terça-feira, 7 de agosto de 2007

Universidade Livre quer formar banco de dados de políticas culturais

No último dia 20 de julho, foi lançada em Recife a pedra fundamental para a criação da Universidade Livre de Políticas Culturais (ULPC). De acordo com o vice-presidente de operações do Instituto Pensarte para a Região Sul e presidente do Instituto Cultura em Rede, Pedro Alípio Nunes, o objetivo do projeto é fazer um mapeamento de todos os cursos da área cultural e interligá-los em rede. A ação criativa da proposta é encabeçada pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Instituto Pensarte e o Ministério da Cultura (MinC).

As entidades que se tornarem signatárias da Universidade Livre de Políticas Culturais poderão compartilhar informações por meio de um portal na internet que possibilitará a hospedagem de um banco de dados completo sobre todas as ações educacionais de cada instituição.

Com todos os cursos da área cultural linkados no portal, será possível ao internauta obter uma série de informações para complementar sua grade de ensino. Assim, a Universidade Livre de Políticas Culturais atuará oferecendo subsídios para que seja possível identificar um curso específico, presencial ou por EAD (Ensino à Distância). “Entendemos que a democratização do conhecimento. Essa possibilidade de disponibilizar para o público o que vem sendo produzido sobre a gestão da cultura nos diferentes lugares deste País tem nos motivado a trabalhar nesse projeto de uma universidade diferenciada. Esta iniciativa é, sem dúvida, um forte exemplo da potencialidade de uma maior aproximação dos Ministérios da Cultura e da Educação”, comentou a diretora de Cultura da Fundaj, Isabela Cribari.

A Universidade Livre não surge como uma proposta acadêmica, embora essa possibilidade não esteja descartada. A premissa inicial é possibilitar uma democratização do ensino da cultura, fornecendo apoio e sustentação para os cursos já existentes em todo o Brasil, e não haverá restrições para inserção de instituições de ensino.

Para formatar a Universidade Livre de Políticas Culturais as entidades parceiras promoverão, ao longo de 2008, aproximadamente doze seminários (um por mês), nos quais serão tratados os aperfeiçoamentos temáticos de cada segmento cultural. “Faremos cinco seminários no Recife (na Fundaj) e outros cinco nas regionais do Instituto Pensarte, além de um seminário internacional e um conclusivo, de avaliação do projeto”, explicou Pedro Alípio Nunes.

Ainda neste ano, ocorrerá um seminário de pré-avaliação, segundo informou o presidente do Instituto Pensarte, Bento Andreato. “O Instituto fará um pré-mapeamento das instituições que trabalham com gestão e política cultural em todo o Brasil. Convidaremos essas instituições de ensino para o primeiro encontro, ocasião em que serão definidos os parâmetros dos seminários posteriores”, afirmou Andreato.

Viabilidade Tecnológica
Antes de criar o portal da Universidade Livre de Políticas Culturais na Internet, será elaborado um estudo de viabilidade tecnológica do projeto. Nessa fase, todos os custos para a implantação da infra-estrutura necessária serão arcados pela Fundaj, MinC e Instituto Pensarte.

Um modelo atualmente em funcionamento e que pode servir de parâmetro bem sucedido para a implantação da Universidade Livre é a Rede de Integração Cultural (RIC), que interliga os 293 municípios de Santa Catarina alimentando um banco de dados com todos os profissionais que trabalham com cultura naquele Estado. Idealizada pelo Instituto Cultura em Rede, a RIC organizou o mercado cultural e promoveu o seu desenvolvimento em SC, com apoio do governo estadual.

A vice-presidente do Instituto Pensarte para a Região Nordeste, Ana Paula Jones, definiu algumas diretrizes básicas que serão trabalhadas no Nordeste. “A Universidade Livre vai nos ajudar a definir conceitos que não estão claros na academia nem para o Estado Brasileiro, como o das ‘culturas populares’ e também os bens de ‘patrimônio imaterial’ que são bem difíceis de mensurar e quantificar, incluindo aí todos os ciclos – natalino, junino e carnavalesco – e outras festas típicas e religiosas. Precisamos criar uma plataforma e um ambiente fértil de discussão para que as dinâmicas desses segmentos da cultura sejam contempladas. Hoje, fazem parte do dia-a-dia das comunidades, mas não existem políticas públicas que consigam acompanhar a dinâmica e diversidade dessas tradições, então elas acabam não sendo contempladas em sua totalidade”, explicou Ana Paula Jones.

Quem estiver interessado em saber mais sobre Universidade Livre de Políticas Culturais, pensar parcerias e construir os conceitos e bases dessa proposta, porde falar diretamente com Pedro Alípio, através do endereço eletrônico pedroalipio@globo.com.


FONTE: Cultura e Mercado
*Com informações da assessoria de comunicação da Fundação Joaquim Nabuco – MEC.

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