Festival que aconteceu em Uberlândia promoveu shows de 25 bandas de vários Estados brasileiros, além de debates
UBERLÂNDIA - Troca de experiências, criação coletiva e cooperação são expressões recorrentes na cena da música independente brasileira. Pelo caráter aglutinador, os festivais são a realização prática de um movimento articulado que tem como objetivo produzir conteúdo alternativo, distribuir esse produto e fazer circular pelo país as bandas. Dentro desse espírito de "aprender fazendo", participar do movimento por vezes é até mais importante que a música em si, como pôde ser observado no Jambolada, festival que agitou Uberlândia, no Triângulo Mineiro, de sexta até ontem, com shows de 25 bandas de diversos Estados brasileiros.
Na sexta, a banda de Uberlândia Porcas Borboletas fez seu público pular bastante em uma apresentação para lá de irreverente, mas quem brilhou mesmo foram os acreanos do Los Porongas, com seu rock amazônico honesto, visceral e muito original. No sábado, os mineiros do Dead Smurfs foram a surpresa subversiva do festival. Como chamarizes de um público de milhares de pessoas, um Tom Zé deslocado e uma Nação Zumbi espetacular foram moldura honrosa para a materialização da cena indie nacional.
E nos bastidores, a cena realmente se realizou. "É o melhor backstage do país", ouviu-se nas coxias, onde centenas de músicos, produtores e jornalistas de todo o país trocavam CDs, contatos e, claro, experiências. "O objetivo é que os produtores pensem de maneira própria, criem tecnologias, usem as ferramentas à disposição e apliquem essas experiências às suas próprias realidades", traduziu bem o espírito da coisa o produtor e jornalista Israel do Vale na tarde de sexta, durante um debate que abriu o Jambolada.
Circuito mineiro
Na tarde do sábado, a música deu lugar à conversa em prol da articulação entre os artistas - e que também é uma das propostas do Circuito Fora do Eixo, ação da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) do qual o Jambolada é membro. Assim, numa reunião com produtores de Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e São João del Rei, foi dado o pontapé inicial do Circuito Mineiro de Festivais, iniciativa semelhante à Abrafin, com foco regional. A idéia é que se estabeleçam roteiros para que bandas de Minas circulem dentro do próprio Estado.
Também no sábado divulgou-se em Uberlândia o Festival Garimpo, a ser realizado na capital mineira entre os dias 27 e 29 de setembro, com 20 artistas e grupos de Minas, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Mato Grosso e Ceará. Exemplo dos conceitos e discussões da Abrafin e do Jambolada, o Garimpo pretende consolidar o recémcriado Festival de Música Independente de Belo Horizonte.
O repórter viajou a convite do festival
FONTE: O Tempo
Por: MARCELO FIUZA /ENVIADO ESPECIAL
UBERLÂNDIA - Troca de experiências, criação coletiva e cooperação são expressões recorrentes na cena da música independente brasileira. Pelo caráter aglutinador, os festivais são a realização prática de um movimento articulado que tem como objetivo produzir conteúdo alternativo, distribuir esse produto e fazer circular pelo país as bandas. Dentro desse espírito de "aprender fazendo", participar do movimento por vezes é até mais importante que a música em si, como pôde ser observado no Jambolada, festival que agitou Uberlândia, no Triângulo Mineiro, de sexta até ontem, com shows de 25 bandas de diversos Estados brasileiros.
Na sexta, a banda de Uberlândia Porcas Borboletas fez seu público pular bastante em uma apresentação para lá de irreverente, mas quem brilhou mesmo foram os acreanos do Los Porongas, com seu rock amazônico honesto, visceral e muito original. No sábado, os mineiros do Dead Smurfs foram a surpresa subversiva do festival. Como chamarizes de um público de milhares de pessoas, um Tom Zé deslocado e uma Nação Zumbi espetacular foram moldura honrosa para a materialização da cena indie nacional.
E nos bastidores, a cena realmente se realizou. "É o melhor backstage do país", ouviu-se nas coxias, onde centenas de músicos, produtores e jornalistas de todo o país trocavam CDs, contatos e, claro, experiências. "O objetivo é que os produtores pensem de maneira própria, criem tecnologias, usem as ferramentas à disposição e apliquem essas experiências às suas próprias realidades", traduziu bem o espírito da coisa o produtor e jornalista Israel do Vale na tarde de sexta, durante um debate que abriu o Jambolada.
Circuito mineiro
Na tarde do sábado, a música deu lugar à conversa em prol da articulação entre os artistas - e que também é uma das propostas do Circuito Fora do Eixo, ação da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) do qual o Jambolada é membro. Assim, numa reunião com produtores de Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e São João del Rei, foi dado o pontapé inicial do Circuito Mineiro de Festivais, iniciativa semelhante à Abrafin, com foco regional. A idéia é que se estabeleçam roteiros para que bandas de Minas circulem dentro do próprio Estado.
Também no sábado divulgou-se em Uberlândia o Festival Garimpo, a ser realizado na capital mineira entre os dias 27 e 29 de setembro, com 20 artistas e grupos de Minas, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Mato Grosso e Ceará. Exemplo dos conceitos e discussões da Abrafin e do Jambolada, o Garimpo pretende consolidar o recémcriado Festival de Música Independente de Belo Horizonte.
O repórter viajou a convite do festival
FONTE: O Tempo
Por: MARCELO FIUZA /ENVIADO ESPECIAL
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