terça-feira, 7 de agosto de 2007

Jazz conquista público na Savassi

A exemplo das grandes cidades do mundo - onde os espaços públicos são ocupados por manifestações artísticas das mais diversas - Belo Horizonte vem registrado um número significativo de apresentações ao ar livre - ainda que mais concentradas na Zona Sul. Mas já é um começo. Domingo, parte da Savassi virou palco para o jazz e a música instrumental, ancoradas por DJs da cidade, no 5º Savassi Festival. O evento atraiu, segundo a organização, 25 mil pessoas.

Os shows se concentraram na Rua Antonio de Albuquerque, entre a Rua Sergipe a Avenida Cristóvão Colombo. A partir das 13 horas, os «portões» foram abertos. Sim, havia uma entrada, com seguranças, o que impediu prováveis confusões. Ponto para a produção. O esquema funcionou sem ser ostensivo. Para entrar, era pedido um quilo de alimento não-perecível. Daí que uma legião de ambulantes «espertos» se concentrou na entrada, vendendo os alimentos a preços pra lá de extorsivos, tipo um quilo de açúcar a R$ 6!!!. Portanto, ano que vem, não esqueça de colocar seu quilo na bolsa...

Mas a tarde ensolarada contribuiu para o bom humor do público, que pode acompanhar uma programação variada e de qualidade, sempre tendo o jazz como foco, mas não como camisa-de-força da agenda. Quatro palcos - batizados com os nomes dos patrocinadores Ototoi, Petrobras, Tim e Hospital Vera Cruz - foram montados ao longo dos quatro quarteirões, com cadeiras em número suficiente para acomodar os interessados em cada atração (e uma não atrapalhava a outra). Entre os palcos, mesinhas foram espalhadas entre o público que circulava. Os DJs concentraram gente disposta, inclusive, a ensaiar coreografia. Diversão pura.

A programação reuniu músicos locais (como Cléber Alves, Kiko Continentino Trio etc) e outros que vieram para a capital mineira especialmente para participar do festival, caso do imperdível J.T. Meirelles e os Copa5.

O mais bacana é que o festival não tem exatamente um público alvo (obviamente que concentra quem gosta de boa música) e atrai todas as faixas etárias, porque tem atração pra todo mundo. E quem vai a um show específico acaba conhecendo outros, ouvindo alguma coisa diferente, nem que seja de passagem, mas já está valendo. Dessa maneira, cria-se um público, um hábito.

Neste ano, o Savassi Festival começou na última quinta, com shows em locais fechados, com programação batizada Jazz Clube, e workshops, que funcionaram como uma espécie de «aquecimento» para anteontem. Para 2008, a intenção de Bruno Golgher (leia-se Café Com Letras, idealizador do festival) é ampliar o evento com o Cine Jazz, que levaria às telas do Belas Artes filmes relacionados ao gênero.


FONTE: Hoje em Dia
Por: Sandra Nascimento

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