sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Divulgação

Clique na imagem para ampliar.

Contribuiu: Érico Batista Lima

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Não poderia deixar de dar o devido destaque hoje ao lançamento do filme “Cidade dos Homens”, dirigido por Paulo Morelli, a matéria é do jornal O Tempo e vem seguido de uma crítica logo abaixo.

Como complemento apresentamos ainda a entrevista com Darlan Cunha e Douglas Silva, o Acerola e Laranjinha, que são os protagonistas do filme.

E, já era de se esperar, o filme ainda não chegou a Ipatinga (vide programação no cinema).

Destaque ainda para a abertura da vendagem de ingressos para o TIM Festival que acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Vitória. Estando por uma dessas cidades vale a pena ir, em não estando vale a pena conhecer a programação e torcer para que ela venha, pelo menos para Belo Horizonte.

Matéria muito importante ainda traz as mudanças no sistema de abertura de conta corrente para projetos aprovados pela Lei Rouanet.

Vale lembrar ainda que no final de semana não teremos atualizações e voltamos ao ar normalmente na segunda-feira, meio dia, com novos posts. As atrações do final de semana ficam por conta de Juarez Moreira que se apresenta neste domingo no Teatro do Centro Cultural USIMINAS conforme divulgado ontem, e para o projeto Sempre um Papo que traz Leila Ferreira na segunda-feira (divulgação acima)

Ontem foi um dia record para a gente, contabilizamos 128 visitas em um único dia, isso é graças a todos vocês leitores, nós, daqui, só podemos agradecer: a todos o nosso MUITO OBRIGADO!

Tenham uma boa leitura.

Acerola e Laranjinha voltam no filme 'Cidade dos Homens'

Adeus, meninos

"Cidade dos Homens", longa-metragem que estréia hoje nos cinemas, fecha o ciclo dos personagens Acerola e Laranjinha, que começou com o curta "Palace II" e seguiu para a série de TV


Eles eram apenas garotinhos da favela quando protagonizaram "Palace II" (2001), curta-metragem de Fernando Meirelles que tinha como ambição testar técnicas de filmagem para o que depois se tornaria o explosivo "Cidade de Deus" no ano seguinte. O sucesso deste último (mais de 3 milhões de espectadores e muita discussão dentro e fora do Brasil) gerou o seriado de TV "Cidade dos Homens", que, quatro temporadas depois, chega aos cinemas com a ambição de dar um fecho à saga de Acerola e Laranjinha - aqueles dois garotinhos lá do início do texto.

"É o fim de um ciclo", define Paulo Morelli, diretor do longa-metragem que estréia hoje em 160 salas do país - incluindo várias em Belo Horizonte. Morelli acredita que todo esse processo de começar no cinema, ir para a TV e agora voltar ao cinema foi importante para desenvolver a relação entre essas duas mídias no país. "É a possibilidade de um trabalho de qualidade tanto no cinema quanto na televisão. Eu e o Fernando (Meirelles), por termos começado na TV, nos sentimos muitos livres na hora de trafegar entre um e outro", diz. Paulo Morelli, que estreou no cinema com "O Preço da Paz" e seguiu na comédia "Viva Voz", entrou para a produção de "Cidade dos Homens" na segunda temporada, exibida na Globo no final de 2003.

O momento coincidiu com a decisão, desde então, de finalizar as aventuras dos dois amigos favelados na tela grande. "Do último episódio daquele ano nós começamos a traçar o final da série, que seria composto de mais duas temporadas na TV e um filme. Dali em diante, fomos plantando as sementes que desembocariam na história que tratamos agora no cinema", relembra Morelli. A história, no caso, tem como fundamento a paternidade. De um lado, Acerola (Douglas Silva) precisa assumir o filho quando a mãe da criança mudase para trabalhar fora do Rio de Janeiro.

Do outro, Laranjinha (Darlan Cunha) quer a todo custo conhecer o pai que o renegou. No meio do caminho, vão esbarrar na crescente guerra do tráfico típica dos morros cariocas. O tom da série se manteve: retratar o universo da favela pelo olhar da comunidade - diferente de "Cidade de Deus", que priorizava o cotidiano da bandidagem.

"Acerola e Laranjinha são exemplos de várias possibilidades: a de escapar de um mundo sufocante e do domínio do tráfico, da pressão da polícia, da exclusão social. Tudo sem perder a alegria de viver, a força e a integridade", descreve o diretor. Por conta de tantas características marcantes, Morelli acha que a dupla de "Cidade dos Homens" já virou um símbolo pop.

"Eles são heróis e exemplos não apenas dentro do que a gente mostra, mas também em âmbito pessoal, na figura dos dois atores, que são a alma disso tudo. As pessoas da favela ganharam rosto e uma vida concreta diante daqueles que os ignoravam. O mais importante da série sempre foi dar olhos e rosto a essa gente".

Públicos distintos
A expectativa de bilheteria não desanima o realizador. Seria até natural se o fizesse, visto que cada episódio de "Cidade dos Homens" atraía aproximadamente 30 milhões de telespectadores - marca impossível de ser alcançada no atual cenário do cinema feito no Brasil. "Os nossos personagens ganharam o carinho e respeito do público, e espero que muita gente que os via em casa vá vê-los no cinema. Mas sei que são públicos distintos".

Ainda que comande um derivado de TV com produção da poderosa O2 Filmes de Fernando Meirelles, Paulo Morelli diz ter tido total liberdade na condução do filme. "O Fernando e os outros envolvidos no seriado deram apenas uma lida no roteiro e me liberaram para o caminho que eu quisesse", conta.

"A vantagem do cinema é que ele possibilita um maior aprofundamento dramático que os episódios curtos de TV não deixavam, até pelo formato". E Morelli garante: "’Cidade dos Homens - O Filme’ não é um episódio expandido, mas um filme universal, que poderá ser entendido até por quem nunca viu o seriado". E brinca: "Quisemos fazer um longa para poder ser visto e compreendido até na Ucrânia".

________________________________________


Uma fábula bonita, mesmo sem ser feliz

SÃO PAULO – Talvez quem espere de “Cidade dos Homens” uma continuação perfeita de “Cidade de Deus” venha a se decepcionar. Mas isso é o que de melhor poderia acontecer com o filme de Paulo Morelli – não seguir os traços de sucesso daquele divisor de águas do cinema brasileiro da Retomada e dar um rumo pessoal aos seus personagens. O risco de parecer uma contrafação do primeiro era grande. Afinal, os personagens Acerola e Laranjinha aparecem no curta “Palace II”, espécie de laboratório de “Cidade de Deus”.

Depois do sucesso (público, crítica e internacional) do filme de Fernando Meirelles baseado no romance-depoimento de Paulo Lins, a Globo encampou o projeto na série de TV “Cidade dos Homens”. Agora, o filme homônimo chega às telas. O que ele tem de mais? Muita coisa, a começar pelo eixo que Morelli estabelece para balancear sua história – a questão paterna. Acerola (Douglas Silva) é pai precoce.


Tem um filho de dois anos e, quando a mulher arranja emprego em São Paulo, ele tem de assumir a guarda da criança. Já o problema de Laranjinha é outro. Filho de pai desconhecido, quer descobrir suas origens. Enquanto os dois procuram resolver seus problemas, o morro onde vivem ferve com a guerra de quadrilhas do tráfico. Madrugadão (Jonathan Haagensen) e Nefasto (Eduardo BR) disputam a liderança e envolvem os outros na violência. É o ambiente de “Cidade de Deus”, mas fotografado em seu inverso.

Se no filme de Fernando Meirelles via-se quase apenas o lado dos traficantes, como se não houvesse pessoas honestas na favela, aqui é o contrário. O tráfico faz o papel de incômodo pano de fundo; no primeiro plano, estão as pessoas normais, pobres com muitas dificuldades. Aqui, procura- se movimento mais lento, reflexivo. Afinal, Acerola e Laranjinha são dois garotos, agora com 18 anos, que desejam escapar à determinação de ferro do lugar onde nasceram e cresceram. Esse é o horizonte de “Cidade dos Homens”.

Existe um caldo de cultura desfavorável, tudo empurra a dupla para o crime. Mas sempre existe uma saída. Em “Cidade de Deus” também havia, e essa exceção era representada pelo personagem Buscapé, que se torna fotógrafo e sobrevive. Mas ele era o narrador, alguém que via, quase de fora, a história se desenrolar e a registrava, com participações mínimas. Agora os que procuram escapar são os dois protagonistas.

O mundo não tinha saída para Zé Pequeno e Bené, mas parece mais aberto para Acerola e Laranjinha. Não por acaso eles encontram a via de escape no processo que desencadeiam ao responder a uma pergunta: O que é ser pai? Pergunta que remete à identidade de cada um. Buscando saber quem são, Acerola e Laranjinha encontram uma liberdade possível. Pode não ser uma fábula feliz, mas mesmo assim ainda é bonita. (Agência Estado)


Veja o Trailer aqui.



FONTE: O Tempo

ENTREVISTA - Darlan Cunha e Douglas Silva

Em entrevista Darlan Cunha e Douglas Silva, protagonistas do filme "Cidade dos Homens" contam desde como se conheceram até a produção do novo filme dirigido por Paulo Morelli.








Como vocês se conheceram?
Douglas: Foi durante os testes para Cidade de Deus, no Nós do Cinema. Os meninos eram divididos por faixa etária e horários da escola. O Darlan estudava à tarde e eu de manhã. A gente nem se via.
Darlan: Daí, quando ficou definido que eles fariam o Palace 2 para o Brava Gente, da Globo, começaram a juntar os meninos e a gente se conheceu. No começo a gente nem se dava bem, até que um dia pedimos para a Kátia Lund para fazer os exercícios juntos. Começamos a trabalhar juntos no Palace 2.

Quando surgiram Laranjinha e Acerola?
Douglas: No Palace 2, em 2000. Eram personagens do livro Cidade de Deus, do Paulo Lins. Mas a gente mudou os papéis. Era para eu ser o Laranjinha e ele o Acerola. Mas, em cima da hora, a Kátia Lund falou: que tal vocês mudarem o papel? Porque eu tinha uma cara mais de medroso, e o Darlan de atrevido. O Acerola tinha cabeça para se dar bem em algumas situações, mas o Laranjinha é mais esperto. O Laranjinha se dava bem com as mulheres, com o trabalho, ele se dava bem em tudo.

De onde vocês partiram para a criação dos personagens?
Darlan: A gente tinha a história que era de dois amigos que cresciam juntos e tinham que conviver com as dificuldades da comunidade.
Douglas: Eles gostaram da maneira como a gente fazia. Davam a situação e a gente criava em cima, davam a idéia do que seria a cena e a gente ia criando, colocando as características dos personagens.
Darlan: Eles abriram espaço pra gente dar mais realidade às cenas, até na direção. A gente contou muita história, desde as oficinas, em todo o processo, todo mundo tinha história para contar, coisas da comunidade. Isso tudo foi juntado na série e no filme. A gente falava: isso não funciona assim, essa frase não se diz assim.

Como foi a evolução do Laranjinha e do Acerola da série para o filme?
Douglas:
Teve uma evolução, porque no início o Acerola e Laranjinha eram pequenos, queriam só curtir, daí foram crescendo, chegaram à adolescência, queriam pegar mulher, perderam a
virgindade na mesma época. Eu da primeira vez dei azar e engravidei a menina, o Laranjinha continuou a curtir e nisso surgiram várias histórias, ele se metia com a mulher do ex-bandido, dava confusão....
Darlan: E eles foram crescendo, começaram a trabalhar, a responsabilidade que eles foram ganhando mostra a evolução também.

Vocês começaram esse trabalho com 11 anos, agora têm 18. Como é crescer junto com o personagem?
Douglas: Ano passado eu reparei que o Acerola foi uma terapia para mim. Porque tinha coisas da minha vida, histórias e sentimentos, que o personagem conseguiu expressar para mim.

No filme, nenhum dos dois personagens conhece o pai. Na vida real, o mesmo aconteceu com vocês. Como foi falar disso?
Darlan: Nas comunidades isso é muito comum, geralmente as pessoas têm filhos muito cedo e os pais não querem assumir a responsabilidade, essa é a nossa história também. Para gente é bem comum, mas eu sempre senti falta, sempre quis ter pai. E no filme isso foi difícil, mexeu muito comigo porque no começo das filmagens eu não sabia do paradeiro do meu pai, depois eu descobri que ele tinha morrido.
Douglas: Quando eu era mais novo não entendia muito essa coisa, mas agora penso: não tenho pai, mas não é o final do mundo, tem muita gente que tem pai e mãe e perde os dois de repente num acidente. Então botei na minha vida: vamos pensar que meu pai morreu, é isso e acabou. Então é normal, soube lidar com isso. Agora, cuidar do Clayton para mim foi super normal, porque sempre cuidei dos meus irmãos. Minha mãe jogou essa responsabilidade para mim, sou o segundo mais velho, ela teve cinco filhos, então sempre tive que ajudar a cuidar dos mais novos.

Para vocês, qual é a importância de contar essas histórias?
Darlan: Ajuda a ver mais a necessidade das pessoas que vivem na favela, o dia-a-dia dessas pessoas, a realidade das favelas. Essa era a primeira idéia do filme, não contar apenas a realidade do tráfico, das pessoas envolvidas no crime, mas mostrar o cotidiano, porque na favela 90% das pessoas não estão envolvidas com o crime e acabam pagando o pato disso também. Favelado acaba sendo tratado tudo igual.
Douglas: Muda também o ponto de vista das pessoas. Desde Cidade de Deus, foi mudando o jeito de pensar. Tem mais gente negra hoje usando black,
assumindo a sua identidade. Antes negão era visto como ladrão. A sociedade generalizava.

As pessoas se sentem representadas por esses personagens?
Douglas: Com certeza. Cidade de Deus foi o primeiro programa a retratar o que passa na favela e as pessoas ficam felizes em se ver retratadas ali. Nas comunidades colocavam a TV para fora, todo mundo saía mais tarde, era tipo Copa do Mundo.
Darlan: E não é só na favela. O namorado da minha sogra, que é personal, tinha várias aulas desmarcadas na hora da série. Ela atingia várias classes sociais.


FONTE: Divulgação

Abertura de Contas de Projetos Culturais

Cada projeto terá duas contas específicas - 'Bloqueada Vinculada' e 'Livre Movimentação' - que serão abertas pelo MinC somente em caso de obtenção de patrocínio



O Ministério da Cultura informa aos proponentes com projetos aprovados no mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91) e que já possuam patrocínio, que solicitem à Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (Sefic) a abertura de conta no Banco do Brasil.

Cada projeto com incentivo fiscal aprovado e com captação de recursos deverá ter duas contas específicas abertas pelo Ministério da Cultura: a conta Bloqueada Vinculada e a conta de Livre Movimentação.

A primeira centraliza os depósitos identificados realizados pelo patrocinador. A segunda é aberta no momento em que o projeto obtiver a captação de recursos mínima de 20% do total a ser incentivado e é utilizada para a execução do projeto.

Conheça aqui os procedimentos para a abertura de contas para projetos de incentivo fiscal.

A solicitação de abertura da conta da Bloqueada Vinculada, na qual serão centralizados os depósitos identificados do projeto, deve ser realizada por meio do e-mail acompanhamento.sefic@minc.gov.br, assim como a solicitação da liberação da conta de Livre Movimentação.

Em caso de dúvidas, os proponentes devem entrar em contato com a Sefic/MinC, por meio do Atendimento Nacional do Pronac, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, por meio do endereço eletrônico fomento@minc.gov.br ou nos telefones (61) 3316-2215, 3316-2251 e 3316-2254.


FONTE: Ministério da Cultura

Arte e magia - Fantasiando a natureza

Circo Nacional da China cumpre curta temporada em Belo Horizonte, de hoje (29/08) a domingo, no Chevrolet Hall. O espetáculo quer demonstrar a perfeita harmonia entre os seres vivos


Fundada em 1957, a companhia chinesa é dirigida por Fei Guang Sheng e conta com mais de 40 artistas circenses

Os sonhos de uma menina conduzem a narrativa do espetáculo Natureza, que o Circo Nacional da China apresenta de quarta (dia 29) a domingo, no Chevrolet Hall. A atração internacional integra a programação do 4º Festival Mundial de Circo do Brasil e chega a Belo Horizonte para demonstrar em linguagem poética a perfeita harmonia possível entre os seres vivos. Pelo menos no mundo de fantasia em que transita a protagonista da montagem. No palco, árvores, flores, insetos, sapos, abelhas e outra infinidade de personagens se encontram num lindo bosque, por onde passeia a garotinha.

Dirigida por Fei Guang Sheng, a trupe, com mais de 40 artistas circenses, apresenta diferentes números de acrobacia em 13 atos. Fundado em 1957, o grupo recebe subsídios do governo chinês para manutenção das atividades, com autonomia para realizar turnês internacionais, como a sul-americana, que este ano incluiu a passagem pelo Brasil. Integrante da companhia, o artista Lu Sheng Hao conta que no circo tem ampla liberdade cultural e artística para desenvolver seus projetos de criação, convivendo como uma grande família. “Temos brigas, festas, casais de namorados, de tudo um pouco”, brinca, lembrando que o grupo está fora do país desde 23 de junho, circulando pela América Latina com o espetáculo, premiado com 11 medalhas de ouro e duas de prata na Olimpíada Nacional da China.

Lu Sheng Hao adianta que, desde o primeiro número, Natureza impressiona a platéia. Nele, uma artista, interpretando uma libélula, realiza movimentos de contorcionismo e equilíbrio sobre uma das mãos. “É uma cena de força e destreza”, diz. O ato, com sete integrantes do grupo empilhando várias cadeiras até formar uma torre curva, com uma delas no topo, está entre os mais impactantes. Mas ele acredita que nada se compara ao resultado da combinação de dança, luz, som, vestuário e acrobacia que desenvolvem. “A beleza está nessa mescla de vários elementos que dão forma à obra como um todo. Depois de tantos anos de pesquisa, encontramos a maneira de fazer com que tudo tivesse esse sentido de unidade, que nos parece fundamental.”

Trabalho duro
Para chegar a alto grau de técnica e plástica, os artistas passam por rigorosos testes e atividades de condicionamento físico, desde a infância. Na China, os interessados em desenvolver a arte circense devem se candidatar a uma vaga no grupo ainda jovens, com idade entre 4 e 8 anos. Se demonstrar condições adequadas, com boa articulação e disposição para os treinamentos, é incorporado à rotina de oito horas diárias de treinamento, de segunda a sexta-feira, incluindo os estudos escolares. “É bem parecida com a rotina dos atletas, com o mesmo grau de exigência. Trabalhamos duro”, conta.

Apesar de explorar as mais diversas técnicas modernas para a construção do espetáculo, o Circo Nacional da China não abdica dos valorosos ensinamentos tradicionais. “Sem essa tradição, não somos nada. Ela é o princípio de tudo, a coluna vertebral da nossa arte”, diz Sheng Hao. A constatação não impede que o grupo acompanhe o desenvolvimento das técnicas mundiais, que aprimoram o fazer artístico e possibilitam novas condições aos artistas.

Para a companhia, a vinda ao Brasil e aos demais países deve representar um convite para que outros grupos se disponham a mostrar seus trabalhos na China. Mais que uma relação entre países, eles esperam que esta seja uma oportunidade de aproximação, para que se estabeleça uma relação aberta, de troca de conhecimentos e intercâmbio cultural.

CIRCO NACIONAL DA CHINA - De quarta (dia 29) a domingo, no Chevrolet Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). De quarta (dia 29) a sexta (dia 31), às 20h30; sábado e domingo, às 19h. Ingressos: quarta (dia 29) e quinta (dia 30), R$ 60 (cadeira 1), R$ 50 (cadeira 2), R$ 40 (cadeira 3) e R$ 30 (arquibancada). Sexta, sábado e domingo, R$ 70 (cadeira 1), R$ 60 (cadeira 2), R$ 50 (cadeira 3) e R$ 40 (arquibancada). Informações: (31) 2191-5700. Meia-entrada conforme a lei, para estudantes, menores de 21 anos e maiores de 60.


FONTE: Estado de Minas
Por: Janaina Cunha Melo

Tim Festival inicia venda de ingressos nesta segunda

Público poderá comprar pela internet ou em 32 postos de venda de oito cidades
Em São Paulo, público vai pagar R$ 200 para conferir a cantora islandesa Björk




SÃO PAULO - Com preços que variam de R$ 40 a R$ 400, o Tim Festival começa a vender os ingressos para sua edição 2007 nesta segunda-feira, 3. Serão 24 postos de venda espalhados pelas quatro cidades-sedes do festival. Haverá também bilheterias em Belo Horizonte, Brasília, Santo André e Campinas.

O público poderá ainda comprar pela internet ou pelo telefone 6846 6000 (SP) e 0300 789 6846 (demais cidades).

Veja também:
Especial com a programação completa
Jotabê Medeiros, do Estadão, comenta atrações

Em São Paulo, os shows serão realizados no Auditório Ibirapuera, no clube The Week e na Arena Skol Anhembi. No Rio, o evento ocupará mais uma vez a Marina da Glória. Em Vitória, as apresentações se darão no Teatro da UFES, enquanto em Curitiba o festival ocorrerá na Pedreira Paulo Leminski.


Este ano, o festival tem 39 atrações, distribuídas entre os dias 25 e 31 de outubro. Da esperada cantora islandesa Björk aos novos roqueiros da cena indie The Killers e Arctic Monkeys, o festival passa pelo jazz com Cecil Taylor, de 78; da banda de rock da atriz Juliette Lewis às musas Cat Power e Feist.

Confira abaixo preços e postos de venda:




- São Paulo - Auditório do Ibirapuera

25 de outubro, quinta-feira
Toni Platão
Cat Power and Dirty Delta Blues
Antony and the Johnsons
Horário: 20h30
Preço: R$ 120,00

26 de outubro, sexta-feira
Eldar
Roberta Gambarini Quartet
Sylvain Luc Quartet
Stefano Di Battista Quartet
Horário: 20h30
Preço: R$ 120,00

27 de outubro, sábado
Katia B
Cibelle
Feist
Horário: 20h30
Preço: R$ 120,00

28 de outubro, domingo
Joe Lovano Nonet
Joey DeFrancesco Trio e convidado especial Bobby Hutcherson
Cecil Taylor
Conrad Herwig’s Latin Side
Horário: 20h30
Preço: R$ 120,00

29 de outubro, segunda-feira
‘Winona’ featuring Craig Armstrong and Scott Fraser
cirKus com Neneh Cherry
Horário: 20h30
Preço: R$ 120,00

São Paulo - The Week
26 de Outubro (Sexta-feira)

Girl Talk
Count of Monte Cristal (Hervé) & Sinden
Daniel Haaksman
Lindstrøm
Alexandre Herchcovitch e Johnny Luxo
Horário: 23h00
Preço: R$ 60,00

São Paulo - Arena Skol Anhembi
28 de Outubro (Domingo)

Spank Rock
Hot Chip
Björk
Juliette and THe Licks
Arctic Monkeys
The Killers
Horário: 18h30
Preço: R$ 200,00
VIP: R$ 400,00


- Rio de Janeiro - Marina da Glória

26 de Outubro (Sexta-feira)
‘Jazz US’
Joe Lovano Nonet
Joey DeFrancesco Trio e convidado especial Bobby Hutcherson
Cecil Taylor
Conrad Herwig’s Latin Side Band
Horário: 20h00
Preço: R$ 140,00

‘TIM Volta’
Antony and The Johnsons
Björk
Horário: 20h00
Preço: R$ 180,00
‘Novas Divas’
Katia B
Cibelle
Feist
Cat Power and Dirty Delta Blues
Horário: 22h30
Preço: R$ 100,00

‘Novo Rock UK’
Hot Chip
Arctic Monkeys
Horário: 23h30
Preço: R$ 180,00
Tim Village / ‘Novo Rock BR
Vanguart
Montage
Del Rey
Horário: 01h00
Preço: R$ 40,00

27 de Outubro (Sábado)
‘Euro Jazz’
Eldar
Roberta Gambarini Quartet
Sylvain Luc Quartet
Stefano Di Battista Quartet
Horário: 20h00
Preço: R$ 140,00
‘Novo Rock US’
Juliette and The Licks
The Killers
Horário: 20h00
Preço: R$ 180,00


‘TIM Cool’
Projeto Axial
‘Winona’ featuring Craig Armstrong and Scott Fraser
cirKus com Neneh Cherry
Horário: 22h30
Preço: R$ 100,00

TIM VILLAGE / TIM FESTA
Horário: 01h00
Preço: R$ 60,00

TIM Festa / ‘TIM na Pista’
Alexandre Herchcovitch e Johnny Luxo
Diogo Reis & Eduardo Christoph (MOO)
Guab

TIM Festa / ‘TIM Disco House’
Lindstrøm
Toktok

TIM Festa / ‘Funk Mundial’
MC Gringo
Daniel Haaksman
DJ Sandrinho
Count of Monte Cristal (Hervé) & Sinden
Diplo
DJ Marlboro

TIM Festa / ‘TIM Mash Up’
Spank Rock
Girl Talk



- Vitória - Teatro UFES
Horário: 20h30
Preço: R$ 60,00


27 de outubro, sábado, 20h30
Paulo Moura e Samba de Latada
Joe Lovano Nonet

28 de outubro, domingo, 20h30
Feist
cirKus com Neneh Cherry

29 de outubro, segunda-feira, 20h30
Eldar
Roberta Gambarini Quartet



- Curitiba - Pedreira Paulo Leminski

31 de Outubro (Quarta-feira)
Horário:
19h00
Preço: R$ 60,00
Hot Chip (19h00)
Björk (20h30)
Arctic Monkeys (22h00)
The Killers (23h45)


Pontos de venda


São Paulo
Capital
Auditório do Ibirapuera: de terça a domingo, das 9h às 18h - Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº - Parque do Ibirapuera (3);


Citibank Hall: 2ª a sábado, das 12h às 20h; domingo, das 14h às 20h - Al. Dos Jamaris, 213 - Moema (3);


Teatro Abril: 2ª a sábado, das 12h às 20h; domingo, das 14h às 20h - Av. Brigadeiro Luis Antonio, 411 - Bela Vista (1);


FNAC Pinheiros: 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 14h às 20h - Av. Pedroso de Moraes, 858 - Pinheiros (2);


FNAC Paulista: 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 14h às 20h - Avenida Paulista, 901 ou Alameda Santos, 960 - Jardins (2);


FNAC Morumbi: Morumbi Shopping - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 13h às 22h - Morumbi (2);


Saraiva Mega Store Morumbi Shopping: - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 13h às 21h - Morumbi (1);


Saraiva Mega Store Shopping Eldorado: - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 13h às 21h - Pinheiros (1);


Saraiva Mega Store Shopping Ibirapuera: - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 13h às 21h - Moema (1);


Saraiva Mega Store Shopping Center Norte - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 12h às 21h - Santana (1);


Saraiva Mega Store Shopping Anália Franco - de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 13h às 20h - Anália Franco (1).


Livraria Siciliano: de 2ª à 5ª, das 9h às 20h30; 6ª e sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 20h30 - Rua Cardoso de Melo, 630 - Itaim(1);

Santo André - SP
Loja AM/PM Posto Ipiranga Gravatinha
- de 2ª a 6ª, das 09h às 21h; sábado, das 09h às 18 h Av Portugal, 1756 - Bela Vista - Santo André - (3);


Campinas - SP
FNAC Campinas: de 2a a sexta, das 10h às 22h; Sábado das 10h às 22h e domingo e feriados, das 12h às 20h - Parque Dom Pedro Shopping - Av. Projetada Leste, 500 - Campinas (2);


Cia Athletica - de 2ª a sexta, das 09h30h às 21h30h; sábado, das 10h às 19h; e domingo e feriados, das 10h às 17h - Shopping Galeria - Rod. D. Pedro I, Km 131,5 - Campinas (1);


Brasília
FNAC Brasília:
de 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 12h às 21h - Park Shopping - SAI/SO Área 6580 (2);


Saraiva Mega Store Brasília - de 2a à 6ª das 9h às 19h, sábados das 9h às 13h. Setor Comercial Sul, Quadra 1 - Bloco H (Térreo). Edifício Morro Vermelho (1);


Cia Athletica: de 2ª a sexta, das 9 h às 21 h; sábado, domingo e feriados, das 10 h às 17h - SCE/Sul Trecho 2 - Conjunto 32/Parte P1 - Nível Lago Paranoá - Pier 21 - Lago Sul (1);


Belo Horizonte
Livraria Leitura BH Shopping
- de 2a a sábado, das 10h às 22h15; domingo e feriados, das 14h às 21h; Savassi - de 2ª a 6ª, das 08 às 20h sábado, das 09h às 18 h - Av. Cristóvão Colombo, 167 (3);


Chevrolet Hall: de 2a a sábado, das 12h às 20h00; domingo e feriados, das 14h às 20h; Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 - São Pedro (3);


Curitiba
FNAC Curitiba:
de 2ª a sábado, das 11h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h - ParkShopping Barigüi - Avenida Professor Pedro Parigot de Souza, 600 (2);


Livrarias Curitiba: Shopping Estação - de 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 14h às 20h - Centro (1) ;


Livrarias Curitiba Shopping Curitiba - de 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 14h às 20h - Batel (1) ;


Livrarias Curitiba Shopping Mueller - de 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 14h às 20h - Centro Cívico - (1);


Livrarias Curitiba Rua das Flores - de 2ª a 6ª, das 9h às 22h, sábado das 9h às 18h - Avenida Luiz Xavier, 78 - Centro (1);


Rio de Janeiro
FNAC Barra Shopping:
de 2a a sábado, das 10h às 22h; domingo e feriados, das 15h às 21h - Av das Américas, 4600/ Loja B 101/114 - Barra da Tijuca (2);


Modern Sound: de 2a a sexta, das 09h às 20h; sábados, das 9h às 19h - Rua Barata Ribeiro, 502/ LJ D2-D4-D6 - Copacabana (1);


Saraiva Mega Store Norte Shopping: de 2a a sábado, das 10 às 22h; domingos e feriados, das 15 às 21h - Av. Dom Helder Camara, 5080/ LJ 4503 - Piso S - Pilares (1);


Saraiva Mega Store Rio Sul: de 2a a sábado, das 10 às 22h; domingos e feriados, das 12 às 21h - Rua Lauro Miller, 116/LJ 301 - 3º Piso - Botafogo (1);


Posto Ipiranga CW332: diariamente, das 09h30 às 17h - Rua Real Grandeza, 332 / 336 - Botafogo (3);

Posto Ipiranga Jockey Rio: diariamente, das 09h30 às 17h - Av. Bartolomeu Mitre, 1361 - Gávea (3);

Vitória
Teatro UFES:
de segunda a sexta, das 9h00 às 21h00; sábado, das 12h00 às 18h00 - Av. Fernando Ferrari, 514 - Vitória (1)


FONTE: Estadão

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Divulgação

Clique na imagem para ampliar.

Colaborou: Érico Batista Lima

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Na edição de hoje levantamos uma pergunta que assola a cabeça dos professores de língua portuguesa, e que muitos poucos conseguem responder com precisão: “Com ou sem trema?”

Destaque ainda para a baixa leitura dos brasileiros e, assim mesmo, os livros têm se mostrado a cada dia uma fonte de renda promissora.

O debate que começou no início da semana em Belo Horizonte sobre o ensino da arte circense no Brasil e a abertura do concurso Fotocross 2007.

Importante ainda ressaltar o debate sobre como fazer para que os professores aceitem e permitam a utilização de ferramentas tecnológicas no dia-a-dia da escola, iniciada pelo francês Pierre Levy, em visita ao Brasil.

Vale lembrar que Juarez Moreira se apresenta neste domingo no Teatro do Centro Cultural USIMINAS conforme divulgação acima.

A todos uma boa leitura.

Ruídos lingüísticos (com trema, por enquanto)

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990 para uniformizar o registro escrito nos oito países que falam o idioma: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor Leste e São Tomé e Príncipe.

A implementação do acordo, adiada diversas vezes desde 1994, poderá ocorrer a partir de janeiro de 2008 nos três países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) que já ratificaram o protocolo: Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países e garantir a divulgação mais ampla do idioma são os principais objetivos da unificação ortográfica que, entre outras decisões, elimina o acento circunflexo em palavras paroxítonas terminadas em “o” duplo (como “vôo” e “enjôo”), extingue o trema e inclui as letras K, Y e W no alfabeto.

Para o Ministério da Educação brasileiro, a divergência de ortografias do português prejudicaria sua divulgação e prática em eventos internacionais. As mudanças necessárias em livros escolares e arquivos de editoras seriam compensadas pela atenuação do alto custo da produção de diferentes versões de dicionários e livros.

Mas a resistência é grande em alguns meios, principalmente em Portugal, onde haveria o maior impacto na língua – com o acordo, desaparecem o “c” e o “p” não pronunciados, como em “acção” e “baptismo”. Os portugueses precisarão também trocar a grafia de “húmido” por “úmido”.

Para alguns especialistas, a reforma traria benefícios desproporcionalmente pequenos em relação às dificuldades que representaria. “Em uma reforma, ninguém ganha e muitos perdem”, afirmou Luiz Carlos Cagliari, professor do departamento de Lingüística da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara.

Para o professor, a reforma é desnecessária e se fundamenta em um grande desconhecimento da natureza, das funções e dos usos da ortografia. Especialista em fonética e fonologia, Cagliari publicou 11 livros e atua na pesquisa em sistemas de escrita, prosódia, ortografia e na história da ortografia da língua portuguesa.


Agência FAPESP – Há base científica para as modificações contempladas pelo acordo?
Luiz Carlos Cagliari – As reformas ortográficas têm sido feitas sem o conhecimento científico do que vem a ser a ortografia. Desse erro original deriva uma série de equívocos. Mas a questão fundamental não é se as mudanças serão feitas em determinadas regras. O fundamental é saber se há necessidade de mudança. Os argumentos dados para justificar uma reforma como essa são, em geral, falhos.

Agência FAPESP – Poderia dar exemplo desses argumentos?
Cagliari – Um deles é “facilitar o uso da língua”. Mudar a ortografia não facilita a vida de ninguém, porque a ortografia não representa a fala de ninguém. É simplesmente uma representação gráfica que permite a leitura. Não vou ler Camões na pronúncia dele, mas na minha. Como todos fazem isso, a ortografia não representa a pronúncia de ninguém.

Agência FAPESP – A unificação não facilitaria a comunicação diplomática entre os países?
Cagliari – Unificar a ortografia é um equívoco. Apesar de seguir regras de uso, tiradas de uma tradição, a ortografia, como a linguagem em geral, sofre transformações no tempo e no espaço. A história da ortografia mostra que a escrita se transforma continuamente. Veja, por exemplo, os corretores ortográficos dos computadores, que apresentam variação de opções de ortografias regionais para línguas como o inglês e o francês, ambas tradicionais. O inglês tem uma ortografia britânica e outra americana, ambas tradicionais. Então, por que precisamos ter apenas um modelo? O problema diplomático atinge somente a língua portuguesa? Ou é um falso problema?

Agência FAPESP – Alguns críticos dizem que a reforma forçará uma mudança em todos os livros didáticos, dicionários e arquivos de editoras, mas que seria uma reforma superficial, que não chegaria a cumprir o objetivo de padronizar a língua.
Cagliari – A idéia de simplificar a ortografia é uma ilusão desse tipo de reforma ortográfica. Talvez a única simplificação seja a abolição do trema – que ainda terá exceção. Isso não representa grande coisa. Na realidade, não precisaríamos de sinal algum além das letras. Nem acento, nem trema. O inglês não tem sinais diacríticos e não cria problemas aos usuários.

Agência FAPESP – A reforma só faria sentido, então, se fosse mais profunda?
Cagliari – Há grandes confusões nas bases ou regras da língua, com relação ao hífen, por exemplo. Poderia haver apenas uma regra que dissesse que as palavras compostas por composição levam hífen e as compostas por derivação não levam. O uso de acento gráfico em português também gera confusão. Há um número enorme de regras, todas desnecessárias, porque o falante sabe onde cai o acento nas palavras e quais vogais são abertas ou fechadas. Tirar uma regra ou outra não muda muito.

Agência FAPESP – As dificuldades de implantação da reforma são grandes demais comparadas aos benefícios?
Cagliari – Venho dizendo há décadas: o melhor é não mexer na ortografia, não fazer leis, deixar a tradição – recomendada pelos dicionários, gramáticas, vocabulários ortográficos – fazer sua história. Hoje, temos que lidar com e ler muitos documentos antigos, escritos em outras ortografias, e nada disso perturba, nem mesmo os juristas, que precisam desses documentos para se pronunciar em processos.

Agência FAPESP – A ortografia deveria se basear na tradição e não em leis?
Cagliari – Seria melhor. Os usuários agem da seguinte forma: ou sabem escrever – e o fazem com certeza – ou têm dúvidas. Nesse caso, não adianta pensar, a solução é olhar no dicionário e não ficar procurando regras nas gramáticas. As regras, estudadas apenas em alguns momentos da escola, ajudam. Mas, na hora da dúvida ortográfica, o que salva os usuários comuns não são as regras, mas o conhecimento de outros fatores, como a etimologia e a comparação.

Agência FAPESP – Entre as mudanças propostas, quais o senhor considera mais impactantes? Nenhuma delas é imprescindível?
Cagliari – Em uma reforma, ninguém ganha e muitos perdem. No caso desse acordo, nenhuma mudança sugerida é necessária. Poderíamos ficar com o que tínhamos e nada mudaria. A grande confusão veio quando resolveram transformar a ortografia em lei, um absurdo tão grande quanto o fato de terem tornado oficial uma nomenclatura gramatical brasileira. Uma aberração sem tamanho.

Agência FAPESP – A maior resistência à reforma vem de Portugal. Por que isso ocorre? O senhor vê, como alguns, uma “brasilificação” da língua com essa reforma?
Cagliari – Estive em reuniões em Portugal com acadêmicos e escritores que discutiam a unificação. Eles acham a reforma totalmente desnecessária. De fato, esta reforma, ao contrário da feita na década de 1910, representa um gesto brasileiro contra a tradição da língua. Para uma pessoa culta, a escrita traz as marcas da pátria, da história, e isso fica prejudicado por leis que pretendem que todos sejam iguais.

Agência FAPESP – A padronização tornará os livros atuais obsoletos?
Cagliari – Isso é um problema que decorre, como todos os outros, de transformar a ortografia em lei e não da reforma ortográfica em si mesma. Alguém poderia propor alterações na grafia das palavras e, se os usuários passassem a aderir, com o tempo viraria tradição, como sempre ocorreu. Se não for oficial, a ortografia pode aparecer de modos diferentes e os livreiros não precisam jogar nada no lixo. Nem precisaríamos jogar fora os livros escolares de nossas bibliotecas escolares porque estão com a ortografia errada.

Agência FAPESP – Quem sofrerá maior impacto com a reforma?
Cagliari – Os literatos sofrerão mais, porque a ortografia também pode ter valor estilístico, como vemos em autores como Saramago. Por outro lado, em um país em que grande parte da população não lê, uma reforma ortográfica vem perturbar apenas os letrados.

Agência FAPESP – Tivemos reformas em 1919, 1943 e 1971. O português muda demais?
Cagliari – Poderíamos ter seguido o exemplo das línguas francesa e inglesa que, apesar da longa tradição de brigas por reformas ortográficas, se mantêm há séculos sem grandes mudanças. Mas entramos em um caminho errado. Isso ocorre porque, para entender a ortografia, precisamos saber que a leitura não é transcrição fonética nem semântica, portanto basta reconhecer na escrita o que o usuário fala. A ortografia foi criada para neutralizar a variação lingüística: não interessa se você fala “tia” ou “tchia”. A escrita é uma só: tia. A letra “A” representa o som de todos os “As” falados em todos os dialetos em todas as palavras da língua. Assim, na palavra “acharam”, que se pronuncia “acharu”, o “A” tem o som de “U”.

Agência FAPESP – Quanto tempo uma reforma dessas deve levar para ser assimilada pelas populações?
Cagliari – Em relação à reforma de 1919, constatamos que somente na segunda metade do século 20 as pessoas aderiram de fato. E nem todas. As publicações só adotaram a reforma 50 anos depois. Nas reformas posteriores, a intervenção do Ministério da Educação nas escolas, nos livros e nas editoras foi ameaçadora, como é hoje: ou tudo ou nada. Com relação às pessoas cultas, a reforma começa logo, por força social. Na escola, é um grande problema para os professores e menor para os alunos, que não precisam modificar o que sabiam antes. Para o povo, pouco interessa. Muitos continuarão escrevendo fora de qualquer padrão tradicional ou imposto por lei, mas de acordo com hipóteses que fazem de como podem escrever para alguém ler e entender o que eles querem dizer.


FONTE: Agência Fapesp
Por: Fábio de Castro

O Livro como Fonte de Renda

Apesar do Brasil ser um país onde se lê aproximadamente 0,7 livros/habitante/ano, o mercado livreiro e editorial tem se mostrado uma fonte de renda das mais promissoras. De qualquer maneira, é de se esperar que uma nação que se dá o luxo de informatizar praticamente a totalidade de suas atividades burocráticas e empresariais, não continue a trilhar, culturalmente, o mesmo caminho - e no mesmo ritmo - que a Somália, Ruanda e Nigéria. O povo se ilustra cada vez mais, dia a dia, vê e sente a necessidade de expandir seus conhecimentos e sabe que, a despeito da televisão, o livro ainda é a melhor e a mais barata maneira de adquirir informações. Assim, tanto do ponto de vista editorial quanto do consumo de livros, a tendência é melhorar.

No entanto, ainda é preciso lutar contra muitos obstáculos, contra muitas artimanhas desenvolvidas pelos distribuidores e livreiros, artimanhas estas geradas por uma política econômica nacional de juros altíssimos - que no mínimo inibem os investimentos - e que, "contaminando" o pensamento dos que trabalham neste ramo, prejudicam seriamente o desenvolvimento de um mercado que, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos, é um dos mais lucrativos. A taxa de desconto cobrada por muitas distribuidoras, superando os 50% do preço de capa, deveria ser menor. Não houvesse uma porcentagem tão alta e o livro poderia chegar ao consumidor por um valor bem menor, facilitando vendas e possibilitando o acesso à cultura para um maior número de pessoas. A mentalidade colonialista que impera na maioria das editoras brasileiras - mentalidade esta provavelmente ditada por uma tendência que vem do próprio povo e que está no velho ditado "santo de casa não faz milagre" - determina a preferência editorial por autores estrangeiros, em detrimento dos patrícios que, certamente não têm menos valor que um Sheldon, um Robbins ou um Higgins. Temos brasileiros que escrevem muito bem, que possuem idéias excelentes e que poderiam se tornar grandes, desde que editados e, evidentemente, lidos. O preconceito pior parte dos livreiros - contra o qual nós temos lutado muito - de que o livro de bolso não tem aceitação por parte dos leitores, é um outro fator impeditivo de uma maior divulgação dos livros no seio do grande público. Um livro de bolso pode conter exatamente o mesmo texto que uma edição de luxo, com a vantagem de custar menos, justamente por não pensar em ostentação e apresentação luxuosa. O valor daquilo que está escrito é imutável. Ou presta ou não presta e cabe ao editor, antes do leitor, saber filtrar aquilo que irá levar às prateleiras das livrarias.

São espinhos que aqueles que desejam ingressar nesse mercado, têm de vencer. É uma luta que se deve abraçar contando como principal arma, a necessidade que o povo brasileiro vem demonstrando, de melhorar seu nível cultural para que, não apenas em reservas cambiais, de fato passe a trilhar o caminho do Primeiro Mundo. O brasileiro sabe que para se equiparar a qualquer outro povo mais desenvolvido, o requisito primordial é a cultura e, exatamente por isso, vem procurando aumentar em primeiro lugar, o seu nível de leitura.

Autores novos, talentosos, surgem a cada dia. Porém, esses gênios continuam apagados porque seus trabalhos não são divulgados, não são publicados, não são vendidos, não são lidos. São os preconceitos e os temores das editoras os principais motivos para que esses novos luminares jamais apareçam.

Há os mais ousados, os que se arriscam uma vez, levam sua obra a uma gráfica, mandam imprimir e... infelizmente, fracassam. Esse fracasso foi determinado principalmente pela falta de orientação editorial. Uma gráfica simplesmente executa o serviço gráfico que, inclusive, pode ser muitíssimo bem feito. Contudo, fazer um livro não é apenas mandar imprimir cento e tantas páginas de papel. Há que se editar o livro. Há todo um processo de revisão, desde a simples revisão datilográfica e ortográfica, até mesmo a delicada e sutil revisão literária, em que o editor apreende a idéia do autor e a retransporta para o papel, colocada em termos claros, lisos, escorreitos e de fácil entendimento.

Por isso a necessidade de uma editora. Temos visto obras de bons autores, bem escritas e com idéias excelentes, que não conseguiram "decolar", simplesmente por falta de quem as editasse convenientemente.

O custo editorial não é barato mas, as vantagens vistas no produto final são inegáveis. Uma obra que tenha o respaldo de uma editora e que não seja uma mera "produção independente", tem toda uma tecnologia e todo um know-how em sua execução, que permite a aceitação pública mais imediata.

Aceitação que vai desde a apresentação do livro, com a escolha de uma boa capa e um bom título, até a elaboração da idéia, no miolo do livro e a sua explanação ao leitor.


FONTES: www.ryoki.com.br/textos.htm e Overmundo
Por: Georges Kirsteller

Concurso de Fotografias

Participantes terão de concorrer em dez categorias para prêmios num total de R$ 5 mil


A terceira edição da maratona fotográfica Fotocross 2007 começa no próximo sábado, dia 1º de setembro, quando os interessados deverão efetuar a inscrição e entregar seus trabalhos. Com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a competição aceitará até o limite de 400 inscrições, podendo concorrer tanto fotógrafos profissionais, como amadores.

Os participantes terão de concorrer em dez temas, entregando material com, no máximo, 36 fotografias. Além disso, devem ilustrar cada categoria com uma ou mais imagens, não tendo o fotógrafo obrigatoriedade de entregar as fotos na ordem dos temas.

Serão premiados os melhores trabalhos desenvolvidos em cada uma das dez categorias, podendo um só concorrente acumular dois ou mais prêmios. Além dos R$ 5 mil em premiações - sendo R$ 500 para cada tema -, serão atribuídas menções honrosas. Para a solenidade de divulgação dos resultados, no dia 15 de setembro, às 19h, serão selecionadas, pelo menos, uma fotografia de cada concorrente para exibição.

A taxa para participar da maratona é de R$ 10,00. As inscrições devem ser feitas a partir das 9h, na sede da Chave Mestra (Rua Monte Alegre, nº 277), no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. O material deve ser entregue até às 21h, ou seja no mesmo dia inscrição.

Informações: http://www.chavemestra.com.br/ e (21) 2507-5352.


FONTE: Ministério da Cultura


O ensino de arte circense em debate

Até a década de 1970, quem quisesse aprender os meandros da arte circense só conseguia se estivesse inserindo em famílias circenses ou em circos de lona itinerantes. De lá para cá, porém, o acesso a essa linguagem artística se ampliou muito, por meio do surgimento de escolas fixadas nas cidades - como a Escola Nacional do Rio de Janeiro. É justamente essa transição nos meios de acesso o tema do seminário O Papel das Escolas na Produção Circense Contemporânea, destaque de hoje na programação do 4º Festival Mundial de Circo do Brasil.

A realização do seminário vem reforçar a proposta do evento de não ser apenas fonte de entretenimento, mas, também, de reflexão sobre o fazer artístico. "É importante que as pessoas conheçam a história do circo e de sua produção", destaca Fernanda Vidigal, uma das organizadoras do Mundial de Circo.

Estarão reunidos no seminário algumas das mais importantes academias de circo do mundo - entre elas a Escola Nacional de Circo da Bélgica, a do Canadá, a da França e a Spasso Escola Popular de Circo (BH).

Mediando o debate, duas importantes pesquisadoras da cultura circense: Alice Viveiro de Castro, que foi gerente de projetos da área, na Funarte, durante seis anos, e Ermínia Silva, que, além de mestre e doutora em cultura circense pela Unicamp, é filha de Barry Charles Silva, um dos principais representantes de famílias circenses do Brasil. Além do debate, as duas ainda farão lançamento de seus respectivos livros sobre o circo.

Ermínia adianta que um dos principais pontos a serem discutidos é a função das escolas como força propulsora de uma nova dinâmica entre os artistas. "As escolas não funcionam como agregadoras de novas tecnologias. O circo sempre foi contemporâneo e ligado às coisas de seu tempo, às expressões artísticas e invenções tecnológicas. As escolas, na verdade, têm um importante papel de ampliar a incorporação e a democratização da linguagem circense", avalia Ermínia.

"Antes, a arte circense só era passada de família a família, hoje há maior flexibilidade de aprendizado porque não há necessidade de uma pessoa se incluir num grupo itinerante para aprender. Ao mesmo tempo, cria um novo processo de organização da atividade circense, já que são os tradicionais artistas de circo que dão o pontapé inicial na fundação das escolas", completa.

AGENDA - Seminário "O Papel das Escolas na Produção Circense Contemporânea", de hoje a sexta-feira, das 14h às 17h, na Funarte Casa do Conde (rua Januária, 130, Floresta). Entrada franca (platéia limitada a 200 pessoas); Lançamento do livro "O Elogio da Bobagem - Palhaços no Brasil e no Mundo", de Alice Viveiro de Castro, amanhã, às 20h, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro); Lançamento do livro "Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a Teatralidade Circense no Brasil", de Ermínia Silva, no dia 31, às 18h, também na Casa do Conde.


FONTE: O Tempo
Por: Liliane Pelegrini

Tecnologia para qual educação?

“O problema não está relacionado somente aos professores e a sua experiência pessoal, e ao fato de que eles não são tão fluentes em novas tecnologias quanto seus alunos. Um fator muito importante são as regras institucionais nas escolas e a cultura geral que prevalece na educação tradicional”. Com estas palavras, o filósofo francês Pierre Lévy, em visita ao Brasil, iniciou sua participação no encontro de trabalho promovido pelo Laboratório de Inteligência Coletiva da PUC-SP, pela Fundação Vanzolini e pela Fundação Telefônica, respondendo a um questionamento de um dos representantes das fundações que apresentaram seus trabalhos, acerca de como fazer para que os professores aceitem e permitam a utilização de ferramentas tecnológicas e a inclusão digital no dia-a-dia da escola, ao que foi conciso.

Neste “encontro-laboratório”, o acadêmico, autor de conceitos hoje popularizados para definir relações de rede em redes virtuais, em especial na Internet, como a “Inteligência Coletiva”, tema do encontro em questão, analisou a forma como estão estruturados o Portal EducaRede, da Fundação Telefônica, e o Portal Rede Social, da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Mas ficaram, daí, ganchos importantes para se entender e para provocar, sobre a forma como trabalhamos nossa educação e os norteadores das fundações e ONGs mantidas com recursos, geralmente públicos pois oriundos de recursos dedutíveis de impostos e que, como Lévy colocou, buscam objetos públicos, não necessariamente respeitando dinâmicas e impulsos das comunidades em que atuam.

Entre estes pontos, dos quais vale o “pitaco” do pesquisador pelo distanciamento que é facilitado a alguém de fora do nosso cotidiano, posição em que Lévy se coloca, vale ressaltar o de que não se cria um movimento social, ou uma rede social, ao se criar, por exemplo, um portal. O objetivo, o prêmio social, precisa ser muito atraente, e é necessária a figura dos líderes, que devem emergir naturalmente durante os processos. Estes objetivos, por sua vez, são a essência das comunidades sociais, e vem das pessoas que as compõe.

Ficam, porém, algumas questões, a que talvez não seja possível responder nesta reportagem, e talvez não ainda em muitas outras: o uso das tecnologias informacionais nos espaços educativos constituídos é estritamente necessário, dada a permeabilidade, em especial da escola? Há, hoje, um ciberaluno no grosso de nossas salas, ou estes ainda são uma elite? E quem ou o que seria este ciberaluno? Qual o papel do professor frente a este aluno midiatizado?

Enquanto isso, na escola e na Câmara
As respostas a essas questões aparecem, pouco a pouco, em tentativas de trazer equipamentos tecnológicos para a escola, transformando a estrutura do ensino. Uma opção? “Eu tenho certeza que não devamos opor o presencial ao on-line. Nós podemos trabalhar com as mesmas regras fazendo algo no computador que será colocado on-line, por exemplo, ou podemos ajudar uns aos outros a resolver problemas que nós estamos enfrentando, on-line ou presencialmente. Então, a questão não é o on-line e o presencial, é entrar numa nova cultura de trabalho colaborativo, de aprendizado colaborativo. E também esta noção de que a principal fonte de valores é o conhecimento, e que o conhecimento pode ser acumulado coletivamente e ser acumulado on-line colaborativamente”, pontuou Lévy. Rogério Costa, mediador do debate e professor do LInC, coloca, por sua vez, que não é a tecnologia que dará para as pessoas as competências para atuar em redes sociais, ou para o processo educacional, em relação ao que diz: “não é poder usar esta tecnologia que permitirá alguma alteração, algum avanço no aluno. A questão não é treinamento ou capacitação no digital, mas é a educação no digital”.

Indo para o campo experimental, vale atentar para projetos como a aplicação do programa internacional “Um Computador por Criança”, no Brasil (One Lao Top Per Child). O programa, hoje com 275 máquinas em uma escola no bairro de Parada de Taipas, na periferia da cidade de São Paulo e entrecortada pela Serra da Cantareira, tem como proposta o uso de computadores à razão de 1 para 1 para alunos e professores, durante as aulas presenciais, para exposição de conteúdos e para pesquisa após as aulas. Também foram inseridas mídias de captação, como câmeras de vídeo e fotografia, numa proporção equipamento aluno menor, e com o objetivo de permitir aos alunos produzir conhecimento, para seus colegas de turma e para o restante da escola. “Um exemplo foi uma visita feita recentemente por alguns alunos na Estação Ciência. Os alunos filmaram alguns experimentos e explicações, e os levaram para os colegas”, conta Roseli de Deus Lopes, coordenadora do projeto e diretora da Estação Ciência.

Ainda de acordo com Lopes, a experiência tem sido positiva, principalmente por ter sido desenvolvida junto com os professores. “Há uma necessidade, para que o projeto funcione, de que a escola tenha autonomia em sua aplicação. Nós damos suporte, mas quem decide o que e como será aplicado é a gestão da escola, em parceria com os professores. Na aplicação inicial, com uma segunda série e uma quinta série, os professores primeiro conheceram o equipamento, para depois analisarem como utilizá-lo, facilitando o aprendizado da escrita e de outras disciplinas, como geografia e ciências”. Estão em implantação e estudo a construção de um blog coletivo e de textos coletivos, os últimos a partir de ferramentas Wikipédia, assim como o ensino de ferramentas de programação e de conhecimento em hardware e reparação ou troca de peças defeituosas. O experimento conta ainda com a participação de alunos das sétimas e oitavas séries, como moderadores.

A questão, para Lopes, é cultural, e perspassa tanto a necessidade de ensinar, a professores e alunos, que a construção do conhecimento no ambiente escolar diz respeito também à forma como se constrói este conhecimento, e na forma como alunos e professores se dispõe a utilizá-los, apropriando-se das tecnologias e descobrindo sua pró-atividade. Defende ainda que há a necessidade de se alterar a estrutura das escolas, pensando espaços diferentes, relações diferentes entre professores, não mais responsáveis pelo domínio de um conhecimento estático, mas por uma melhor gestão do conhecimento.

“Algumas das transformações que acontecerão a gente não tem noção do que serão, mas é certo que hoje uma série de ferramentas é pouco utilizada, pela falta do hábito de colaborar em ambientes virtuais ou não. As novas gerações estão com esta cultura em desenvolvimento, mas não é possível saber a que resultados chegaremos”, diz a professora, ao que completa: “estamos trabalhando com tecnologias deste século e conceitos pedagógicos do século passado. É preciso repensar estes conceitos, e inclusive as estruturas curriculares e as grades de aulas”. Ainda de acordo com a pesquisadora, mudada esta cultura o ideal seria que as crianças tivessem liberdade para o uso dos computadores, mediada pelo professor, para que estes computadores não tenham a mesma função de Lan Houses. O papel do educador é o de um orientador, responsável por ajudar o aluno a entender os riscos e as possibilidades dos meios, que se somem à curiosidade dos alunos e lhe possibilitem, de forma autônoma, entender problemas e aprender a usar e entender os dados e mecanismos oriundos, inclusive, de sua realidade.

Discutindo ainda sobre o paradigma atual de estrutura curricular e de metodologias de ensino, outra transformação começa a se constituir: a inserção, após muito debate, de elementos da cultura e da história africana, indígena e populares – como a caipira e a ribeirinha – nos currículos básicos. A valorização destes aspectos, por sua vez, indica uma possibilidade de mudança no foco do ensino formal – da valorização de conhecimentos de uma cultura dita elevada para a valorização dos elementos culturais formadores do cotidiano, e dos processos que contribuíram na formação destes conhecimentos e modos de vida. A discussão destas questões está em andamento na Câmara Federal. Para Lévy, a questão diz respeito ainda à administração dos conhecimentos como elemento formador de comunidades, e gerador de identidades e de memórias coletivas, o princípio das redes sociais.

Se esta escola, se esta escola fosse minha
Mas é possível pensar em inclusão no atual paradigma da educação no Brasil, com salas lotadas e bibliotecas mal utilizadas? Para Sergio Amadeu, professor da pós-graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero e responsável pela implantação dos telecentros, ambientes de acesso à Internet da Prefeitura de São Paulo, a dificuldade não está nos recursos, mas nas dinâmicas destes espaços: “Falta motivação ao professor, e o elemento chave para gerá-la é a rede, é se sentir útil numa rede, e isso ocorre a partir do momento em que o professor assume a figura de orientador, de explorador, e a consciência de que é o primeiro estudante da turma que coordena, portanto o mais experiente e mais preparado para explorar estratégias e construir conhecimento. Assim, podemos romper barreiras culturais, construídas por professores e estudantes”.

Amadeu entende ainda que todo sistema educacional está montado em cima de um sistema de ensino, que não tem como acompanhar a velocidade do avanço em informação e conhecimento, especialmente no contexto atual, motivo pelo qual as estruturas de ensino não conseguem absorver a dinâmica das novas tecnologias. “E, por isso, a sociedade da informação é a sociedade da ignorância, e nela você tem de se preparar para acompanhar e selecionar a informação que tem alguma qualidade. O ensino precisa ser reorganizado, através de elementos de tensão positiva. É necessário ter o computador como intermediário forçando uma nova reflexão, um novo tipo de ensino”. Considerando que as técnicas tradicionais de ensino não atentam para a possibilidade de novos caminhos e formas de construir conhecimento, Amadeu acredita que a mudança só será possível a partir de processos “Botton Up”, a partir de iniciativas vindas da ponta da rede. “O gestor, por sua vez, precisa incentivar estes processos”, completa.

Rogério Costa completa as idéias de Lévy e de Amadeu: “Para o ambiente educacional formal se adaptar a estas novas tecnologias, ambas tem de atuar como estruturas abertas, que se complementam. Não é preciso pensarmos numa substituição completa, anulando uma aula presencial. O que se pede é que os professores assumam outros papéis, o de orientadores, o de líderes e o de estimuladores de lideranças, pois as regras que se estabelecem no uso de ambientes virtuais, não podem ser, de forma alguma, obstáculos à próatividade. Por esse viés, não se supõe que a atividade presencial possa ser substituída pela atividade virtual, mas que ambas vão constituir cada vez mais o universo da aprendizagem, pois a presencial tem aspectos positivos e importantes, como a relação entre os alunos e a atenção do professor específica aos alunos, percebendo diferenças e necessidades de cada um”.

Para Ronaldo Lemos, professor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, e representante do consórcio Creative Commons no Brasil, “estamos assistindo de modo geral ao surgimento de modelos novos de gestão do conhecimento, que se distanciam do modelo tradicional do século XX. Na área de educação isso não é diferente: o modelo tradicional de conhecimento ‘fechado’ convive agora com o surgimento de modelos novos, baseados no acesso aberto aos conteúdos. É interessante notar que o modelo aberto vem ganhando cada vez mais força e essa abertura se dá tanto nas plataformas tecnológicas de ensino quanto também no regime de acesso aos conteúdos, que passa a ser cada vez mais aberto”.

Em outro seminário ligado ao tema, realizado na Cidade do Conhecimento e relatado no site da instituição [http://www.cidade.usp.br/blog/], núcleo de pesquisa da Universidade de São Paulo, uma das respostas ao que é o ciberaluno diz respeito a apropriação destas tecnologias e destas redes, ao que o professor Gilson Schwartz colocou que "Emancipação Digital vai além da Inclusão Digital. O digital deve ser apropriado pelas pessoas que devem usá-lo num âmbito mais político e como forma de produção de conhecimento. A Internet por si só não gera conhecimento, para isso acontecer, é preciso que haja conteúdo sendo construído e colocado em circulação por essa inteligência coletiva".


FONTE: Cultura e Mercado
Por: Guilherme Jeronymo*
* Colaborou Elisangela Oliveira

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Divulgação

Clique na imagem para ampliar.


Colaborou: Érico Batista Lima.

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Como os posts de hoje dando o merecido destaque ao show desta sexta-feira (31/08) de Antônio Nóbrega (divulgação acima). O recifense é
porreta
como dizem por lá, vale a pena assistir e aproveitar o preço do ingresso que está de bom agrado.

Na edição de hoje destaque para o curso sobre economia da cultura ministrado pela
DUO Informação e Cultura e que está com as inscrições abertas até o dia 10 de Setembro.

A música ocupa lugar de destaque hoje com o lançamento do livro autobiográfico de Tom Zé e o show de Júlia Ribas ontem em Belo Horizonte.

Ainda na edição de hoje a crítica de Marina W. a despeito do espetáculo “Brincando em cima daquilo” que se apresentou neste final de semana passado no Teatro do Centro Cultural Usiminas. A crítica é de 21/07/07 (estréia) mas continua bem atual.

A todos uma boa leitura.

De volta para casa

Brasiliando, primeiro CD solo de Júlia Ribas, lançado em 2005, atendeu as expectativas do público e da crítica, representando um passo importante na trajetória da artista. Com 12 anos de estrada, ela conta que o trabalho fez com que perdesse o medo de estúdio. Em resumo, uma ótima oportunidade para finalmente mostrar seu processo de criação, em repertório que reúne músicas próprias e de amigos compositores. Hoje, ela lembra parte dessas canções, no Teatro Sesiminas, ao lado de parceiros como Ian Guedes, Kadu Vianna, Flávio Henrique e Jr. Bocca.

Na apresentação desta noite, Júlia relembra também Samba e amor, de Chico Buarque, e músicas do Clube do Esquina, que não foram incluídas no disco e que fazem parte das cerca de 50 músicas que a cantora alterna constantemente em seu repertório. “Acho importante sempre incluir algumas canções que fizeram parte de todos esses anos de trabalho. São as minhas prediletas, que gosto de relembrar. Elas são a minha história”, diz a cantora, que estará acompanhada no palco por Felipe Fantoni (baixo), Arthur Rezende (bateria) e Rogério Delayon (guitarra).


CANTO E DANÇA
Artista destacada na MPB que valoriza as matrizes afro-brasileiras, conciliando a tradição ao que há de mais moderno na música contemporânea, Júlia Ribas tem público cativo na cidade. Ela afirma que o reconhecimento local tem sido uma prioridade, e por isso estabeleceu a meta de realizar pelo menos dois shows na capital mineira, mensalmente. Apesar das muitas viagens em 2006 e este ano, em algumas ocasiões ela chegou a superar essa marca preestabelecida.

“É uma forma da dar manutenção no trabalho voltado para a cidade”, justifica. “Ao mesmo tempo, o público não se sente roubado, como acontece cada vez que um artista local consegue oportunidade em outras praças. Cantar em BH faz com que eu me sinta renovada”, acrescenta, lembrando que Brasiliando já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Parati, além de ter sido incorporado a vários projetos de grande porte realizados em Minas Gerais.

A campanha de lançamento prevê a circulação nacional, que deve começar ainda este ano, e tem previsão de passar por nove estados, caso se confirme a captação de recursos. Além deste trabalho, Júlia Ribas também está envolvida com a nova montagem da Cia SeraQuê?, com música e performance de dança. Há dois meses ela se prepara para o desafio com a trupe de Rui Moreira.


FONTE: Estado de Minas
Por: Janaina Cunha Melo

Tom Zé faz um relato autobiográfico e traça sua trajetória

Dividido em quatro partes, o livro "Tropicalista Lenta Luta", do cantor e compositor Tom Zé, reúne seus textos e letras. Leia capítulo abaixo.

O início é um relato autobiográfico em que o músico traça sua trajetória desde a Bahia. Depois estão reunidos textos publicados na imprensa, uma carta e suas as letras. A quarta parte é a transcrição de uma longa entrevista, concedida ao músico Luiz Tatit e ao editor da Publifolha, Arthur Nestrovski. O título traz também a discografia completa de Tom Zé e uma biografia musical. Veja entrevista com Tom Zé

*

A TROPIVISTA DE IRARÁ
PANIS ET SEMENTES

Epí(carmo)grafe
O comos me comedia
farsando cena e soneto.
Na rua rude arrelia
é canto, é coro, é coreto.


Pelo telefone:
- Trinta laudas sobre Tropicalismo, Tom Zé. Um mês de prazo.
- Pera aí, estou ocupado, depende de...
- Não depende de nada. Vá lá,.. dias.
- O quê? Mas já há muitos livros sobre o assunto. O que é...?
- É com total liberdade!

Fiquei chocado. Ela de novo, essa misteriosa benesse que tanto me mete medo. Os escritores, não sei o que pensam, mas em música liberdade é um inferno. Prefiro o cerceamento completo, que não deixa uma polegada para respirar. Quando a encomenda vem especificada, restringente, castradora, é um alívio: a canção já está quase pronta. Na minha experiência foi sempre assim. Liberdade, quanto menos, melhor. Prometo exemplos. Depois. Agora, vamos começar: A corrente é..., vamos ligar. E lá vai um, e dois, e três. E já.

CARTA FROM SÃO PAULO AOS JOVENS E COMPOSITORES EM GERAL
Meus queridos:
Quando faço um show para vocês, molecada que me segue, grande parte do público aspira justamente por público. Gosto dessa confiança: presenteiam-me folhetos, poemas, cordéis, hai-cais. Confiam-me a leitura de livros de poesia e principalmente me oferecem muitos cds. Recebo cerca de cinco em cada show. Eles são o nosso assunto aqui: Na maioria desses cds, o jovem autor tem mais dotes musicais do que eu. Seja uma melhor técnica instrumental, seja a potência vocal, seja uma vocação de bom melodista. Para incentivá-los, provo como isso é verdade.

Férias escolares. Irará. Julho...... Minha namorada soube que eu fazia canções. Pediu para ouvi-las. Fiquei animado. Peguei o violão, fui encontrá-la. Durante toda uma tarde não consegui cantar. É isso aí. Fiz tudo que era possível, a voz não saía. Não consegui. Saí de lá morto, com uma impressão de fracasso tão grande que os nervos não processavam logo a informação, para aumentar minha chance de sobreviver. Naquele dia desisti de música. Minha carreira entrou em crise antes de nascer. Abandonar foi o que resolvi. Nunca mais fiz uma canção.

OS GOZOS EMUDECERAM
Música? Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe. Não me fale desta praga. A mente é especialista nesse tipo de trapaça: dedica-se febrilmente a uma quimera preciosa, enquanto jura que nunca mais passará na porta daquela desafeta. No porão da minha cabeça dois gigantes se enfrentavam: de um lado, o gelo da covardia burguesa; do outro, na parte oposta do eu, cozinhava-se uma idéia herética. No combate entre essas duas forças pendulava eu, horrorizado. Passou-me despercebido que a partir de certo momento não era mais a música que eu odiava, e sim a grande perda que sairia de braço dado com a nova idéia. Uma vez que, para praticar uma des-canção, uma anticanção, eu teria de renunciar à beleza beleza ligada a tudo que era do canto e do cantar.

Esses gozos emudeceram.
Mas aquela tarde infeliz com a namorada não teria nenhuma importância, se não fosse provocadora de uma conseqüência inesperada: o começo do meu romance com o Tempo e o Espaço.
Chamemos de cantiga o que passo a tentar fazer.

HORA DA MERENDA
[Refrescos; entra o cantador nordestino]
Cantador:
Viver é lasso e escasso
se passo lance por lance
o rumo, enredo e romance
do enlace tempo e espaço.
O cantador nordestino
sabe sonhos de menino.
É tal quimera que faz,
o pequeno tão audaz.
Quanto mais eu espaçava
espaço dentro do tempo
mais forte o tempo empurrava
aquele, meu corpo adentro.
E Circe a musa despede
me fusa desmelodia;
de Shelley cai-me o trompete
Roland'A Torre Sombria.
Mas mimo me parafusa
encarna-se no meu carma,
me puxa de Siracusa
no barco de Epicarmo.

[Sai o cantador; a ama oferece guardanapos; limpando a boca, os devotos desta carta podem meter o dente no meu primeiro osso.]

PRIMEIRO OSSO
Inicialmente, quero apresentar-lhes o tempo. Este terror. Ele me atacou primeiro e foi meu principal inimigo desde a infância. Aqueles enormes dias vazios, cheios de tédio. Achar conteúdo para cada hora era uma tarefa gigantesca. Silêncio, paz, quietude: tudo insuportável. Hoje, passaram-se anos e por fatalidade vivo presentemente o mesmo problema invertido, pois é proverbial que no tempo psicológico do palco o átimo contém a eternidade. Durante um show


Cada segundo tem décimos, centésimos,
Tem pêlos e cabelos de milésimos.


Entre a infância e o palco de hoje vim aos solavancos, levado pelo tempo e depois pelo espaço. Erros e tropeços. Trop trop que em reiterados e repetidos feedbacks tornaram-se lições. Polições. Com sinceridade: foi uma sucessão de contrapassos e contratempos. Elos incompletos, indecisões, inanição, pânico. Demorou muito para que eu divisasse, naquele conjunto, os traços de uma fisionomia bondosa. Certo dia, um golpe de vista mais geral mostrou que quando todas as dificuldades se agregavam, justamente então, emergia uma aliada. Ela me tomou pelas mãos e me levou a um terreno firme. Ela, com cujo apoio me converterei num profissional: a deficiência.
[Mais guardanapos; os apóstolos limpam a boca.]

"Tropicalista Lenta Luta"
Autor: Tom Zé
Editora: Publifolha
Páginas: 288
Quanto: R$ 39
Venda: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da Publifolha


FONTE: Folha de S. Paulo

Brincando em cima do quê?

Fui assistir a peça "Brincando em cima daquilo", clássico do italiano Dario Fo, encenada por Marília Pera, há 23 anos.

O que na época era moderno se tornou um tema banal: a mulher oprimida pelo marido. Apesar de bem dirigida, por Otávio Muller, em sua primeira experiência atrás dos palcos, a montagem não deu muito certo. Por quê?

Muitos anos se passaram, e "Brincando em cima daquilo" perdeu a força. Está datadíssimo. Para algum desavisado pode passar como sendo cópia de tantas outras peças que estão falando sobre aquilo.

Talvez a situação não tenha mudado, talvez faltem idéias. "Eles deviam ser mulheres só um dia na vida", diz uma das duas personagem da peça, Maria e Marina - eu acho que é uma só. Batido.

O problema é justamente esse: não é mais moderna, e sim a tendência do teatro atual: monólogos. Só no Shopping da Gávea são três: Débora Bloch, Zezé Polessa e Pedro Cardoso. Que eu saiba. As piadas que deveriam ser inéditas, já ouvimos muitas vezes antes.

Ela é ótima, e leva a peça nas costas – deve ser muito exaustivo para a atriz cantar, pular, e correr o tempo inteiro.

Comemorando seus 27 anos de carreira é natural que Débora Bloch queira fazer um solo. "É meu primeiro monólogo, ainda bem que não estou sozinha, estou com vocês" diz, antes do início, pegando rapidamente a platéia como cúmplice. Antes de começar o espetáculo recebe o público sambando e puxando um ou outro para dançar. Quando entramos tocava “Vesti Azul”, com Adriana.

Funciona mais quando ela insere problemas atuais – como o Pan, a globalização, o atual papa e o aceleramento global para justificar seu desempenho sexual. Ou quando dança o "funk da cachorra", sensacional. É cheia de recursos, e com uma incrível mobilidade corporal.

Além de estar excelente para a idade, né? Chutei 44, uma amiga disse que claro que não, tinha 40. Outra falou com com firmeza: 44. Está superbonita.

Alguns momentos arrancam risadas, em outros – como a famosa cortada de pulsos – arrancam bocejos. Às vezes torna-se frouxa, e a atriz não parece saber exatamente como amarrar. Todos cantam “Emoções”, batendo palmas. É o jeito.

Parece até que achei a peça péssima. Éramos três amigas e uma gostou muito. Depois vá comer um turnedô de salmão com palmitos assados e nirá, no Origami. E a noite está ganha.


FONTE: http://www.sidneyrezende.com/sec_news_view.php?id=4131
Por: Marina W. em 21.07.07

Estão abertas, até o dia 10 de setembro, as inscrições para o curso de Economia da Cultura

Estão abertas, até o dia 10 de setembro, as inscrições para o curso a distância de Economia da Cultura, realizado pela Duo Informação e Cultura, sob a coordenação de conteúdo de Ana Carla Fonseca Reis. As aulas serão ministradas à distância (pela internet) e o período do curso será de 17 de setembro a 31 de outubro. São oferecidas 150 vagas para alunos interessados em todo país, que podem se inscrever pelo site www.duo.inf.br.

O curso pretende explicitar como a compreensão da lógica e dos instrumentos econômicos pode impulsionar a consecução dos objetivos de políticas e gestão culturais. Ao abordar questões relativas à economia da cultura, os professores lançam um novo olhar sobre o papel da cultura como estratégia de desenvolvimento e contribuem para o posicionamento dos profissionais de cultura no mercado global de produtos e serviços culturais.

O público-alvo é formado por gestores públicos e privados de cultura, economistas, administradores, executivos, profissionais e estudantes de artes, sociologia e turismo. O corpo docente conta com os professores Luiz Fernando de Assis, Stefano Florissi, Leandro Valiati, Ana Carla Fonseca Reis e Ronaldo Bianchi.

Nos primeiros dias do curso, será ministrada a disciplina “Adaptação e Ambientação em EAD (Ensino a distância)”, com o objetivo de quebrar uma possível resistência dos alunos em relação à aprendizagem virtual, otimizar a utilização dos recursos da plataforma do curso e explicitar a metodologia adotada.

Nas aulas seguintes, serão discutidos os conteúdos: Introdução à Economia; Economia da Cultura; Economia da Cultura e Desenvolvimento - Estratégias Nacionais e Panorama Global; Gestão de Espaços e Políticas Setoriais.

O curso será desenvolvido por meio da plataforma de Educação a Distância da DUO Informação e Cultura (www.duo.inf.br/ead). Nesta plataforma serão disponibilizados os conteúdos de cada aula, além de um espaço para o fórum de debates. Professores, monitores, coordenadores e alunos participarão desse fórum levantando temas mais polêmicos, fazendo perguntas e respondendo dúvidas, de forma assíncrona, ou seja, não haverá necessidade de estarem conectados simultaneamente. Estima-se uma carga horária de 45hs, distribuídas em leitura de textos e participação em fóruns de debates.

A iniciativa conta com o apoio institucional da UNESCO e da Sociedade Brasileira de Economia da Cultura - SBEC.

Serviço
Evento: Curso de Economia da Cultura (pela internet)
Inscrições: pelo site www.duo.inf.br até 10 de setembro
Período do curso: 17 de setembro a 31 de outubro
Número de vagas: 150
Investimento: R$ 450,00 à vista, ou em 2 parcelas de R$250,00
Informações: Duo Informação e Cultura - (31) 3297.8242
http://www.duo.inf.br/ead_ecocult.asp


FONTE: DUO Informação e Cultura
Por: Isabel Brant

Lançamento da TEIA 2007 dá voz aos Pontos de Cultura

O lançamento oficial da TEIA 2007 - maior encontro da diversidade cultural do Brasil, que reunirá, entre os dias 7 e 11 de novembro, em Belo Horizonte, os mais de 650 Pontos de Cultura criados pelo Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura – movimentou a capital mineira nesta terça-feira, dia 28 agosto. Na ocasião, o ministro da Cultura Gilberto Gil falou sobre a relação entre cultura e educação, tema central do evento este ano.

A secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais, Eleonora Santa Rosa, abriu seu discurso destacando o Cultura Viva como um dos programas mais importantes da gestão do ministro Gilberto Gil e ressaltou os Pontos de Cultura como grande iniciativa de descentralização da política pública de cultura, já que eles dão voz a outros interlocutores que passam a se sentir não só como fruidores de cultura, mas também como produtores efetivos da riqueza cultura que desponta em todas as partes do país.

Para uma platéia formada basicamente de representantes dos diversos Pontos de Cultura, ela disse que o Governo de Minas, por meio da sua pasta, não está apenas co-anfitrionando o evento. “Estamos profundamente interessados nas discussões, nos fóruns, em tudo que vai derivar de todo este movimento”, ressaltou, acrescentando que as diretrizes estaduais de interiorização, democratização e apoio à cultura em todo o Estado estão sintonizadas com a política federal de protagonismo, autonomia e empoderamento dos grupos que eternizam e resguardam as tradições e os patrimônios materiais e imateriais brasileiros.

Além do ministro e da secretária, a solenidade contou com as presenças do vice-governador de Minas Gerais, Antônio Augusto Anastasia, do secretário Executivo do MINC, Juca Ferreira, do secretário de Programas e Projetos do MINC, Célio Turino, do secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Paul Singer, do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, da representante dos Pontos de Cultura – Fórum dos Pontos de Cultura, Dona Mazé, entre outras autoridades e empreendedores culturais.


FONTE: Secretaria de Estado da Cultura

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Comentários do dia

Amigos (as) leitores (as),

Com um pouco atraso, a edição de hoje aponta destaque para a crítica e a matéria veiculada na Folha de São Paulo sobre o músico Antônio Nóbrega que se apresenta neste dia 31 (sexta-feira) no Teatro do Centro Cultural Usiminas.

Destaque ainda para a nota publicada no Jornal Diário Popular por Cemário de Souza, representante da classe artística dentro da Comissão Municipal de Incentivo à Cultura – CMIC, sobre o avanço cultural do município.

Ainda na edição de hoje detalhes do Seminário emendas Parlamentares de Cultura que acontece no estado do Maranhão numa parceria entre Estado e União, o Festival Internacional de Teatro de Brasília que inicia amanhã e o resultado do prêmio FUNARTE de circo.

A todos uma boa leitura.

O GRANDE AVANÇO CULTURAL DE IPATINGA


Tanto o poder público, a Comissão Municipal de Incentivo à Cultura e os produtores culturais do município de Ipatinga estão de parabéns, por transformarem em realidade um antigo sonho e luta da nossa classe.

Ainda me lembro do dia 24 de setembro de 1996, quando foi feito o decreto que regulamentaria a Lei que “Dispõe sobre o incentivo fiscal para a realização de projetos culturais no âmbito do Município e dá outras providências”. A partir daquele momento foi dado o primeiro passo para o avanço do incentivo à cultura em nossa cidade.

Naquela época eu era Diretor do Departamento de Cultura do Município de Ipatinga, e eram precários os recursos oferecidos aos projetos culturais de nosso município.

“Promover a cultura não é apenas financiar o artista, o produtor individual, é antes, criar as condições para que o maior número possível de pessoas tenha acesso ao sistema de produção cultural, se não como produtores pelo menos como consumidores efetivos”, trecho de um artigo que escrevi ao jornal Diário do Aço em 30/06/07.

É bem verdade que estamos caminhando, pois, com nítido orgulho e plena satisfação pessoal, percebo que estamos tendo a possibilidade de avançar rumo à valorização da nossa classe. Vamos nos pautar em não perder o foco, as oportunidades, garantindo, a cada dia, enquanto política pública, a importância da atividade cultural na vida e desenvolvimento das pessoas.

Aguardamos agora a maior agilização da administração municipal na liberação dos recursos disponíveis (R$ 250 mil), para que os projetos contemplados, pela lei de incentivo à cultura, possam ser desenvolvidos dentro da agenda pré-estabelecida. E que no ano vem o poder público aumente os recursos destinados à cultura, aumentando assim, ainda mais a valorização dos artistas do nosso município.




Cemario de Souza
Representante da Classe Artística na CMIC
Comissão Municipal de Incentivo à Cultura

Matéria e crítica ao show de Antônio Nobrega

O músico, apaixonado pelo estilo musical, diz que o frevo é respeitado, mas pouco conhecido até mesmo pelos recifenses

O frevo é verbo e devoção na trajetória de Antonio Nóbrega. Aos 54 anos, ele canta, toca e dá "alicates", "cruzetas", "mugangas" , "pernadas" e "serrotes" com a energia de um garoto de bloco do Recife.

Seu novo passo em homenagem ao gênero é o segundo CD do projeto "Nove de Frevereiro", cujo espetáculo homônimo cumpre temporada de três semanas em São Paulo, a partir de hoje, no Sesc Pinheiros. O músico, dançarino e ator lançou o primeiro volume em fevereiro passado. O segundo também prepara o terreno para a data simbólica dos cem anos do gênero -em 9 de fevereiro de 1907 cravou-se pela primeira vez a palavra "frevo" no "Jornal Pequeno do Recife".

É o que explica o musicólogo Samuel Valente no encarte que acompanha o disco (e traz nomenclatura dos passos, lista cerca de 130 nomes do cancioneiro pernambucano e ensaios fotográficos de Pierre Verger e Walter Carvalho).

O projeto de Nóbrega ambiciona a "reelaboração" do frevo à luz da contemporaneidade, por meio de timbres, arranjos, cores e temperamentos outros. Leia trechos da entrevista.

OS DOIS VOLUMES
Normalmente, os frevos-de-rua [instrumental] e os frevos-canções [cantado] são tocados por uma orquestra constituída de saxofones, trompetes, trombones, percussão, guitarra e baixo. No primeiro CD, trabalhei um pouco esse universo, decodifiquei a orquestra tradicional. Fiz uma música só com os saxofones, outra só com trompetes e trombones. Neste segundo volume, trago os conjuntos mais diferentes possíveis e proponho frevos em arranjos bastante ousados, como "Brincando com o Clarinete", de Lourival Oliveira, que toco com o Sujeito a Guincho.

PEQUENO NOTÁVEL
O frevo é um gênero respeitado, mas pouco e mal conhecido. Até em Recife. Mesmo os frevos de rua, conhecemos em média três deles. É claro que aquela música está no ouvido do cidadão, principalmente o de Recife, mas o conhecimento formal ainda é pouco.

Uma das razões que atribuo a isso é que o frevo é visto muito como uma manifestação regional e sazonal. Houve um momento historicamente rico [anos 50 e 60] quando existia em Recife uma das maiores gravadoras do país, a Rozenblit.
Através dela, se conheceu muito o frevo. As rádios programavam os frevos em outubro e, no Carnaval, todo mundo sabia os frevos-canções. Tudo isso foi desaparecendo.

DESLIMITES
Estou aproveitando a data simbólica dos cem anos do frevo para dar mais visibilidade ao gênero. Uma tentativa de fazer com que o Brasil conheça mais o que chamo de instituição cultural, uma manifestação tão rica que transcende os limites de um gênero musical ou dança.

O SHOW
O espetáculo está mais maduro em relação àquela primeira versão que apresentamos, em fevereiro, no lançamento do primeiro CD. Estou com 19 músicos, cinco cantoras e quatro dançarinos. É grande a engenharia para organizar tudo isso no palco. É um aparato bastante requintado, temos violão, cavaquinho, banjo, bandolim de cordas, além dos trombones, trompetes etc.


FONTE: Folha de São Paulo
Por: VALMIR SANTOS





Crítica

Didatismo é um preço necessário


Se no início do ano, no primeiro "Nove de Frevereiro", Antonio Nóbrega priorizou os grandes mestres do frevo, agora, no segundo volume, a sua presença como compositor é bem mais efetiva e a ser ressaltada.

"Fervo", a faixa de abertura, e "Festim", ambas parcerias com Wilson Freire, são ótimos exemplares do gênero, nos quais Nóbrega mostra que consegue dar sangue novo a uma tradição centenária.

Esses dois são casos de frevo-canção, os que têm letra, enquanto "Tirando a Casaca", composição de Nóbrega gravada com o tradicional Quinteto da Paraíba, é um frevo-de-rua, instrumental.

Embora siga firmemente esses conceitos, procurando, inclusive, alternar no CD os dois tipos de frevo, Nóbrega subverte as formações mais previsíveis do gênero.
Interpreta o frevo-canção "Por Quem os Blocos Cantam" (Getúlio Cavalcanti) sem sopros, com um arranjo delicado, para o qual contribui a participação do Quinteto Villa-Lobos. Já o instrumental "Corisco" (Lourival Oliveira) leva apenas violino (de Nóbrega) e percussões de Gabriel Almeida.

Várias das faixas têm a participação da Orquestra de Frevo, do maestro Spok, que com apenas 36 anos já é um dos principais nomes do gênero. Seus sopros criam alguns dos momentos mais inventivos e animados do CD.

Mestres do gênero como Capiba e José Menezes não faltam no CD. Assim como não faltam a preocupação didática que o multiartista tem ao gravar os ritmos tradicionais do Nordeste. Tanto didatismo chega a cansar, mas talvez seja o preço a se pagar pela pouca informação que temos hoje. (LFV)


NOVE DE FREVEREIRO - VOL. 2
Artista: Antonio Nóbrega
Lançamento: independente (distribuição Trama)
Quanto: R$ 32,90, em média


FONTE: Folha de São Paulo
DA SUCURSAL DO RIO