonio de Lima Esteves (DF)
João Batista Coelho (RJ)
Karen Astrid Muller Pinto (SP)
Luis Aparecido Bertipaglia (PR)
Luiz Carlos Pulchério de Medeiros (RJ)
Maria Cecília Nascimento Garcia (SP)
Nehle Frank (BA)
Walden Luiz Furtado Bezerra (CE)

Participaram da comissão julgadora do Prêmio Klauss Vianna:
Ângela Maria Gonçalves Ferreira (RJ)
Carmen Luzia Ferreira (RJ)
Dulce Tâmara da Rocha Lamego Silva (BA)
Fernanda Ladeira Lippi (MG)
Ítala Clay de Oliveira Freitas (AM)
Maíra Spanghero Ferreira (SP)
Marília Rameh Reis de Almeida Braga (PE)
Sandra Meyer Nunes (SC)
Rosa Maria Leonardo Coimbra (DF)
Sigrid Augusta Busellato Nora (RS)


FONTE: FUNARTE


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Hibridus contemplada com o Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna/2007


De Ipatinga, apenas a Hibridus Cia. de Dança foi a contemplada com o prêmio lançado pela FUNARTE, por telefone Leila Cunha, integrante do grupo, explica o que é o projeto:

Leila Cunha (Hibridus Cia de Dança)
O projeto é o estudo das várias formas de linguagem da dança através de seminários, debates, fotografias, vídeo-dança trabalhando tudo isso na relação com a cidade.

Desde o projeto TRAVESSIA a Hibridus vêm estudando esta relação, o que resultou num espetáculo para a rua. Com esse subsídio de estudo pretendemos agora levar isso ao palco, não sabemos ainda se em um espetáculo ou em um vídeo-dança, sabemos ao certo que levaremos ao palco como fizemos para a rua.

Na verdade o projeto é um processo de construção, onde não sabemos ao certo o que será construído.

Não existe um produto final e sim vários produtos.

Estamos muito felizes com a aprovação, sabemos da importância do prêmio, em Minas Gerais foram apenas três contemplados e nós somos um desses.

FID começa hoje em Ribeirão das Neves



Maior evento da dança em Belo Horizonte pretende promover o debate das relações entre o corpo e a história





O maior acontecimento da dança em Belo Horizonte está pronto para começar. A 11ª edição do FID - Fórum Internacional de Dança - inicia sua programação hoje, com a primeira de uma série de oficinas que serão realizadas na região metropolitana da capital (ver quadro de programação ao lado), e segue até novembro, com debates, programas de pesquisas, exposições, lançamentos de livros, e, é claro, espetáculos nacionais e internacionais, com preços "simbólicos". "Não é só uma ’campanha de popularização da dança’. Queremos ir muito além disso, e trabalhar, por exemplo, a ’resistência cultural do corpo’, com apresentações de guardas de congado de várias cidades do interior, sempre antes dos espetáculos", afirma Adriana Banana, diretora artística e uma das idealizadoras do FID.

Como indica a programação e o próprio nome, o FID não se presta simplesmente a realizar mostras de espetáculos de dança. É, antes disso, como diz Mônica Simões, diretora de planejamento, "um fórum pensante", que assume o papel de promover a produção de conhecimento, por meio de investigações acerca da linguagem da dança. O tema que irá conduzir esse "fórum pensante" será Museologia do Corpo que Dança.

Segundo Adriana, existe um entendimento atual da museologia que parte não apenas da memória estática guardada em museus, mas também de matérias vivas e dinâmicas, como por exemplo o corpo. "A intenção é tratar o corpo como história. Não uma história do passado, mas como o que virá. Não queremos ficar presos à história oficial, mas construir a nossa própria concepção de história."


Os programas
Este ano a programação do FID se estende por longos dois meses, dividindo-se em três esferas diferentes: Circulando Grande BH, Território Minas e Conexão Internacional. O ponto de partida acontece hoje, com a oficina Técnicas de Palco, ministrada por Leonardo Pavanello em Ribeirão das Neves, dentro do programa Circulando Grande BH, que abarca ainda mais duas cidades da região metropolitana - Sabará e Nova Lima.


Clique na imagem para ver a programação ampliada.


"Essa primeira parte é uma ampliação do Circulando BH, que atingia regiões socialmente menos favorecidas (apenas nos limites da região central da cidade)", comenta a diretora- executiva Carla Lobo. O programa divide-se em três atividades principais - oficinas práticas e teóricas, capacitação para os profissionais locais e espetáculos gratuitos. O segundo programa do FID (Território Minas) é a parte do fórum preparada para valorizar o mercado e os grupos de dança de Minas Gerais e incentivar a formação de novos criadores.

Dentro do programa, estão três grupos desenvolvendo projetos de pesquisa cujos resultados serão mostrados ainda dentro do FID, em apresentação no Museu Mineiro, onde também está sendo montada a Fidoteca, que irá expor o acervo audiovisual de dez anos de FID, incluindo todos os espetáculos apresentados até hoje no evento. Ainda dentro do Território Minas, acontece a mostra Dança Minas, em que grupos do interior se apresentam, "também pensando na projeção desses grupos", como afirma Carla Lobo.

"O Território Minas é mantido desde 1998 porque vimos resultado. Grupos que passaram pelo programa ganharam uma projeção muito grande. O Balé de Rua, de Uberlândia, por exemplo, chegou a se apresentar no Sesc/São Paulo. Outros nem mesmo existiam e foram formatados dentro do programa", conta Carla.

Por fim, a Conexão Internacional, que acontece no final de outubro, reunirá companhias de vários cantos do mundo, com destaque para a abertura países do Terceiro Mundo, como o Quênia, com os grupos Opyio Okach Gaara Projects e Andre Ouamba. Segundo Carla Lobo, este ano a mostra internacional quadruplicou.

"Primeiro, porque o dinheiro aumentou (foram aprovados cerca de R$ 700 mil pelas leis de incentivo federal e estadual)". Outra boa notícia foi a parceria do FID com outros três grandes festivais de dança - do Rio, de Recife e do Ceará, em que haverá uma espécie de compartilhamento dos espetáculos.

FONTE: O Tempo
Por: DOUGLAS RESENDE

A volta do bem-amado Odorico

Marco Nanini vive, no palco, o papel eternizado por Paulo Gracindo na TV

Com a alma lavada e enxaguada na ambição política, Odorico Paraguaçu, o mítico prefeito de Sucupira, está de volta, com a mesma verve particular e ainda famoso por cortejar donzelas praticantes: estréia hoje, no Teatro das Artes, no Rio, O Bem Amado, peça escrita em 1961 por Dias Gomes, que também a adaptou como telenovela, em 1973, o primeiro folhetim a ser gravado em cores no Brasil. ''''O mais surpreendente é que, mais de 40 anos depois, a história continua atual'''', comenta o ator Marco Nanini, que interpreta o coronel que combate os cachacistas juramentados, aqueles que se opõem à sua obsessão de inaugurar o cemitério em uma terra em que, curiosamente, as pessoas deixaram de morrer.

Nanini interessou-se pelo projeto quando foi convidado para viver Odorico em uma versão para o cinema, dirigida por Guel Arraes e produzida por Paula Lavigne. Deixando de lado os entretantos e partindo pros finalmente, no típico linguajar de Odorico, ele percebeu que a trama continuava rica e, como sua origem estava nos palcos, nada melhor que promover também uma nova montagem teatral.

Na verdade, o projeto poderá repetir o mesmo trajeto de sucesso de Lisbela e o Prisioneiro, peça que Guel Arraes primeiro montou no teatro para depois transformar em filme para o cinema. O percurso, agora, será um pouco diferente. A começar pela direção - Enrique Diaz, da Cia. dos Atores, foi convidado para comandar a encenação, da qual participam também alguns membros da sua trupe. Arraes ficou responsável pela produção artística e pela adaptação, ao lado de Cláudio Paiva.

O original de Dias Gomes, aliás, foi pouco modificado. ''''Algumas cenas longas foram enxugadas, mas a essência, que são a trama e principalmente os diálogos, foram mantidos'''', comenta Nanini, que ouviu gravações de discursos de políticos dos anos 1950 e 60, além de acompanhar a desenvoltura dos atuais em programas de tevê, para compor seu personagem. ''''Fiquei impressionado com o gestual excessivamente dramático de alguns, como Roberto Jefferson, com a paciência tipicamente política de outros, como Antônio Carlos Magalhães.''''

Um dos maiores atores brasileiros em atividade, Nanini não vive da glória - ao contrário, transforma a criação de um personagem em um fatigante processo de pesquisa, tudo documentado em um caderno que se transforma em sua pequena obra de arte. Ali, faz colagens e desenhos alusivos às peça, buscando criar o histórico do homem que vai viver em cena.

Assim, a partir da descoberta de uma imensa coleção de frutas nordestinas, Nanini avançou e chegou à uma região na Bahia, próximo de Barra Grande, onde se produz azeite de dendê - em uma linha do texto original, Dias Gomes faz menção ao produto. ''''Para mim, é importante ter uma intimidade com o personagem'''', observa o ator que, para se caracterizar como Odorico, utiliza uma pequena peruca loira no topo da cabeça. ''''O ideal seria escurecer todo o cabelo, mas seria a mesma solução utilizada com Paulo Gracindo, que eternizou o papel na televisão.''''

Nanini, aliás, evitou, em seu processo de criação, rever imagens da novela. Embora seu Odorico continue sua luta para inaugurar o cemitério, o cenário político hoje é diferente e é o que a montagem pretende mostrar. ''''A novela é um patrimônio afetivo cultural brasileiro, mas hoje buscamos um Nordeste mais pop'''', comenta Enrique Diaz, que teve apenas cinco semanas para montar o espetáculo, quando normalmente desfruta vários meses de decupagem, junto da Cia. dos Atores.

A pressa, no entanto, serviu como estímulo. Ao adotar o atual universo cultural nordestino, Diaz, ao lado de Guel Arraes, montou um curioso caldeirão de influências que se casam perfeitamente em cena. Responsável pela direção de arte e pela cenografia, Gringo Cardia, por exemplo, apostou tanto na exuberância das cores como no apelo popular pela religião - o cenário é giratório, alternando tanto imagens de santos como grafismos feitos em jornal por um jovem artista do Recife.

Já a trilha original ficou a cargo do DJ Dolores, músico sensível aos valores da tradição, mas sempre tentado por arroubos experimentais, o que faz a montagem ser emoldurada tanto por ritmos tradicionais como por batidas modernas.

E ainda o belo figurino criado por Antônio Guedes que, inspirado no tropicalismo, conseguiu que, separadamente, cada personagem mantivesse sua particularidade, mas, juntos, todos apresentassem uma unidade nas cores e nos tecidos. É particularmente interessante a pesquisa que ele realizou para os ternos vestidos por Odorico Paraguaçu, que começa com o branco, passa pelo azul e o amarelo, até chegar ao negro.

''Embora seja um político abominável, Odorico está cercado da mais rica cultura'', observa Enrique Diaz, na direção de um projeto que comprova a eficiência do teatro em, além de divertir, também conscientizar o espectador. Como pretendia Dias Gomes.


FONTE: O Estado de São Paulo
Por: Ubiratan Brasil

Uma história sem fim

Dez anos depois, segue o mistério do filme 'Chatô'

Ainda há quem tenha fé em Chatô - O Rei do Brasil, filme envolvido em uma polêmica sobre o uso do dinheiro público pelo diretor do longa, o também ator Guilherme Fontes. Dos que torcem pela finalização do projeto, membros do elenco são os mais esperançosos. Para eles, o assunto não é folclore: trata-se de um trabalho de dez anos no set de filmagem.

Chatô foi rodado durante várias temporadas. No elenco, estavam atores de primeira como Marco Ricca, Paulo Betti, Andréa Beltrão, Leandra Leal, Eliane Giardini, Diogo Vilela, Letícia Spiller e Letícia Sabatella. A encenação da vida do empresário das telecomunicações Assis Chateaubriand exigiu fina caracterização e figurantes a rodo.

Cada vez que as filmagens eram interrompidas por causa das pendências judiciais e da conseqüente dificuldade de se captar recursos, o elenco sofria. Para Marco Ricca, que fez o papel-título, viver o empresário de comunicações Chatô implicou em engordar 16 quilos e passar 15 horas por dia gravando - pelo menos três delas para a caracterização completa do personagem, que incluia maquiagem pesada para envelhecer e prótese dentária. Ricca ainda precisava pesar no sotaque nordestino e falar até alemão.

À espera de um milagre
Ele, claro, foi o mais sacrificado com a demora das filmagens e as confusões que envolveram o longa. Gravou as últimas cenas há três ou quatro anos - nem se recorda mais da data. Bastante frustrado com o que aconteceu, Ricca tem agora a pendência de gravar os offs. 'Foi um trabalho exaustivo, deixei muita coisa para poder realizá-lo. Mas me deu muito prazer, aprendi muito. É a sensação de um coito interrompido, sacou?'

A colega de elenco Letícia Sabatella, que viveu a primeira das mulheres de Chatô, entende. Ela recorda a dedicação de Ricca e de todo o elenco fixo e lamenta que o público ainda não tenha acesso ao que foi produzido. 'Fiz uma participação pequena. Então, não cheguei a ter pendências. Mas imagino como os outros se sentiram, o filme envolvia muita gente, era uma superprodução.' Letícia torce para que Chatô fique pronto porque, segundo ela, quem viu o que foi rodado gostou.

As notícias, no entanto, são desanimadoras. Ao contrário do que boatos recentes anunciaram, Guilherme Fontes nega que tenha iniciado a finalização do filme. Não há previsão para recomeçar. 'Se der a largada, cinco meses depois fica pronto. Mas não vou começar e ter de parar para captar verba. Não largo mais sem a meta de chegada.'

Fontes trabalha em Chatô há cerca de 15 anos. As filmagens começaram há 10. Em 1996, ele foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar R$ 12 milhões pelas Leis Rouanet e do Audiovisual. Em 1999, o MinC pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que analisasse as contas do projeto. Começou a novela. As gravações foram interrompidas por suspeitas de irregularidades na gestão dos recursos. Em 2002, o TCU chegou a inocentar Fontes, mas a briga judicial entre o diretor e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) se arrasta até hoje.

Pior para o elenco, que não tem previsão de quando verá o trabalho na telona. As expectativas foram grandiloqüentes como os números do longa - que contou até com a supervisão do premiado cineasta americano Francis Ford Coppola. Letícia Sabatella diz ter participado de cenas no Palácio do Catete que eram 'quase um show'. Além disso, todos os envolvidos na filmagem falam da qualidade, da maquiagem ao figurino. Fontes alega ter tentado dar aos atores tudo o que ele sabia, por experiência, que seria o ideal num set de filmagem. Só não acertou no vai-e-vem das gravações.

Segundo Paulo Betti, que viveu Getúlio Vargas, voltar a filmar seria desnecessário e complicado. Interpretar o ex-presidente exigiu dele raspar uma parte do cabelo e ficar assim durante um ano. 'Eu parecia um índio', conta. 'Seria muito difícil se eu tivesse que raspar o cabelo de novo, já o fiz duas vezes. Investi muito nesse personagem.' Além disso, os problemas do filme de Fontes acabaram atrapalhando Betti na captação de recursos para projetos seus. 'Eu chegava nas empresas marcado na testa pelos problemas do Chatô, os empresários desconfiavam.'

Mas ele e Marco Ricca ainda têm esperanças de ver o filme pronto. O intérprete de Chatô resume, bem humorado, a expectativa: 'Torço para que o Guilherme se livre desta etapa, que deve estar sendo muito difícil para ele. E para eu poder parar de ter de responder sobre o filme'.

O longa é baseado no livro Chatô - O Rei do Brasil, de Fernando Morais, que conta a vida do jornalista paraibano Assis Chateaubriand. Nascido em 1892, ele foi um dos empresários das telecomunicações mais importantes do País nas décadas de 30 e 40. Era dono dos Diários Associados, um complexo de jornais, emissoras de rádio, TV e revistas. Homem de muitas mulheres, tinha a moralidade contestada e, na política, apoiou Getúlio Vargas. Na década de 60, Chatô passou a investir mais na televisão e acabou se afogando em dívidas. Morreu em 1968.


FONTE: O Estado de São Paulo
Por: BRUNA FIORETI, bruna.fioreti@grupoestado.com.br

Polêmico reality show confina 40 crianças em cidade fantasma

Se faltava ainda algo no bizarro mundo dos reality shows, agora não falta mais. Está marcada para o próximo dia 19 a estréia de um programa que mostra 40 crianças confinadas por 40 dias em uma cidade fantasma do Novo México, nos EUA.

"Kid Nation" (nação de crianças) é uma produção da CBS, uma das principais redes de TV norte-americanas. Vende a idéia de descobrir se crianças seriam capazes de construir uma sociedade organizada sem a participação de adultos.

No site do canal, um vídeo promocional começa com uma cobra em meio ao local onde os meninos e meninas de oito a 15 anos permaneceram sem nenhum adulto, em um cenário de filme de faroeste.

Nas imagens, crianças choram, gritam umas com as outras, puxam carroças, limpam privadas, tiram água do poço e cozinham em fogões a lenha, dentre outros trabalhos pesados. Pelas regras, seria expulso quem se recusasse a cumprir as tarefas determinadas pela produção.

Às vésperas da estréia, a polêmica esquenta nos EUA. A rede está sendo acusada de exploração do trabalho infantil --as crianças chegavam a trabalhar por 14 horas diárias.

A CBS nega e afirma que cada criança desenvolveu atividades adequadas à sua idade. Janes Miles, mãe de uma participante de 11 anos, acusou a CBS de negligência. Segundo ela, sua filha teve o rosto queimado enquanto cozinhava e outras quatro crianças, por engano, beberam cloro, que estava em garrafa de refrigerante.

Romaine Serna, do Departamento de Crianças, Adolescentes e Famílias do Novo México, afirmou que a CBS não solicitou às autoridades locais que inspecionassem o local das gravações e concedesse licença para o programa, o que seria uma exigência legal. Jonathan Anschell, advogado da emissora, disse que houve inspeção do Departamento do Trabalho.

Ele, contudo, reconheceu que houve o incidente com o cloro.

A CBS, em nota oficial, afirmou que as gravações, que se encerraram em maio, foram feitas de modo responsável.

O contrato de 22 páginas assinados pelos pais dos concorrentes prevê multa de US$ 5 milhões a quem conceder entrevista sem autorização da CBS pelos próximos três anos.

Também livra a rede de qualquer responsabilidade sobre danos às crianças, inclusive morte, gravidez ou contaminação por doença sexualmente transmissível. A rede também passa a ter direito vitalício do uso de imagem das crianças.

Cada concorrente recebeu US$ 5.000 pela participação. Em cada episódio, o grupo se reúne e seleciona uma criança para ganhar um estrela dourada, que vale US$ 20 mil.


FONTE: Folha de S. Paulo