Nós em Ipatinga, deveríamos começar, como várias cidades neste imenso Brasil, a observar nossos processos culturais, artistas, produções e a construção de conhecimento existentes em nosso entorno.
Já há tempo estamos esperando que a comunidade perceba tudo o que acontece ao seu redor, mas não é possível tal fenômeno especialmente por estarmos falando de uma comunidade que constrói senso crítico e visita a vida através da TV em todo o Brasil, em processo pasteurizado que não evidencia saudavelmente as possibilidades de convívio e relacionamento.
Por isto é urgente e primordial que encaremos corajosamente nosso papel enquanto agentes culturais, produzindo processos culturais, não mercadológicos ou midiáticos como tem sido realizado através de, mas sim, produzindo uma política pública para a cultura. Uma Politica Pública para a Cultura que possa democratizar estes processos culturais, descentralizar ações, rever os padrões aproximando o entendimento de Cultura de dia vivido pela comunidade, seus costumes, processos de comunicação e especialmente de manifestação, tudo isto para proporcionar formação. Cultura pode ser mais que entretenimento e produção artística para uma sociedade repleta de autonomia e independência.
Como já foi dito, Ipatinga pode com sua história econômica e social construída no entorno da Usiminas, grande patrocinadora via Leis de Incentivo, com inúmeras Faculdades, uma Prefeitura que possui uma Secretaria de Cultura (nada comum no Brasil), um intenso movimento artístico, nós artistas devíamos nos preocupar mais com a construção de conhecimento, iniciar um especial movimento de articulação para que integrem-se em uma ação pela cidade.
Deve ser responsabilidade da nossa Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer criar esta interlocução e ele, o governo municipal, precisa tomar salutares conceitos contemporâneos para fazer de Ipatinga uma cidade desenvolvida, constante, solidária e moderna. Uma cidade em desenvovimento não é mais avaliada somente pela quantidade de asfalto, água encanada ou empregos. Os processos culturais são parte importante desta avaliação.
Criar uma Política Pública para a Cultura não deve se limitar a avaliação de projetos, mas sobretudo deve ser a integração da comunidade nestes processos evidenciando e dinamizando procedimentos de formação, participação e desenvolvimento intelectual. É importante elencar prioridades, mas também é importante estabelecê-las. Neste vasto/urgente trabalho, talvez pudéssemos começar por nos reunir e conversar, produzir conhecimento a cerca da comunidade, suas especificidades e valorizar ações que estiverem evidenciando processos culturais.
Precisamos, em tempos de solidão, individualismo e intolerância; de pontes e passagens, não de muros que nos “protejam” isolando cada indivíduo no seu próprio sistema de crenças. E que possamos formar uma espécie de coletivo de pessoas maduras, que segundo Bauman ‘são aqueles seres humanos que cresceram a ponto de precisar do desconhecido, de se sentirem incompletos sem uma certa anarquia em suas vidas, que aprenderam a amar a alteridade…’
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário