sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Arte e magia - Fantasiando a natureza

Circo Nacional da China cumpre curta temporada em Belo Horizonte, de hoje (29/08) a domingo, no Chevrolet Hall. O espetáculo quer demonstrar a perfeita harmonia entre os seres vivos


Fundada em 1957, a companhia chinesa é dirigida por Fei Guang Sheng e conta com mais de 40 artistas circenses

Os sonhos de uma menina conduzem a narrativa do espetáculo Natureza, que o Circo Nacional da China apresenta de quarta (dia 29) a domingo, no Chevrolet Hall. A atração internacional integra a programação do 4º Festival Mundial de Circo do Brasil e chega a Belo Horizonte para demonstrar em linguagem poética a perfeita harmonia possível entre os seres vivos. Pelo menos no mundo de fantasia em que transita a protagonista da montagem. No palco, árvores, flores, insetos, sapos, abelhas e outra infinidade de personagens se encontram num lindo bosque, por onde passeia a garotinha.

Dirigida por Fei Guang Sheng, a trupe, com mais de 40 artistas circenses, apresenta diferentes números de acrobacia em 13 atos. Fundado em 1957, o grupo recebe subsídios do governo chinês para manutenção das atividades, com autonomia para realizar turnês internacionais, como a sul-americana, que este ano incluiu a passagem pelo Brasil. Integrante da companhia, o artista Lu Sheng Hao conta que no circo tem ampla liberdade cultural e artística para desenvolver seus projetos de criação, convivendo como uma grande família. “Temos brigas, festas, casais de namorados, de tudo um pouco”, brinca, lembrando que o grupo está fora do país desde 23 de junho, circulando pela América Latina com o espetáculo, premiado com 11 medalhas de ouro e duas de prata na Olimpíada Nacional da China.

Lu Sheng Hao adianta que, desde o primeiro número, Natureza impressiona a platéia. Nele, uma artista, interpretando uma libélula, realiza movimentos de contorcionismo e equilíbrio sobre uma das mãos. “É uma cena de força e destreza”, diz. O ato, com sete integrantes do grupo empilhando várias cadeiras até formar uma torre curva, com uma delas no topo, está entre os mais impactantes. Mas ele acredita que nada se compara ao resultado da combinação de dança, luz, som, vestuário e acrobacia que desenvolvem. “A beleza está nessa mescla de vários elementos que dão forma à obra como um todo. Depois de tantos anos de pesquisa, encontramos a maneira de fazer com que tudo tivesse esse sentido de unidade, que nos parece fundamental.”

Trabalho duro
Para chegar a alto grau de técnica e plástica, os artistas passam por rigorosos testes e atividades de condicionamento físico, desde a infância. Na China, os interessados em desenvolver a arte circense devem se candidatar a uma vaga no grupo ainda jovens, com idade entre 4 e 8 anos. Se demonstrar condições adequadas, com boa articulação e disposição para os treinamentos, é incorporado à rotina de oito horas diárias de treinamento, de segunda a sexta-feira, incluindo os estudos escolares. “É bem parecida com a rotina dos atletas, com o mesmo grau de exigência. Trabalhamos duro”, conta.

Apesar de explorar as mais diversas técnicas modernas para a construção do espetáculo, o Circo Nacional da China não abdica dos valorosos ensinamentos tradicionais. “Sem essa tradição, não somos nada. Ela é o princípio de tudo, a coluna vertebral da nossa arte”, diz Sheng Hao. A constatação não impede que o grupo acompanhe o desenvolvimento das técnicas mundiais, que aprimoram o fazer artístico e possibilitam novas condições aos artistas.

Para a companhia, a vinda ao Brasil e aos demais países deve representar um convite para que outros grupos se disponham a mostrar seus trabalhos na China. Mais que uma relação entre países, eles esperam que esta seja uma oportunidade de aproximação, para que se estabeleça uma relação aberta, de troca de conhecimentos e intercâmbio cultural.

CIRCO NACIONAL DA CHINA - De quarta (dia 29) a domingo, no Chevrolet Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). De quarta (dia 29) a sexta (dia 31), às 20h30; sábado e domingo, às 19h. Ingressos: quarta (dia 29) e quinta (dia 30), R$ 60 (cadeira 1), R$ 50 (cadeira 2), R$ 40 (cadeira 3) e R$ 30 (arquibancada). Sexta, sábado e domingo, R$ 70 (cadeira 1), R$ 60 (cadeira 2), R$ 50 (cadeira 3) e R$ 40 (arquibancada). Informações: (31) 2191-5700. Meia-entrada conforme a lei, para estudantes, menores de 21 anos e maiores de 60.


FONTE: Estado de Minas
Por: Janaina Cunha Melo

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