Como nasce uma artista hoje no Brasil
Gyselle Soares já ganhou o Big Brother Brasil 8, da Globo. Ao menos esta é a opinião dos internautas que votam em várias pesquisas sobre o reality show na internet, duas delas promovidas por grandes portais. Afinal, o que é que a ‘sister’ tem?
A garota de Teresina, no Piauí, começou a conquistar a preferência do público na primeira semana de programa. A modelo foi indicada ao paredão de estréia pela então líder Juliana Góes porque não estava entrosada na casa. Pura verdade. O jeitinho blasé, porém, contou a favor. Sobreviveu à berlinda e Jaqueline Khury, a outra emparedada, foi eliminada com 87% de rejeição.
A vitória deu a Gyselle o posto de mocinha. Outro ‘brother’ já eliminado, Rafael Galego, não acreditou na personagem e a mandou para um segundo paredão. Ela saiu ilesa e ainda mais forte.
A morena fica na dela até quando o circo pega fogo. O BBB 8 era a edição mais sem graça até que o médico Marcelo Arantes chutou o balde com Thalita Lippi e Fernando Mesquita. O que fez Gyselle? Ficou na platéia e disse que não tinha nada a ver com o problema dos outros.
Há três dias, o médico virou monstro de novo e armou o barraco com Thatiana Bione - a ‘menina pastora do BBB’. E Gyselle? Nada. Mas a moça, confidente de Marcelo, começa enfim a dar pinta de rebelde. Na sexta-feira, escreveu no blog da atração: “Estive sozinha no começo e agora me sinto mais ainda. Eu e Marcelo temos desavenças.”
O ar ‘tô nem aí’ é apontado pelos fãs como qualidade. “Gyselle é a mais autêntica, as outras meninas são muito estrelas. Ela é igual desde o primeiro dia. Continua fiel às poucas amizades que fez e não finge gostar de quem não gosta”, diz a dona de casa Cirlene do Nascimento.
O clima de ‘já ganhou’ chegou à casa da família em Timon, no Maranhão. “Pela quantidade de gente que eu nunca tinha visto batendo aqui na porta para dizer que gosta da minha filha, ela é a vencedora”, aposta a mãe, Josélia. “Outro dia uma família de nove pessoas, de Salvador, veio até Timon só para dizer que torce por ela. As pessoas dizem que se apaixonaram pelo jeitinho e pela conduta da minha filha.”
Gyselle virou até tema de marchinha. O bancário aposentado José Hélio Silva compôs Gyselle no BBB: “Todo mundo comenta na TV/ Gyselle, você é a melhor do BBB/ No Big Brother só tem gente bacana/ Mas a sua beleza é a sensação”, diz parte da letra.
“Ela é simpática, meiga, não tem preparo intelectual, mas não tem vergonha disso. Representa o povo brasileiro”, fala Silva. “E não faz fofoca, não fala mal dos outros. Quem manda no programa pode não gostar disso, pode preferir confusão, mas quem está em casa gosta.”
A jovem é uma das preferidas até para campeões de temporadas anteriores. Dhomini, que ganhou o BBB 3, aposta em uma final com Gyselle, Rafinha e Marcos Parmagnani. “Ela é gente boa, tem um coração puro, mas não é uma bobinha como muita gente pensa. No dia em que precisou falar mais, colocou a Thalita para correr.”
A modelo é a filha mais velha de Josélia Soares e Joaquim Estevão. Os pais se separaram quando ainda era criança. A mãe sustentou os filhos sem ajuda financeira do ex-marido. “Passamos por dificuldades quando o meu casamento acabou. Fomos morar em uma casa que não tinha cama, eu dormia no chão e ela, na rede”, lembra Josélia, hoje dona de um restaurante.
Mãe e filhos foram obrigados a se separar por um breve período. Josélia tentou ganhar a vida como caminhoneira e pediu para a avó materna cuidar dos herdeiros já que ficava muito tempo fora de casa. Apesar das dificuldades, a primogênita teve uma infância feliz, garante.
A paixão pelo mundo artístico nasceu cedo. Desde pequena, é louca por dança e teatro. Corria para participar de concursos e peças amadoras que o colégio promovia. O desempenho diante dos livros, entretanto, era sofrível. Ficava na média em matérias como Português e História e derrapava em Matemática e Química. A mãe não acredita que os erros de português que comete na TV e que viraram piada entre ‘brothers’ e ‘sisters’ sejam resultado do histórico escolar. “Ela morou cinco anos fora, é natural esquecer as palavras.”
Gyselle terminou o 2º grau e quis cursar Direito. Um convite para trabalhar na Suíça como babá mudou os planos. Na Europa, tentou sobreviver como doméstica e garçonete. Servia mesas em um restaurante quando um produtor de moda apostou que seria modelo.
A carreira no mundo fashion caminhava a passos lentos quando outro produtor, desta vez de TV, a viu circulando por Paris e a chamou para participar do L’Île de
FONTE: O Estado de S. Paulo
Por: ANDREZZA CAPANEMA, andrezza.capanema@grupoestado.com.br
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