Fui assistir a peça "Brincando em cima daquilo", clássico do italiano Dario Fo, encenada por Marília Pera, há 23 anos.
O que na época era moderno se tornou um tema banal: a mulher oprimida pelo marido. Apesar de bem dirigida, por Otávio Muller, em sua primeira experiência atrás dos palcos, a montagem não deu muito certo. Por quê?
Muitos anos se passaram, e "Brincando em cima daquilo" perdeu a força. Está datadíssimo. Para algum desavisado pode passar como sendo cópia de tantas outras peças que estão falando sobre aquilo.
Talvez a situação não tenha mudado, talvez faltem idéias. "Eles deviam ser mulheres só um dia na vida", diz uma das duas personagem da peça, Maria e Marina - eu acho que é uma só. Batido.
O problema é justamente esse: não é mais moderna, e sim a tendência do teatro atual: monólogos. Só no Shopping da Gávea são três: Débora Bloch, Zezé Polessa e Pedro Cardoso. Que eu saiba. As piadas que deveriam ser inéditas, já ouvimos muitas vezes antes.
Ela é ótima, e leva a peça nas costas – deve ser muito exaustivo para a atriz cantar, pular, e correr o tempo inteiro.
Comemorando seus 27 anos de carreira é natural que Débora Bloch queira fazer um solo. "É meu primeiro monólogo, ainda bem que não estou sozinha, estou com vocês" diz, antes do início, pegando rapidamente a platéia como cúmplice. Antes de começar o espetáculo recebe o público sambando e puxando um ou outro para dançar. Quando entramos tocava “Vesti Azul”, com Adriana.
Funciona mais quando ela insere problemas atuais – como o Pan, a globalização, o atual papa e o aceleramento global para justificar seu desempenho sexual. Ou quando dança o "funk da cachorra", sensacional. É cheia de recursos, e com uma incrível mobilidade corporal.
Além de estar excelente para a idade, né? Chutei 44, uma amiga disse que claro que não, tinha 40. Outra falou com com firmeza: 44. Está superbonita.
Alguns momentos arrancam risadas, em outros – como a famosa cortada de pulsos – arrancam bocejos. Às vezes torna-se frouxa, e a atriz não parece saber exatamente como amarrar. Todos cantam “Emoções”, batendo palmas. É o jeito.
Parece até que achei a peça péssima. Éramos três amigas e uma gostou muito. Depois vá comer um turnedô de salmão com palmitos assados e nirá, no Origami. E a noite está ganha.
FONTE: http://www.sidneyrezende.com/sec_news_view.php?id=4131
Por: Marina W. em 21.07.07
O que na época era moderno se tornou um tema banal: a mulher oprimida pelo marido. Apesar de bem dirigida, por Otávio Muller, em sua primeira experiência atrás dos palcos, a montagem não deu muito certo. Por quê?

Talvez a situação não tenha mudado, talvez faltem idéias. "Eles deviam ser mulheres só um dia na vida", diz uma das duas personagem da peça, Maria e Marina - eu acho que é uma só. Batido.
O problema é justamente esse: não é mais moderna, e sim a tendência do teatro atual: monólogos. Só no Shopping da Gávea são três: Débora Bloch, Zezé Polessa e Pedro Cardoso. Que eu saiba. As piadas que deveriam ser inéditas, já ouvimos muitas vezes antes.
Ela é ótima, e leva a peça nas costas – deve ser muito exaustivo para a atriz cantar, pular, e correr o tempo inteiro.
Comemorando seus 27 anos de carreira é natural que Débora Bloch queira fazer um solo. "É meu primeiro monólogo, ainda bem que não estou sozinha, estou com vocês" diz, antes do início, pegando rapidamente a platéia como cúmplice. Antes de começar o espetáculo recebe o público sambando e puxando um ou outro para dançar. Quando entramos tocava “Vesti Azul”, com Adriana.
Funciona mais quando ela insere problemas atuais – como o Pan, a globalização, o atual papa e o aceleramento global para justificar seu desempenho sexual. Ou quando dança o "funk da cachorra", sensacional. É cheia de recursos, e com uma incrível mobilidade corporal.
Além de estar excelente para a idade, né? Chutei 44, uma amiga disse que claro que não, tinha 40. Outra falou com com firmeza: 44. Está superbonita.
Alguns momentos arrancam risadas, em outros – como a famosa cortada de pulsos – arrancam bocejos. Às vezes torna-se frouxa, e a atriz não parece saber exatamente como amarrar. Todos cantam “Emoções”, batendo palmas. É o jeito.
Parece até que achei a peça péssima. Éramos três amigas e uma gostou muito. Depois vá comer um turnedô de salmão com palmitos assados e nirá, no Origami. E a noite está ganha.
FONTE: http://www.sidneyrezende.com/sec_news_view.php?id=4131
Por: Marina W. em 21.07.07
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