sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Circo contemporâneo

Circo é… “arte de tirar o fôlego, pura diversão”. Mais: “Quem nunca sentiu um frio na barriga diante do que faz um trapezista, é um insensível”, diz Fernanda Vidigal, uma das coordenadoras do 4º Festival Mundial de Circo do Brasil, que, a partir de hoje, transforma Belo Horizonte em picadeiro. Mais de duas centenas de artistas, de cinco países, participam, durante 10 dias, de espetáculos nas ruas, praças, mercados, teatros e lonas. Algumas estrelas: o palhaço norte-americano Avner, apontado como o herdeiro de Buster Keaton e Charles Chaplin; o Circo Nacional da China, mostrando tradição milenar; os brasileiros do Circo Roda Brasil. E tem ainda filmes, exposições, lançamento de livros etc.

A edição de 2007 do festival vai ser um retrato do circo contemporâneo”, afirma Fernanda Vidigal. Isto é: montagens cuja marca é o apuro estético e a mistura de práticas circenses com outras artes (teatro, dança, música ao vivo), que torna os espetáculos inclassificáveis quanto a gêneros. São criações e artistas voltados para pesquisas inovadoras, que revelam olhar diferenciado sobre o circo, tradução de movimentação que está ocorrendo nas escolas. E, por isso mesmo, estas últimas serão recebidas na cidade com reverência. Durante a mostra, pela primeira vez no Brasil, será promovido seminário reunindo as principais instituições brasileiras de ensino da arte circense.

“O que vamos mostrar são trabalhos de qualidade estética inegável, bem-cuidados em todos os aspectos, com artistas excelentes. Elementos que dão potência ao que sempre fez a beleza do circo: trabalhar com o nosso fascínio pelo impossível”, afirma Fernanda Vidigal. Exemplo perfeito da proposta, aponta, seria a Cia. Feria Música, da Bélgica, que mostra o espetáculo A vertigem da borboleta. Com “técnica circense apurada”, música ao vivo, dança, projeções, palco reclinado e sete acrobatas-trapezistas, traz montagem cujo mote é o desequilíbrio. O espetáculo trabalha o movimento incessante do corpo. “É tudo muito poético, tem humor refinado e é muito rico no plano das emoções”, observa.

Com relação à presença do Circo Nacional da China, como conta Fernanda Vidigal, é espetáculo associado ao festival – eles estavam em temporada no Brasil e foram incluídos na mostra. Vão mostrar o espetáculo Natureza – que ganhou 11 medalhas de ouro na última Olimpíada Nacional da China. “É um bom exemplo do que é tradição circense. Traz acrobatas e contorcionistas de técnica apurada, num espetáculo maravilhoso”, conta. Novidade de 2007 é a descentralização do evento: “É o circo indo aonde o povo está”. A programação do festival pode ser encontrada no endereço www.fmcircodobrasil.com.br.


FONTE: Estado de Minas
Por: Walter Sebastião

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